RECEBENDO A LÍDER EXTREMO-DIREITISTA ALEMÃ, BEATRIZ VON STORCH, JAIR BOLSONARO TEM A INEGÁVEL QUALIDADE DE GANHAR TEMPO E APROVEITAR OPORTUNIDADES.
Não são façanhas nas Olimpíadas de Tóquio, com uma ginasta negra, Rebecca Andrade e a skatista adolescente, Rayssa Leal, ganharem prata e o surfista nordestino, Ítalo Ferreira, ganharem o ouro, que irão devolver o Brasil para as forças progressistas.
São apenas alegrias pontuais, que até fazem a gente dormir tranquila por uma noite, mas não servem para afastar o pedadelo político em que vivemos.
Uma notícia terrível foi anunciada hoje de manhã: os movimentos contra Jair Bolsonaro afirmaram que vão ficar 45 DIAS sem manifestações, esperando o espetáculo de 07 de setembro de braços cruzados, fazendo memes ou tricotando nas redes sociais.
Sim, isso mesmo. Será no próximo 07 de setembro. As esquerdas não querem ir para as ruas porque "não querem queimar as manifestações populares".
Isso é erro estratégico e, mais do que isso: uma grande BURRICE.
Jair Bolsonaro pode parecer estúpido e ridículo em muitos aspectos, mas ele tem uma qualidade inegável: sabe ganhar tempo e aproveitar qualquer oportunidade.
Seu ministro da Defesa, Walter Braga Netto, ameaçou cancelar as eleições de 2022, e foi premiado com uma motociata com o presidente e aplausos dos bolsonaristas.
Jair Bolsonaro se reuniu ontem em Brasília com a líder da extrema-direita alemã, Beatrix Von Storch, neta do ministro das Finanças de Adolf Hitler, Lutz Graf Schwerin von Krosigk.
A alemã é deputada e líder do partido alemão AfD, Alternative für Deutchland, de extrema-direita.
Beatrix e seu marido, Sven Von Storch, foram recebidos por um Jair Bolsonaro feliz da vida, que nem de longe parece se sentir derrotado.
Dias atrás, a mesma Beatrix se encontrou com a xará Bia Kicis e ambas posaram diante de um fundo com a bandeira brasileira.
Cas Mudde, cientista político holandês estudioso da ultradireita, está preocupado com o fenômeno Bolsonaro.
Segundo ele, Bolsonaro tem caraterísticas próprias e diferenciadas de um líder da extrema-direita e é a aposta da ultradireita de se tornar a liderança mundial.
A única ação acertada das esquerdas é a decisão do Partido dos Trabalhadores em reforçar a segurança de Lula, porque a ameaça dele ser morto em um atentado é real.
A situação não está boa. E fiquei assustado com a repercussão, provavelmente negativa, de um texto meu dizendo que a cultura do Brasil está ruim.
O problema não é não haver intelectuais e artistas de relevância, vozes e narrativas mais consistentes, mas o fato de que é a mediocridade cultural que conta com vozes mais influentes e hegemônicas.
Ou vão achar que MC Fioti, MC Davi, MC Pedrinho, MC Don Juan e MC João são a salvação da humanidade ou representam a diversidade cultural ao lado de Anavitória, Barões da Pisadinha, Jojo Toddynho, Luan Santana, Pabllo Vitar e o pós-caetanista Emicida?
Ou que livrinhos de ficção medieval e vampiros estudantis representam a "ótima cultura literária" que os brasileiros consomem?
E com tantos riscos e ameaças existentes no Brasil, o que temos?
Os movimentos anti-Bolsonaro fingindo que o 24 de Julho foi um sucesso estrondoso - 200 mil manifestantes A MENOS que o 03 de Julho realizado a contragosto pelos seus organizadores - resolveram tirar férias de um mês e meio das ruas.
As esquerdas se comportam como o coelho da fábula que, tido como favorito para vencer uma corrida, foi descansar no meio de uma competição e perdeu
As esquerdas vivem iludidas em suas bolhas sociais. Creio que o Instagram esteja provocando esse autismo coletivo desse culturalismo de fachada marcado pela ilusão de que lacrações, curtidas e compartilhamentos promovem revolução social.
As esquerdas festivas acham que estão com o jogo ganho, baseado na falácia de que o amor vencerá o ódio com um sorriso.
Imagino uma situação ilustrativa. As esquerdas identitárias, com negros, LGBTQIA+ e universitários, diante dos tanques da extrema-direita, reagem armadas apenas com uma flor e, com cabeça erguida e expressão zangada, acham que irão assustar os fascistas.
Só que os fascistas, com sua frieza peculiar, acionam os canhões e dizimam as esquerdas identitárias. Valeu o discurso de que "a paz vencerá a guerra"?
