Pular para o conteúdo principal

O CASO CÁSSIA KIS E O LADO OBSCURO DA "ESPIRITUALIDADE"


A ausência de um discurso de raiva faz com que o obscurantismo religioso só seja reconhecido por meio do código do hidrofobês, dos manifestos de intolerância explícita e sem sutilezas. Infelizmente, quando se evita o discurso da raiva, a sociedade progressista deixam passar até mesmo ideias medievais, quando elas são expostas, mesmo com sua perversidade, pela linguagem da doçura e da serenidade.

Ainda não é o caso de Cássia Kis, agora integrante de uma seita católica neo-medieval e voltada ao Santo Rosário, o mesmo símbolo religioso da Marcha da Família Unida com Deus pela Liberdade, o sinistro movimento que pediu o golpe civil-militar de 1964. A atriz, no ar na novela Travessia, da Rede Globo, hoje faz declarações homofóbicas, e acredita numa delirante profecia sobre a "ameaça comunista" que estaria a caminho no Brasil. Cássia é apoiadora de Jair Bolsonaro, nos últimos tempos, e ficou feliz com a pandemia que matou mais de 650 mil brasileiros.

Ontem Cássia foi, no Rio de Janeiro, aplaudir e dar seu apoio aos manifestantes bolsonaristas irritados com a vitória eleitoral de Lula, no último domingo. Cássia chegou a rezar para que Lula não fosse eleito presidente da República. No ato com bolsonaristas, Cássia chegou a orar de joelhos.

Cássia briga com os colegas de elenco da Globo, não gosta de ser contrariada mas quer sempre receber atenção às suas ideias religiosas e político-ideológicas. Ela é conhecida pejorativamente como "a pregadora" e suas fotos recentes mostram um estranho semblante desagradável de madame beata reacionária, muito diferente da jovial grisalha que me causava muita admiração.

Sim, admirava Cássia Kis. Como atriz, personalidade e mulher. Me lembro de, em 1984, ter visto ela num programa educativo, fazendo o papel de uma professora, produzido pela TV Cultura e exibido pela então TVE carioca. Eu morava em Niterói, na época. 

Depois ela fez parte de Roque Santeiro, novela da TV Globo que, num mesmo elenco, teve a também reaça Regina Duarte fazendo par com o falecido José Wilker (que seria apoiador do PT, hoje), a progressista Patrícia Pillar e o ex-reaça e hoje progressista Alexandre Frota.

Cássia era progressista, chegou também a apoiar o PT e sua decadência nem se devia ao envelhecimento relativamente precoce, pois ela continuava lindíssima com rugas e cabelos grisalhos, chegando inclusive a continuar muito atraente, até se tornar uma reaça de carteirinha.

Pode até ser uma simples coincidência ela ter participado, em 2010, de um filme sobre o medieval "médium da peruca", porque tem muito ator que participou e é e continua progressista. E vale aqui mencionar a boa-fé do ingênuo Danton Mello, que teve a ideia infeliz de trocar o ateísmo pelo obscurantismo medieval da "fé espírita", depois que fez o papel de um charlatão no cinema. E o pobre coitado ainda se sente orgulho por essa armadilha.

Eu, ainda tomado da religião "espírita", vi o tal filme no cinema e, semanas depois, quase me dei mal numa sessão de fotos de ônibus, com alguns caras da "máfia das vans" me chamando a atenção. Por sorte, eu parecia muito jovem aos 39 anos, e tudo o que eles me falaram era "vai para casa", como se eu fosse um adolescente. Foi uma energia pesada numa tarde que devia ser só de busologia.

Recentemente, um outro busólogo fez uma viagem para Uberaba - onde, em 30 de outubro, Bolsonaro venceu Lula com oito pontos no segundo turno - e, exagerando na dose dos elogios, sofreu azar: sua conta nas redes sociais foi invadida, ele quase perdeu o conteúdo e as viagens que passou a ter foram problemáticas, embora sem acidentes nem tragédias.

No entanto, até parece que Cássia Kis sentiu as sintonias medievais do sinistro "médium da peruca" - cuja reportagem da conceituada Realidade, em novembro de 1971, mostra um rigoroso exame médico que constatou que a "mediunidade" não passava de um distúrbio mental - e passou a seguir ideias medievais, vindas de uma corrente católica que a atriz segue hoje, mas que não são muito diferentes dos conceitos "iluminados" trazidos pelo dito "lápis de Deus".

