Amanhã será o dia dos protestos populares e, enfim, teremos o povo nas ruas oficialmente contra Bolsonaro.
Felizmente, o longo hiato entre o 19 de junho e o 24 de julho não foi livre de protestos populares.
No dia 26 de junho, em que se celebraram 53 anos da Passeata dos Cem Mil, felizmente houve manifestações em várias cidades, em boa parte puxadas por idosos que são remanescentes dos antigos manifestantes estudantis de 1968.
Eu publiquei um vídeo realista e boa parte do pessoal não gostou.
O que o pessoal esperava? Que exaltasse as pessoas que, no conforto de suas casas, brincam de produzir memes contra Bolsonaro, só recorrendo a protestos de rua se a direção do Partido dos Trabalhadores ordenar?
Já senti a hipocrisia de setores das esquerdas que afirmaram que "não se pode fazer protestos de rua constantes, porque senão vai banalizar e cansar".
Como assim? Os verdadeiros protestos de rua são constantes, porque não são espetáculos, são manifestações feitas para pressionar a queda de um tirano ou a revogação de alguma medida ou decisão prejudicial a uma multidão.
A ideia é pedir a saída de Bolsonaro ou fazer selfies para parecer bonito diante do povo em marcha nas fotos publicadas nas redes sociais?
As esquerdas festivas, que acham que Lula já está com o jogo ganho - coisa que nem o próprio Lula considera - , parecem o coelho de uma framosa fábula infantil.
Nela, o coelho, achando que está com a corrida ganha, sem alcançar a linha de chegada resolve descansar numa árvore. Dorme e, ao acordar pela gritaria em volta, percebe que a tartaruga ultrapassou o coelho e venceu a corrida.
As esquerdas festivas precisam abrir mão da arrogância, porque não é trancado em casa brincando com memes que se vai ganhar o jogo político.
Fazer papel de jacarés e leites condensados nas mensagens das redes sociais não vai tirar Bolsonaro do poder. Não dá sequer cócegas nele.
Espera-se que, ao menos, os adeptos do "grande hiato" de 19jn-24jl caprichem nas manifestações de sábado, já que reividicaram um descanso nas ruas que um bolsonarista não tem, porque bolsomínions estão sempre nas ruas vendendo camisetas, fazendo discursos e passeando de moto.
Estamos sob o risco de um golpe e não dá para brincar. Memecracia não salva o país e nem rende notícia na imprensa. Ela só diverte durante poucos minutos e, depois, cai no esquecimento.
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