Acham que qualquer factoide que represente alguma alegria para os brasileiros significa necessariamente a esperança para Lula se tornar presidente do Brasil.
Devem achar que as eleições de 2022 serão realizadas em 2021 e que, em janeiro de 2022, o petista será empossado, e o hexa-campeonato da Seleção Brasileira de Futebol, meses depois, colocará o Brasil no Primeiro Mundo, assim como o auxílio emergencial de R$ 600.
Acham que sorrisos irão derrubar as armas de Bolsonaro. E Bolsonaro ganha tempo, não vi ficar em casa tuitando nesses 45 dias de descanso das esquerdas lacradoras, ocupadas com a memecracia.
O próprio Bolsonaro foi um subproduto dessa atitude imprudente das esquerdas.
A triste lição dos factoides contra Michel Temer, como um válido, porém comprovadamente inócuo, protesto da Paraíso do Tuiuti, no Carnaval de 2018, mostrou que lacração não derruba presidente, assim como protestos pontuais e efêmera repercussão.
As esquerdas não aprenderam com isso e o que teremos, nos 45 dias de repouso, muitos memes e muita tricotada entre os membros das esquerdas nas redes sociais.
O que se verá novamente serão Jandira Feghali, Humberto Costa, Glauber Braga e sua Sâmia Bonfim, Lola Aronovich etc trocando mensagens nas redes sociais sobre os fatos do dia.
Emir Sader, Jean Wyllys, Rodrigo Vianna e Glenn Greenwald, entre outros, escrevendo coisas consistentes mas que, pela desmobilização, se evaporam após curtidas e compartilhamentos. Idem com as charges de Miguel Paiva, Renato Aroeira e Carlos Latuff.
De vez em quando, alguma palavra de efeito de Lula, Guilherme Boulos, Gleisi Hoffman etc em desafios verbais a Bolsonaro e seus seguidores.
E junto a tudo isso, um monte de internautas "de esquerda" concordando com tudo e retuitando vídeos engraçados da direita nas redes sociais, achando que bolsomínion só sabe fazer videocassetada.
E, como se não bastasse, vem também eventualmente uma Valesca Popozuda, "esquerdista" amiga de bolsomíions, lançando uma piada sem graça, como aquela tal de "vestir azul na quarta e laranja na quinta" só para lacrar entre as esquerdas iludidas com a funqueira?
E ainda tratam as ameaças reais de Walter Braga Netto, que não abriu o jogo para dizer como ele dará o golpe, como se fossem bravatarias de menino malcriado?
E, como se não bastasse, internautas progressistas perdendo tempo dizendo que "somos todos jacarés e leites condensados", usando demais as redes sociais, indiferentes ao fato de que as pessoas são apenas meras mercadorias para o Big Tech que controla essas redes?
E, para completar a tragicomédia, volta e meia surge um esquerdista exaltando uma madre reacionária de Calcutá, na Índia, megera tida como "bondosa", ou alguma evocação ao "médium de peruca" que mais defendeu a ditadura militar do que muito neopenteque declaradamente fascista.
Isso tudo partido das esquerdas que gostam de Lula não porque ele é o Lula, mas pela simbologia dele ser um cosplay do Dom Pedro II com funções modernizantes de um Dom João VI.
BUDDY HOLLY FARIA 85 ANOS EM 07 DE SETEMBRO PRÓXIMO.
E vamos combinar que, se o dia 07 de setembro de 2021 será uma festa, só se for a da lembrança dos 85 anos de nascimento do grande nome do rock Buddy Holly.
Nascido Charles Hardin Holley, ele teve uma curta carreira, porque morreu em um desastre aéreo em 1959 ao lado dos também talentosos Big Bopper e Richie Valens, todos grandes promessas para o rock do fim dos anos 1950.
Cantor talentoso, exímio guitarrista e vigoroso compositor, Buddy Holly deixou um considerável repertório de clássicos, como "Peggy Sue", "Not Fade Away", "Love's Made a Fool For You" e outros.
Diante da vergonha que será o Brasil surdo às ameaças de Bolsonaro, não haverá como comemorar o 07 de setembro com um país vulnerável e imprudente.
Os maiores especialistas em política internacional anunciam que um golpe está a caminho no Brasil e as esquerdas ficam brincando.
Daí que seria melhor lembrar do grande Buddy Holly cujas músicas mantém um frescor artístico que os popularescos endeusados não têm.
Sou de esquerda, mas fico triste ao ver que as esquerdas festivas deixaram de ser humanas, porque agora todos viraram jacarés, avestruzes e leites condensados. Assim está sopa para Bolsonaro!
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