RACHADINHAS - JAIR BOLSONARO E O FILHO, FLÁVIO BOLSONARO, PARTICIPARAM JUNTOS DA ROUBALHEIRA.
Segunda-feira amanheceu com uma denúncia pesada contra o presidente Jair Bolsonaro.
Em gravações inéditas obtidas pela equipe do UOL e reportadas pela jornalista Juliana Dal Piva, a fisiculturista Andrea Siqueira Vale denunciou um esquema de rachadinhas que contou com a participação direta do próprio presidente.
Entre outras coisas, ela disse que Jair demitiu um funcionário, irmão dela, André Siqueira Vale, porque ele não aceitou participar do esquema.
Andrea e André vale são também irmãos de Ana Cristina Vale, ex-mulher de Jair Bolsonaro e mãe de Jair Renan Bolsonaro.
O esquema de rachadinha funciona da seguinte forma: uma parcela do dinheiro dos funcionários é desviada para as contas pessoais de políticos e assessores.
André Siqueira se recusou a entregar uma grande parte, quase 90% de seu salário, para o esquema de assessores e políticos comandados pelo próprio Bolsonaro. Daí que o presidente, então exercendo o cargo de deputado federal, o demitiu.
Imagine roubar cerca de 90% dos salários dos servidores para depositar em contas de políticos e assessores, incluindo a própria família Bolsonaro, sobretudo Jair e os dois filhos que exercem cargos políticos representando o Rio de Janeiro, Flávio e Carlos.
Esse esquema já era conhecido pela participação do ex-assessor da família, o miliciano Fabrício Queiroz, que fez depósitos generosos para a conta da atual esposa de Jair, a primeira-dama Michelle Bolsonaro. Daí o famoso caso dos R$ 89 mil.
O escândalo chega a ser pior do que o da vacina superfaturada envolvendo a Covaxin. É porque, neste caso, a participação de Jair Bolsonaro não era, em tese, direta.
Já o caso das rachadinhas, a participação foi direta e Jair era denominado de "01" na gravação de diálogos entre a mulher e a filha de Fabrício, Márcia Aguiar e Nathália Queiroz. Márcia afirmou que Jair não iria deixar Fabrício atuar da maneira que fazia antes.
Com isso, Bolsonaro está recentemente relacionado a dois crimes: prevaricação e peculato.
Prevaricação, no caso da Covaxin, por causa do mau uso do cargo para fins de compra superfaturada de vacinas, inclusive com prazo de validade a estar vencido no momento da vacinação.
Houve uma matéria da Folha de São Paulo que falou em vacinas fora do prazo distribuídas para a população, mas especialistas em saúde falaram que os dados eram exagerados e desorganizados pelo próprio Ministério da Saúde.
Houve vacinas vencidas, sim, como no caso de Nilópolis, mas não foi tanto assim como a Folha noticiou.
Mas, no caso de Bolsonaro, a ideia era, sim, distribuir vacinas vencidas para, assim, facilitar o desvio de dinheiro para o patrimônio dele e de seus aliados.
Já o peculato é o crime relacionado com as rachadinhas, ou seja, quando o dinheiro público é usado de maneira desonesta visando interesses particulares.
Com esses dois escândalos, fica muito difícil não pensar em impeachment de Jair Bolsonaro.
Mesmo com a passagem de pano da Jovem Pan, que eu seus momentos Jovem Pano do comentarista Adrilles Jorge, disse que "se você decide dar dinheiro a alguém, (rachadinha) não é roubo", e mesmo com as negações do advogado de defesa de Jair, Frederick Wassef, o caso é gravíssimo.
Não há como ficar quieto num momento desses. Jair Bolsonaro já causava vergonha no conjunto de toda sua obra, mas agora ele passou dos limites.
Existe clima, sim, para abrir o processo de impeachment de Jair Bolsonaro. O que falta é vontade política para isso.
Resta ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), optar entre fazer história abrindo o impeachment, ou se encolher sob as calças do presidente Bolsonaro.
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