Cássia chega a ter o mesmo semblante e a mesma pose de arrogância de cabeça erguida que o "médium" que, no auge de sua carreira, fazia cerimônia de beija-mão, com pobres humilhados fazendo longas filas em Uberaba para receber mensagens fake atribuídas a mortos comuns. Se a Cássia Kis de hoje usasse óculos Ray-Ban e colocasse uma peruca morena e vestisse terno branco, muitos pensariam que foi o "médium" que voltou.

Pois o "lápis de Deus" recebe generosas e perfumadas passagens de pano das esquerdas e da sociedade "democrática" porque, na maioria das vezes, o reacionário religioso, que tem a morte suspeita de um sobrinho nas costas ("privilégio" que um Valdemiro Santiago da vida não tem e que faz o caso Flordelis parecer chanchada da Atlantida), evitava falar o hidrofobês.

Mas quando falava hidrofobês, o "médium da peruca" não falava. Bradava. Com plena consciência de seus atos e expondo a um público maior de pessoas. Num programa da TV Tupi, despejava raiva contra o comunismo, sem poupar o "governo abertamente de esquerda" de João Goulart nem os operários, camponeses e, pasmem, os sem-teto. 

E isso para depois o "médium" caminhar com os amigos pelas ruas do Triângulo Mineiro para, em suposta caridade, dizer para os moradores de rua "suportarem o sofrimento porque se trata de uma provação determinada pela vontade de Deus".

Num livro chamado Cartas e Crônicas, o "médium", se passando por Humberto de Campos - fácil se passar por um morto e fazer propaganda moralista religiosa, pois só no Brasil para essa farsa ser levada a sério pelo mercado literário que se pretende sério - , acusou levianamente, sem provas nem a menor fundamentação, de que as vítimas do incêndio criminoso no Gran Circo Norte-Americano, em Niterói, a uma semana do Natal de 1961, teriam "sofrido o que mereceram, por terem sido romanos sanguinários no século II da nossa era".

E é justamente o nome desse infeliz que polui a simpática mas precária Avenida da Ciclovia, no bairro niteroiense de Piratininga, causando azar e mau agouro às pessoas de bem, mas atraindo para si a ação de assaltantes, estupradores e até de um traficante de armas que fixou residência na área até ser preso depois. E graças ao nome macabro, a Avenida da Ciclovia continua em sua vergonhosa condição, já que a "avenida" não é avenida, mas uma estrada de carroça, sem asfalto nem calçamento.

E o que dizer dos amigos do Jair Presente, universitário e engenheiro morto em 1974, cujo nome foi usado por supostas "psicografias" das quais a primeira seguia a mesma receita das psicografakes igrejeiras, mas as posteriores mostravam uma linguagem forçadamente coloquial, como se o suposto espírito do rapaz tivesse "cheirado pó" no além-túmulo, de tão alucinada e nervosa era a linguagem, com mais gírias do que um bicho-grilo (como se chamava um hippie na época) poderia dizer nos seus momentos mais "largadões".

Os amigos que conviveram com Jair Presente desconfiaram das "psicografias" com muita razão. Conheciam bem o falecido, e não se deixavam enganar por estranhas mensagens. Irritado, o "médium" em mais uma de suas hidrofobias, chamou a desconfiança de "bobagem da grossa". 

Mas como a sociedade passa pano no "médium da peruca" (pelo jeito, a peruca brilhava muito com tanta flanelada), os amigos do Jair Presente saíram desacreditados, assim como, três décadas antes, a viúva de Humberto de Campos, Catarina Vergolino, foi injustamente vista como "mercenária" ao tentar processar o abominável "lápis de Deus".

São hidrofobias que não são poucas, não. Assim como a defesa da ditadura militar que o "médium" manifestou com um reacionarismo de arrepiar até bolsomínion e que rendeu ao tal "homem chamado Amor" uma homenagem carinhosa e cheia de cerimônia da Escola Superior de Guerra, apesar do religioso ser tão associado à paz. 

Não custa repetir: se a ESG homenageia um "médium" por apoiar a ditadura, é porque, como diz o ditado, "onde há fumaça, há fogo": o "médium" teria seguramente colaborado com a ditadura, mais até do que o Cabo Anselmo, que já era um colaborador da pesada.

