Parecia ontem, mas foi cerca de oito, sete anos atrás.
Um grupo político que dominava o Rio de Janeiro, o PMDB carioca de Eduardo Paes, Sérgio Cabral Filho e companhia, se ascendeu ao poder.
Era um grupo ambicioso, que também promoveu sua demagogia ao grande público.
Tinham um apelo populista um tanto hipócrita, como se fossem grandes estadistas com soluções prontas para os problemas do Estado do Rio de Janeiro.
Achavam que poderiam promover desenvolvimentismo com cidadania, através de medidas de "choque de gestão" ou de projetos como as UPPs e os ônibus BRT.
Quiseram promover a mobilidade urbana escondendo empresas de ônibus da população com a pintura padronizada e botando os passageiros a andar muito para pegar um ônibus.
As únicas coisas acertadas foram a derrubada da Perimetral e os VLTs.
Mas, de resto, a trajetória do grupo foi um horror.
Queriam uma cidade espetacularizada, como o Rio de Janeiro, e o resto que se lenhasse.
O grupo político de Paes e Cabral queria fechar metade da Av. Rio Branco para veículos, transformando-o em parquinho para ricos e dormitório para miseráveis, agravando os engarrafamentos que já fazem a má imagem do Rio com as ruas abertas.
E queriam demolir o Caio Martins para colocar condomínios no lugar. Os niteroienses que se virassem indo para o outro lado da Baía da Guanabara e fossem ao Maracanã, Engenhão ou São Januário.
Tanto o parque no lugar de parte de uma avenida quanto o condomínio no lugar de um estádio niteroiense foram para a gaveta.
Queriam apenas uma cidade para turista ver, mas a administravam de forma muito confusa.
Tanto que o entorno entre o Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão) e o Centro do Rio de Janeiro, os complexos do Alemão e da Maré, tornaram-se áreas de altíssimo risco.
Era uma cidade só para enfeite para os jogos da Copa do Mundo FIFA 2014 e dos Jogos Olímpicos Rio 2016.
E isso com o preço de "limpar" as praias da Zona Sul com o projeto do fim das linhas Zona Norte-Zona Sul, parcialmente realizado pelo prefeito Eduardo Paes e agora em vias de cancelamento.
Paes criou um pequeno "piscinão", que chamou de "Praia de Rocha Miranda", onde queria jogar toda a demanda das praias da Zona Sul e Zona Oeste para uma área que mal dá para metade de Copacabana.
E tudo isso para criar uma cidade artificialmente bonita para turistas e aristocratas.
E o empresariado, como empreiteiros, magnatas etc, apoiando essas empreitadas.
E vemos hoje Sérgio Cabral Filho preso e Eike Batista recebendo ordens de prisão.
Eike Batista chegou a figurar entre os mais ricos do país na lista da Forbes.
Foi um ex-piloto de offshore - o esporte radical, não os outros offshore que ele se aventuraria como empresário - e se casou com a ex-modelo Luma de Oliveira.
Com isso, Luma deixou de ser aquela moça graciosa de Nova Friburgo, que dava gosto de ver nos primórdios da carreira de modelo.
Hoje continua linda, mas virou aristocrática e não recuperou a doce Luma de outrora.
Eike se ascendeu como empresário e marido de Luma - que chegou a exibir uma coleira com o nome do marido - e pai de dois rapazes que, depois, virariam alguns dos símbolos de curtição noturna, bem ao gosto da juventude "coxinha".
Até que Eike começou a ser denunciado por irregularidades e perdeu muito dinheiro diante de tantos escândalos.
E agora é considerado foragido pela Interpol, acusado de envolvimento com esquema de propina junto ao ex-governador Sérgio Cabral Filho.
A mídia venal superestima a prisão de Cabral Filho e a ordem de prisão de Eike, como se isso fosse o último capítulo de uma era de corrupção.
Sem dúvida, é um ocaso de um grupo político marcado pela prepotência, demagogia e propinas, entre outros crimes. Um grupo que teve até Eduardo Cunha atuando sobretudo nos bastidores.
Só que a outra parte desse grupo, em âmbito nacional - leia-se PMDB, PP, PSC, DEM e PSDB, entre outros partidos - estão no poder através do governo Michel Temer.
Que, pelo jeito, devem ser os "Cabral Filho" E "Eike" de amanhã.
A mídia venal não quer isso. Afinal, os irmãos Marinho já estão preparando a subida para mais alguns pontos de colocação na lista da Forbes.
Estão enxugando as Organizações Globo, demitindo atores emergentes, jornalistas e produtores, cancelando contratos com atores veteranos, "aparelhando" a Globo News.
E estão recebendo mesada do presidente temeroso.
Deve vir aí um escândalo maior do que a Privataria Tucana.
Com Michel Temer, seus "notáveis", a mídia venal e os midiáticos da Operação Lava Jato, incluindo um destacado juiz paranaense, muito amigo de um certo "tio lá do Norte".
A propósito, o já ex-presidente Barack Obama, sua bela Michelle Obama e as filhas gatíssimas, vão passar umas férias nas Ilhas Virgens Britânicas.
Devem conviver com o forte odor de dinheiro que repousa no lugar.
É lá onde ficam os depósitos bancários de quantias nababescas dos políticos do PSDB e seus familiares.
A tucanada fez o dinheiro das inúmeras privatizações viajarem para esse paraíso fiscal.
Vamos ver qual vai ser o paraíso fiscal favorito de Temer e seus "notáveis".
É só esperar o tempo dizer.
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