Fora do bosque encantado do Instagram e do WhatsApp, o dia começou com uma declaração golpista do ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, e terminou com uma agressão a Joice Hasselmann, um dos bolsonaristas arrependidos.
Diante do risco de militares serem denunciados pela CPI da Covid, Braga Netto resolveu fazer uma chantagem bem de acordo com sua ligação com o presidente Jair Bolsonaro.
O general-ministro (ou ministro-general), ao defender o voto impresso, uma das "bandeiras" de Bolsonaro, resolveu fazer uma ameaça que é como um aviso de um futuro golpe.
Segundo Netto, se o Brasil não adotar o "voto impresso e auditável", não haverá eleições em 2022.
A declaração foi dada como um ultimato. Não parece uma bravata ou uma frase de efeito para assustar a criançada.
As esquerdas festivas, que de maneira imprudente acham que Lula está com o jogo ganho, esnobaram Braga Netto como se ele fosse um moleque birrento.
Não foi. O Brasil está numa situação frágil desde 2016. Mas, nas redes sociais, a classe média que toma as rédeas da opinião pública sempre quer levar a crer que está tudo bem.
A coisa não está fácil sequer para quem se arrependeu do bolsonarismo.
É o caso da deputada federal Joice Hasselmann, que estranhou ter acordado, depois do último fim de semana, com dois dentes quebrados, marcas de agressão no rosto e um pouco de sangue no chão diante da cama.
Ela chamou o marido, médico, que dormia em outro quarto, e ele a socorreu.
O caso só foi noticiado hoje, e traz indícios de que ela teria sido seriamente agredida.
O bolsonarismo não está fraco, e em entrevista ao UOL, o petista Fernando Haddad admite que Bolsonaro "não está derretendo".
É hora das pessoas saírem das bolhas do Instagram e do WhatsApp, onde tudo é lindo, e ver a situação gravíssima em que se encontra o nosso país.
Caso contrário, o pesadelo vai pegar aqueles que sonham demais.
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