Talvez a trajetória reaça do "lápis de Deus" tenha "inspirado" reaças religiosos contemporâneos, afinal infelizmente o Brasil de hoje acumula, pelo menos, uns 48 ou 50 anos de "pedagogia cultural" da ditadura militar. Mesmo entre boa parte das esquerdas, os "nossos heróis" vieram da ditadura militar, mas como ninguém desconfiava do envolvimento das TVs com o poder ditatorial na época, tudo acabou passando a falsa imagem de "isento", "democrático" ou "progressista".

Não existe essa fake news de que o ultraconservador "médium da peruca" - que em todos os seus 400 livros pregava aos infelizes para suportar a pior desgraça em prol de uma "vida futura melhor" - teria virado progressista de 1994 até 2002 (tese tão "verdadeira" quanto a "fisolofia" de Olavo de Carvalho). 

Difícil um reaça radical virar progressista, mesmo sob a capa do discurso suave e das "palavras amorosas". Fácil, infelizmente, é ver uma atriz que fez uma simpática e linda professora em programa educativo se tornar, de repente, uma beata reacionária. Até porque a religiosidade é a marquise do reacionarismo. Nada a ver com o mundo de contos de fadas da fé conservadora travestida de discurso suave e pose de falso progressismo. "Médiuns" não são fadas-madrinhas!!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

PESQUISISMO E RELATORISMO

As mais recentes queixas a respeito do governo Lula ficam por conta do “pesquisismo”, a mania de fazer avaliações precipitadas do atual mandato do presidente brasileiro, toda quinzena, por vários institutos amigos do petista. O pesquisismo são avaliações constantes, frequentes e que servem mais de propaganda do governo do que de diagnóstico. Pesquisas de avaliação a todo momento, em muitos casos antecipando prematuramente a reeleição de Lula, com projeções de concorrentes aqui e ali, indo de Michelle Bolsonaro a Ciro Gomes. Somente de um mês para cá, as supostas pesquisas de opinião apontavam queda de popularidade de Lula, e isso se deu porque os próprios institutos foram criticados por serem “chapa branca” e deles se foi cobrada alguma objetividade na abordagem, mesmo diante de métodos e processos de pesquisa bastante duvidosos. Mas temos também outro vício do governo Lula, que ninguém fala: o “relatorismo”. Chama-se de relatorismo essa mania de divulgar relatórios fantásticos sobre s...

BRASIL PASSOU POR SEIS DÉCADAS DE RETROCESSOS SOCIOCULTURAIS

ANTES RECONHECIDA COMO SÉRIO PROBLEMA HABITACIONAL, A FAVELA (NA FOTO, A ROCINHA NO RIO DE JANEIRO) TORNOU-SE OBJETO DA GLAMOURIZAÇÃO DA POBREZA FEITA PELAS ELITES INTELECTUAIS BRASILEIRAS. A ideia, desagradável para muitos, de que o Brasil não tem condições para se tornar um país desenvolvido está na deterioração sociocultural que atingiu o Brasil a partir de 1964. O próprio fato de muitos brasileiros se sentirem mal acostumados com essa deterioração de valores não significa que possamos entrar no clube de países prósperos diante dessa resignação compartilhada por milhares de pessoas. Não existe essa tese de o Brasil primeiro chegar ao Primeiro Mundo e depois “arrumar a casa”, como também se tornou inútil gourmetizar a decadência cultural sob a desculpa de “combater o preconceito”. Botar a sujeira debaixo do tapete não limpa o ambiente. Nosso país discrimina o senso crítico, abrindo caminho para os “novos normais” que acumulamos, precarizando nosso cotidiano na medida em que nos resig...

“GALERA”: OUTRA GÍRIA BEM AO GOSTO DA FARIA LIMA

Além da gíria “balada” - uma gíria que é uma droga, tanto no sentido literal como no sentido figurado - , outra gíria estúpida com pretensões de ser “acima dos tempos e das tribos” é “galera”, uma expressão que chega a complicar até a nossa língua coloquial. A origem da palavra “galera” está no pavimento principal de um navio. Em seguida, tornou-se um termo ligado à tripulação de um navio, geralmente gente que, entre outras atividades, faz a faxina no convés. Em seguida, o termo passou a ser adotado pelo jornalismo esportivo porque o formato dos estádios se assemelhava ao de navios. A expressão passou a ser usada, também no jornalismo esportivo, para definir o conjunto de torcedores de futebol, sendo praticamente sinônimo de “torcida”. Depois o termo passou a ser usado pelo vocabulário bicho-grilo brasileiro, numa época em que havia, também, as sessões de cinema mostrando notícias do futebol pelo Canal 100 e também a espetacularização dos campeonatos regionais de futebol que preparavam...

