Só mesmo a força das ruas para desgastar o governo Jair Bolsonaro.
Devemos aproveitar que, dentro do bolsonarismo, começam a haver atritos.
O blogueiro bolsomínion Osvaldo Eustáquio já está atacando a ministra Damares Alves, alegando que ela seria "amante de um pastor evangélico casado".
Um bolsomínion prometeu realizar uma caravana pró-Bolsonaro, cobrou o dinheiro para o aluguel de transporte e outras despesas e, depois, a caravana não se realizou e ele ficou com o dinheiro. Os outros abriram processo contra o caloteiro.
A semana também teve o governador do Rio Grande do Sul, o tucano Eduardo Leite, um dos membros do "centro" complacentes com Bolsonaro, anunciando que é gay e está namorando um pediatra do Espírito Santo.
Em outro Rio Grande, o Rio Grande do Norte, a petista Fátima Bezerra também se afirmou lésbica.
Mudança dos tempos, o que é bom, porque em muitos casos a comunidade LGBTQIA+ dá mais lições de amor do que muito casal hetero, sobretudo os casamentos de fachada que duram mais por comodismo do que por afinidade conjugal.
O momento do Brasil está muito frágil e a CIA mandou um representante para visitar nosso país, aparentemente, como se revelou recentemente, para obter apoio do governo brasileiro para questões dos EUA relacionadas a Rússia e China.
Mas é claro que também a pauta esquerdista anda preocupando o chefe do órgão, William Burns.
Isso, todavia, não é para intimidar os protestos de rua, muito pelo contrário.
É com mais manifestações populares que o Brasil poderá criar rupturas com o golpismo político que ocorreu há cinco anos.
É necessário um trabalho incansável, com menos espetáculo e mais ativismo, e no qual as causas identitárias possam ser defendidas ao lado das causas trabalhistas, mas que estas é que sejam prioritárias.
Por que prioritárias? As causas identitárias não têm importância?
Tem, sim. Mas é muito complicado, por exemplo, um LGBTQIA+ sobreviver sem casa, dinheiro nem as demais garantias de qualidade de vida.
Uma mulher trans foi morta numa rua de Londrina. O atirador também morreu num tiroteio contra a polícia.
Quanto às mães solteiras, num cenário em que a mulher de classe média, mãe de três filhos, tem medo de se divorciar do marido empresário para não causar trauma nas crianças, não é maravilhoso que uma mulher pobre e solteira com quinze filhos tenha que sustentá-los sozinha.
A situação é muito complexa na vida das classes populares, que ainda sofrem a influência da mídia hegemônica e das seitas evangélicas.
Por isso as causas trabalhistas vêm em primeiro lugar, sem desconsiderar a importância da causa LGBTQIA+, do enfrentamento da sociedade contra o machismo, o racismo e as relações amorosas tóxicas.
É porque as causas trabalhistas estão ligadas justamente à sobrevivência da pessoa, que precisa ter dinheiro para pagar contas, comprar comida, pegar transporte e mesmo a diversão identitária passa pela questão do salário.
Em todo caso, é bem vindo o ativismo popular e 314 cidades terão atos contra Bolsonaro, assim como várias comunidades brasileiras em outros países do mundo.
É necessário haver pressão popular, mesmo quando Bolsonaro se demonstra desgastado. A ideia é impedir que ele reaja de uma forma ou de outra.
Bolsonaro começou a ser investigado num inquérito sobre o superfaturamento nas vacinas anti-Covid, que revelou o escândalo da Covaxin.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, não quer abrir o impeachment, mesmo com o superpedido enviado em conjunto por vários setores da sociedade, incluindo esquerda e direita moderada.
Por isso é necessário se mobilizar, para assim criar um clima insustentável para Bolsonaro e fazer com que até aqueles que não desejam sua queda sejam forçados a fazê-la.
Só mesmo mostrando a cara que o povo brasileiro vai mostrar sua vontade de transformar o país. Ficando em casa produzindo memes pode ser divertido, mas seus efeitos são inócuos.
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