O governo Michel Temer, quando se instalou, em maio passado, dava a impressão, para os incautos, de que seria um governo "responsável" e "comprometido com o progresso do país".
Os anti-petistas, que espumavam de raiva quando Dilma Rousseff e Lula apareciam na televisão, passaram a ficar tranquilos.
Estavam felizes até diante de escândalos gravíssimos da "equipe de notáveis" de Temer, quando muito rindo da corrupção de nomes como Romero Jucá, José Serra, Geddel Vieira Lima e outros.
Não faziam mais panelaços, não se vestiam de verde-amarelo para protestar.
Ficavam acomodados, na ilusão de que finalmente "políticos competentes", embora "atrapalhados", estão botando o país para "funcionar".
O governo Temer tornou-se uma coleção de erros graves de todo tipo, que botam o Brasil numa situação vulnerável e com má imagem no resto do mundo, e o pessoal tranquilo.
Enquanto Temer congela o valor financeiro dos investimentos públicos, que só podem ter crescimento em valores defasados, ou seja, seguindo a inflação do ano anterior, ele despeja generosas quantias financeiras para empresas estrangeiras entrarem no país.
Isso é coisa que os países desenvolvidos não fazem. Eles não abrem caminho para estrangeiros tomarem a economia deles como desconhecidos em festa de adolescentes inexperientes.
Explicando: Temer faz uma farra como aquele adolescente que, querendo se projetar na cidade, faz uma festa em que convida qualquer um, e de repente tem estranho pegando coisa na geladeira da casa.
Hospitais e escolas públicos estrangularão os orçamentos e terão que enxugar o roteiro de atividades para terem que aproveitar as migalhas que receberão do Estado.
Mas empresas estrangeiras podem investir em setores "de alto interesse nacional" recebendo créditos dos bancos públicos brasileiros.
A mudança atinge a Lei 4.131. de 03 de setembro de 1962, promulgada no período parlamentarista do governo João Goulart.
Ela foi feita pelo decreto 8.957, assinado pelo presidente, pelo ministro interino da Fazenda, Eduardo Guardia (o titular, Henrique Meirelles, foi para o Fórum Econômico Mundial) e pelo ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira.
Na proposta de Temer, praticamente quase todos os setores das atividades econômicas passaram a ser consideradas de "alto interesse nacional".
A setores como infra-estrutura, portos, química-petroquímica, saneamento ambiental, telefonia, energia, automóveis se somam vários outros, como áudiovisual, indústria têxtil, saúde, educação, comércio e turismo.
Se observarmos bem, Temer entrega, com este decreto, os setores de Educação e Saúde para as mãos de corporações estrangeiras.
O Brasil vai virar apenas um quintal dos EUA e um playground para este e outros países do G-8.
E depois o pessoal que se mobilizou para tirar Dilma Rousseff quer se agarrar à bandeira brasileira, deixando nossa Economia nas mãos dos gringos, num verdadeiro barbarismo sócio-econômico.
Comentários
Postar um comentário