Para as forças progressistas, constatar isso é chover no molhado, até porque isso é um problema que os sindicatos tanto alertam para a população.
Mas, para a sociedade conservadora que vê Rede Globo, esse problema de repente caiu no esquecimento.
É o problema dos cortes de salários e de empregos.
Um problema antigo, que desde o começo do governo Michel Temer, ganhou um novo contexto.
Um contexto que é o de confundir corte de salários e de mão-de-obra com austeridade.
Assim como corte de investimentos públicos. como no "teto" proposto pelo presidente temeroso.
Isso é uma mentira descarada analisada por especialistas.
Afinal, trata-se de um blefe trazido pela mídia venal.
Mas que cria um discurso verossímil de suposta austeridade e transparência.
A mídia plutocrática difunde a ideia de que as empresas, estatais ou privadas, só terão "transparência" e "agilidade" com menos trabalhadores e baixos salários.
Da mesma forma, diminuir salários, encargos e reduzir a influência de leis trabalhistas são tratados como se fossem atitudes "para facilitar o crescimento econômico" no país.
Para quem sabe das coisas, não há como não entender essas barbaridades.
Mas, para o público médio, feliz porque a Carteira de Trabalho poderá virar, em breve, peça de museu, é essencial desmitificar isso.
A mídia venal tenta fazer crer que, com menos trabalhadores e menos salários, haverá "mais emprego" (?!?!?!?!?!).
Sem a regulação das leis que protegem os trabalhadores, haverá "menos burocracia" e "mais diálogo".
A mídia venal tem seus jargões para impor seus interesses plutocráticos.
"Ser imparcial" é aceitar os pontos de vista das elites dominantes, "diálogo" é um simulacro de entendimento em que os interesses patronais prevalecem.
Isso já não é novidade. Novidade é dizer que limitar gastos com Saúde e Educação será "positivo", assim como precarizar o trabalho.
Falam até em "modernização", quando o que está em jogo é, na verdade, retroceder os direitos trabalhistas para, pelo menos, as vésperas da Revolução de 1930.
Se possível, se revoga a Lei Áurea, o Sete de Setembro e o Brasil experimenta os padrões dos primórdios da Revolução Industrial, pois, se deixarem, até criança volta a trabalhar na indústria, em regime semi-escravo.
Para o pessoal que só conhece o mundo pelo Jornal Nacional (uma das maiores produções de ficção da TV brasileira), tudo isso é maravilhoso.
Mas a realidade, evidentemente, é cruel. Salários decrescem, mas contas sobem. Patrões abusam, mas ficam com a palavra final. Hospitais sem dinheiro viram necrotérios em potencial.
E o pessoal achando que o governo Michel Temer é "legalzinho" e que os gravíssimos escândalos são coisa pequena.
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