“ROCK PADRÃO 89 FM” PERMITE CULTUAR BANDAS FICTÍCIAS COMO O VELVET SUNDOWN

Antes de irmos a este texto, um aviso. Esqueçamos os Archies e os Monkees, bandas de proveta que, no fundo, eram muito boas. Principalmente os Monkees, dos quais resta vivo o baterista e cantor Micky Dolenz, também dublador de desenhos animados da Hanna-Barbera (também função original de Mark Hamill, antes da saga Guerra nas Estrelas).  Essa parcela do suposto “rock de mentira” até que é admirável, despretensiosa e suas músicas são muito legais e bem feitas. E esqueçamos também o eclético grupo Gorillaz, influenciado por hip hop, dub e funk autêntico, porque na prática é um projeto solo de Damon Albarn, do Blur, com vários convidados. Aqui falaremos de bandas farsantes mesmo, sejam bandas de empresários da Faria Lima, como havíamos descrito antes, seja o recente fenômeno do Velvet Sundown, grupo de hard rock gerado totalmente pela Inteligência Artificial.  O Velvet Sundown é um quarteto imaginário que foi gerado pela combinação de algoritmos que produziram todos os elementos d...

LULA DEVERIA SE APOSENTAR E DESISTIR DA REELEIÇÃO

Com o anúncio recente do ator estadunidense Michael Douglas de que iria se aposentar, com quase 81 anos de idade, eu fico imaginando se não seria a hora do presidente Lula também parar. O marido de Catherine Zeta-Jones ainda está na sua boa saúde física e mental, melhor do que Lula, mas o astro do filme Dia de Fúria (Falling Down) , de 1993, decidiu que só vai voltar a atuar se o roteiro do filme valer realmente a pena  Lula, que apresenta sérios problemas de saúde, com suspeitas de estar enfrentando um câncer, enlouqueceu de vez. Sério. Persegue a consagração pessoal e pensa que o mundo é uma pequena esfera a seus pés. Seu governo parece brincadeira de criança e Lula dá sinais de senilidade quando, ao opinar, comete gafes grotescas. No fim da vida, o empresário e animador Sílvio Santos também cometeu gafes similares. Lula ao menos deveria saber a hora de parar. O atual mandato de Lula foi uma decepção sem fim. Lula apenas vive à sombra dos mandatos anteriores e transforma o seu at...

ATÉ PARECE BRIGUINHA DE ESCOLA

A guerra do tarifaço, o conflito fiscal movido pelo presidente dos EUA, Donald Trump, leva ao paroxismo a polarização política que aflige principalmente o Brasil e que acaba envolvendo algumas autoridades estrangeiras, diante desse cenário marcado por profundo sensacionalismo ideológico. Com o "ativismo de resultados" pop das esquerdas woke  sequestrando a agenda esquerdista, refém do vício procrastinador das esquerdas médias, que deixam as verdadeiras rupturas para depois - vide a má vontade em protestar contra Michel Temer e Jair Bolsonaro, acreditando que as instituições, em si, iriam tirá-los de cena - , e agora esperam a escala 6x1 desgastar as mentes e os corpos das classes trabalhadoras para depois encerrar com essa triste rotina de trabalho. A procrastinação atinge tanto as esquerdas médias que contagiaram o Lula, ele mesmo pouco agindo no terceiro mandato, a não ser na produção de meros fatos políticos, tão tendenciosos que parecem mais factoides. Lula transforma seu...

