O acidente com o avião em que estava Teori Zavascki, ministro do Supremo Tribunal Federal e relator da Operação Lava Jato, em princípio foi só um acidente aéreo comum.
Havia chuva intensa em Parati, no começo da tarde de ontem, e o acidente teria ocorrido em função da tempestade.
É uma área onde costuma haver acidentes aéreos em ocasião de tempestades.
Mas há quem diga que teria havido sabotagem.
É muito cedo para dizer se houve ou não. Tudo está no começo.
A única coisa certa é que a lacuna deixada com o falecimento do relator irá atrasar, e muito, os trabalhos da Lava Jato.
A Operação Lava Jato é tendenciosa, irregular, mas em certos casos poderia acertar se também investigasse os acusados de corrupção de partidos plutocráticos.
A esperança das delações da Odebrecht era de que o presidente Temer e seus aliados sejam também enquadrados.
Certo, a delação premiada é irregular, os métodos do juiz Sérgio Moro são autoritários e a delação está longe de ser a melhor forma para denunciar acusados de corrupção de qualquer espécie.
Mas a "delação do fim do mundo" comprometeria a imunidade política de muitos "peixes grandes".
Era, dos males, o menor.
Afinal, o Brasil está inseguro institucionalmente.
E já que a Operação Lava Jato está em curso graças a um forte lobby político e um apoio de parte influente da população, deixa-se ela ocorrer.
O problema é que, com a morte de Teori, há o risco das delações da Odebrecht serem "minimizadas", o atraso seria um tempo para possíveis "suavizações" do documento de 800 páginas.
Teori já era comentado pela famosa conversa entre o senador Romero Jucá e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado. Era definido como "fechado".
A homologação da delação da Odebrecht, com 77 depoimentos, ocorreria daqui a poucos dias.
Morto Teori, haverá um atraso para a homologação.
Já se demoram a discutir como se dará a sucessão de Teori
Ou ela se dará com um novo ministro do STF indicado por Michel Temer ou com uma redistribuição de cargos em "caráter excepcional" por decisão da ministra Carmen Lúcia, presidente do Supremo.
Sob o ponto de vista mais conservador, a Operação Lava Jato pode "terminar em pizza", independente do investigado ser do PT ou, ao menos, da base aliada do governo Temer.
Os conservadores já queriam que Sérgio Moro fosse o novo relator da Lava Jato.
Além da atuação de Moro ser tendenciosa, não é boa ideia ele acumular as funções de juiz e relator, sobrecarregando as funções de maneira bastante duvidosa.
Mas desconfia-se de que o novo relator possa ser um homem "menos técnico".
O futuro da Lava Jato é incerto.
Isso nem causa surpresa, diante de um Brasil cujo futuro é incerto, nesse 2017 que começa bastante turbulento.
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