O grande vício das esquerdas é acreditar que a memecracia irá derrubar Jair Bolsonaro e colocar Lula para presidir o Brasil novamente.
As esquerdas festivas não querem fazer protestos nas ruas. Acham que tudo é espetáculo, festinha, e que precisam "tirar umas férias".
Preferem acreditar que a memecracia fará tudo, e que o jogo institucional está sob controle.
Agora são as esquerdas médias que acreditam no discurso de que "as instituições estão funcionando", o mote do governo Michel Temer.
E aí cruzam os braços. Acham que o Supremo Tribunal Federal vai cassar Jair Bolsonaro, que o Congresso Nacional vai aprovar o impeachment, que a mídia vai derrubar o presidente, tudo por si só, num passe de mágica.
Felizes nas redes sociais, os esquerdistas médios acham que o culturalismo popularesco será suficiente para representar um funeral político do bolsonarismo.
Qualquer factoide que traga alegria para os brasileiros será explorado pelas esquerdas médias como um suposto indício de que a Era Bolsonaro chegou ao fim.
Fizeram tanto isso durante o governo Temer e nada adiantou.
Temer concluiu seu governo caindo na maior risada. Os brasileiros foram feitos de trouxas e não sabem.
Agora, o risco é de Jair Bolsonaro ser reeleito. O presidente está ganhando tempo. Para ele, não tem descanso de 45 dias para agir em seu benefício.
Ele investe em várias frentes. Atua nas redes sociais, sim, mas também vai para o "cercadinho" fazer entrevista coletiva, recebe personalidades estrangeiras da extrema-direita, faz passeios de motocicleta, comparece a várias homenagens de militares e outros ícones bolsonaristas.
Bolsonaro reagiu a uma crítica de Lula publicada nas redes sociais:
"E o Bolsonaro que ficava falando que ia acabar com a "a velha política"... Qual é a nova política dele? Ficar refém do centrão? Não cumpriu uma coisa que ele falou. Falava tanto de corrupção... Ainda ontem a noite eu vi o Queiroz ameaçando ele...".
Parêntesis: Fabrício Queiroz, ex-policial e ex-assessor dos Bolsonaro, reclamou de abandono e, em tom de ameaça, avisou que "a metralhadora está cheia".
É claro que Lula também procura atrair o Centrão, talvez o "lado bom", não o lado que está com Bolsonaro.
E aí Bolsonaro logo disse, brevemente: "As críticas são um estímulo para mim".
As esquerdas não estão dominando a situação, para saírem de férias e brincarem de memecracia em casa, procurando um "memento histórico" que dificilmente sairá na grande imprensa.
Não há esse negócio de "Sábado foi dominado por muitos memes em todo o Brasil. Milhares produziram memes contra Bolsonaro nas redes sociais e lacraram a Internet em poucas horas".
É certo que Lula pode, pela natureza da competição política, criar frases de efeito como esta, a respeito de suas ginásticas para manter a saúde em dia:
"Eu levanto todo dia 5h da manhã para fazer minha ginástica. Me preparo todo dia porque quero chegar inteiraço na eleição e partir pro ataque representando o Brasil".
Tudo bem. Faz parte do jogo psicológico da propaganda política.
Mas daí as esquerdas em geral imitarem que nem papagaio e achar que Lula é o Hércules brasileiro e que irá derrubar Bolsonaro num estalo, isso é um grande equívoco.
Como equívoco é as pessoas acharem que os sorrisos e o amor combaterão, por si só, o ódio raivoso dos bolsonaristas.
Memes só servem para fazer rir durante alguns minutos e só. Nem fazem cócegas em Bolsonaro.
Tem até uma comunidade do Facebook chamada "Memes Contra Bolsonaro". Válido, para quem quer se divertir com muito humor.
Mas, para efeitos práticos, eles são inócuos diante do propósito de derrubar o presidente. Não servem sequer para chamar atenção para as instituições abrirem o processo de impeachment.
Ficar em casa e passar horas nas redes sociais mostrando a realidade cor-de-rosa no Instagram, divertindo com memes na Internet (e até produzindo alguns) e tricotando com outros afins contra Bolsonaro não vão derrubar o presidente.
É triste ver as esquerdas se deixando perder o tempo. Se as manifestações tivessem sido constantes e diárias, Bolsonaro teria sido derrubado há um bom tempo.
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