NEM SEMPRE OS BACANINHAS TÊM RAZÃO

Nesta suposta recuperação da popularidade de Lula, alimentada pelo pesquisismo e sustentada pelos “pobres de novela” - a parcela “limpinha” de pessoas oriundas de subúrbios, roças e sertões - , o faz-de-conta é o que impera, com o lulismo se demonstrando um absolutismo marcado pela “democracia de um homem só”. Se impondo como candidato único, Lula quer exercer monopólio no jogo político, se recusando a aceitar que a democracia não está dentro dele, mas acima dele. Em um discurso recente, Lula demoniza os concorrentes, dizendo para a população “se preparar” porque “tem um monte de candidato na praça”. Tão “democrático”, o presidente Lula demoniza a concorrência, humilhando e depreciando os rivais. Os lulistas fazem o jogo sujo do valentonismo ( bullying ), agredindo e esnobando os outros, sem respeitar a diversidade democrática. Lula e seus seguidores deixam bem claro que o petista se acha dono da democracia. Não podemos ser reféns do lulismo. Lula decepcionou muito, mas não podemos ape...

A FALSA RECUPERAÇÃO DA POPULARIDADE DE LULA

LULA EMPOLGA A BURGUESIA FANTASIADA DE POVO QUE DITA AS NARRATIVAS NAS REDES SOCIAIS. O título faz ficar revoltado o negacionista factual, voando em nuvens de sonhos do lulismo nas redes sociais. Mas a verdade é que a aparente recuperação da popularidade de Lula foi somente uma jogada de marketing , sem reflexão na realidade concreta do povo brasileiro. A suposta pesquisa Atlas-Bloomberg apontou um crescimento para 49,7%, considerado a "melhor" aprovação do presidente desde outubro de 2024. Vamos questionar as coisas, saindo da euforia do pesquisismo. Em primeiro lugar, devemos pensar nas supostas pesquisas de opinião, levantamentos que parecem objetivos e técnicos e que juram trazer um recorte preciso da sociedade, com pequenas margens de erros. Alguém de fato foi entrevistado por alguma dessas pesquisas? Em segundo lugar, a motivação soa superficial, mais voltada ao espetáculo do que ao realismo. A recuperação da popularidade soa uma farsa por apenas envolver a bolha lulist...

RADIALISMO ROCK: FOMOS ENGANADOS DURANTE 35 ANOS!!

LOCUTORES MAURICINHOS, SEM VIVÊNCIA COM ROCK, DOMINAVAM A PROGRAMAÇÃO DAS DITAS "RÁDIOS ROCK" A PARTIR DOS ANOS 1990. Como o público jovem foi enganado durante três décadas e meia. A onda das “rádios rock” lançada no fim dos anos 1980 e fortalecida nos anos 1990 e 2000, não passou de um grande blefe, de uma grande conversa para búfalos e cavalos doidos dormirem. O que se vendeu durante muito tempo como “rádios rock” não passavam de rádios pop comuns e convencionais, que apenas selecionavam o que havia de rock nas paradas de sucesso e jogavam na programação diária. O estilo de locução, a linguagem e a mentalidade eram iguaizinhos a qualquer rádio que tocasse o mais tolo pop adolescente e o mais gosmento pop dançante. Só mudava o som que era tocado. Não adiantava boa parte dos locutores pop que atuavam nas “rádios rock” ficarem presos aos textos, como era inútil eles terem uma boa pronúncia de inglês. O ranço pop era notório e eles continuavam anunciando bandas como Pearl Jam e...

LÓGICA DAS "PSICOGRAFIAS" É A MESMA DOS ABUSOS DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

HUMBERTO DE CAMPOS, OLAVO BILAC E RAUL SEIXAS - Exemplos mais vergonhosos do que oficialmente se define como "psicografias". É vergonhosa a tentativa de reabilitação do Espiritismo brasileiro, a pior religião de todas mas que se deixa prevalecer pelo pretenso sabor melífluo de suas pregações, tal qual uma mancenilheira institucional. Além da patética novela A Viagem  - amaldiçoada tanto na versão da TV Tupi quanto da Rede Globo - , temos mais um filme da franquia "Nosso Lar" que só agrada mesmo a setores místicos e paternalistas da elite do bom atraso, a "bolha" que impulsiona o sucesso "fogo de palha" dos filmes "espíritas". Pois bem, eu, que fui "espírita" durante 28 anos, entre 1984 e 2012, tendo que largar a religião durante um fase terrível de minha vida particular, posso garantir que o Espiritismo brasileiro é muito pior do que as seitas neopentecostais no sentido de que, pelo menos, os "neopentecostais" possue...