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É PRECISO DELIMITAR O CULTURALISMO DA CLASSE MÉDIA

A CLASSE MÉDIA FEZ AS ESQUERDAS IDENTITÁRIAS, COM SEU CLIMA DE FESTA, TIRAREM DE CENA AS ESQUERDAS TRABALHISTAS.

Temos que delimitar a classe média brasileira e seu sistema de valores. Muitos dos valores que se observam no Brasil e tidos como "universais", "atemporais" e "sem ideologia" são na verdade privativos dessa classe.

Cultura brega-popularesca, culto à personalidade de "bispos evangélicos" e "médiuns espíritas", fanatismo por futebol, gosto musical preguiçoso limitado ao hit-parade, leitura anestésica de livros que passam longe de qualquer função de trazer conhecimento, e até a supervalorização de fenômenos comerciais estrangeiros, como Guns N'Roses e Michael Jackson, que terminou a vida como subcelebridade nos EUA mas no Brasil é até hoje visto como "coisa de outro mundo".

Na extrema-direita, temos o medievalismo alucinado com verniz de rebeldia e um conservadorismo retrógrado e vingativo. Um reacionarismo terraplanista, turrão e socialmente perigoso.

Nas esquerdas médias, as esquerdas mainstream, temos o identitarismo festivo que tirou de cena as esquerdas trabalhistas, estas uma espécie em extinção, pois o proletariado anda decepcionado com Lula, que age como se fosse um grande pelego ao pregar um neoliberalismo com pequenas brechas sociais.

Poucos conseguem entender isso, já que é grande a dificuldade de entender tantas coisas, como a "sensualidade de guerra" que a objetificação do corpo feminino, travestida de "empoderamento feminista", traz à opinião pública, e que faz muitas mulheres usarem equivocadamente a sensualidade como medida para promover a auto-estima. 

Temos também o tenebroso "brega vintage", em que a breguice musical dos anos 1970 aos 2000 é relançada através de um tendencioso "saudosismo de resultados", que promove antigos ídolos da mediocridade musical do passado como se fossem falsos gênios.

Temos a idiotização da vida de solteiro, focada num hedonismo alienante e, ao mesmo tempo, arrogante e infantilizado. Temos o vitimismo de funqueiros, dentro do ufanismo das favelas que mostra o quanto a miséria humana ficou glamourizada, "deixando de ser" um problema para ser uma identidade e até um ideal de vida.

Temos horrorosos filmes neopentecostais cheios de efeitos especiais e enredos escalafobéticos sobre a Bíblia que carregam muita grandiloquência. E temos filmes "espíritas" não menos horrorosos, que mais parecem imitações ruins de novelas da Globo feitas pelo SBT, com um moralismo gosmento narrado de maneira sorridente por um enredo dotado de muita pieguice falsamente humanista.

Se, no âmbito sociopolítico, o Brasil de 2022 está pior do que o de 2002, culturalmente o nosso país está pior do que em 1962, quando o Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes iniciou suas atividades de campo, um ano após sua fundação. 

Antes, se podíamos questionar os sambas-enredos e o Carnaval carioca e paulista, que têm lá sua relevância apesar de hoje estarem distantes das raízes do povo negro e pobre, se hoje fazemos alguma crítica ao "funk" surgem uns bebês chorões da intelectualidade "bacana" se queixando do que entendem como "preconceito", demonizando uns dois ou três críticos que impedem o estilo brega-popularesco de se tornar uma pretensa unanimidade.

Esse culturalismo que prevalece no Brasil, que inclui ainda a supervalorização dos reality shows - a ponto de transformar o Big Brother Brasil na "nova Hollywood" brasileira - , nulidades como a "Farofa da GKay", o fanatismo do futebol brasileiro como pretenso patriotismo e a errônea reputação do seriado Chaves no Brasil como "humor de vanguarda" (com todo respeito ao seriado mexicano, mas ele soa antigo e datado e segue fórmulas de humor típicas dos anos 1950), revela o atraso que como areia movediça faz afundar o Brasil.

E tudo isso é popular, universal, imparcial, ecumênico, racional e multipolarizado? Não. Tudo isso é culturalismo de classe média. Um culturalismo viralata, capaz de exaltar a literatura fake dos chamados "médiuns espíritas" ou achar que Michael Jackson é "o gênio dos gênios" da música mundial, coisa tão rasteiramente brasileira como o risível Dia Mundial do Rock, promovido por uma 89 FM que hoje "decaiu do alto", arruinando sua reputação de "rádio rock" por ser "empresarial demais" (um de seus donos é chefão das elites da Faria Lima).

Temos que ver que todos esses valores que envolvem os fenômenos acima citados são, na verdade, valores de uma classe média vira-lata, tão vira-lata que chega a ser seletiva no reconhecimento da ideia de "viralatismo cultural". Com tanto lixo cultural a zelar, se limitam a admitir como viralatismo apenas onde se vê a Estética da Raiva, a linguagem do hidrofobês, a doutrina do Raivismo.

Mas muitas coisas "legais" apreciadas no Brasil, de ídolos cafonas dos anos 1970 a "médiuns" consagrados pela pretensa caridade, também são viralatismo cultural, tanto ou mais do que os berros de Silas Malafaia e os surtos diversos dos principais bolsonaristas, sejam o próprio Jair Bolsonaro e seus quatro filhos, sejam Carla Zambelli e Roberto Jefferson, sem falar do Sérgio Moro.

Isso é tão certo que o culto ao "médium da peruca" de Uberaba - um Maharishi metido a besta transformado em "líder humanista" pelas alucinadas elites do atraso - segue os mesmos elementos da idolatria ao Sérgio Moro: uma confusão de pretensas atribuições, em que o "médium" vira, ao mesmo tempo, dublê de filósofo, profeta, cientista, psicólogo, conselheiro sentimental e filantropo, e o ex-juiz é visto como dublê de ativista político, delegado, tira, detetive e super-herói. Em ambos os casos, do "médium da peruca" e do "lavajatista de Maringá", seus defensores andam vendo demais televisão.

E isso é próprio de uma classe média que precisa ser delimitada. Não, ela não está acima das elites, da mesma forma que ela não é dona da verdade, dona dos desejos do povo brasileiro e muito menos aspirante a dona do mundo. Essa classe média vira-lata, que entre outras coisas perde tempo e saúde mental se atormentando demais por onze homens de um time de futebol, achando que a felicidade depende de uma vitória de uma simples partida, precisa ser definida como uma elite, não como uma instituição divinizada.

É essa classe média, "filha" do "milagre brasileiro" de 1969-1974, que detém as rédeas dessa "cultura diversificada" que prevalece no Brasil, que alterna entre a permissividade hedonista do identitarismo infantilizado e o obscurantismo castrador e pseudo-filosófico da fé religiosa supervalorizada.

Devemos ver que esses valores que a gente vê nas redes sociais, na grande mídia ou mesmo nos círculos sociais presenciais, são na verdade originários de um culturalismo que só interessa, na verdade, a uma elite cheia de dinheiro e vazia de genuíno saber. Por isso, cabe começarmos a ver esses valores como privativos de uma elite e não como valores "naturais" e "orgânicos" que surgem trazidos pelo ar puro.

Afinal, esse culturalismo não é o Brasil que queremos. Não é o Brasil que deveria ser. É um falso Brasil construído pela ditadura militar, pelo elitismo midiático, empresarial, coronelista e político que buscaram criar métodos "alternativos" ao AI-5 para enfraquecer culturalmente o povo brasileiro, sem que a maioria das pessoas perceba.

Por isso, boa parte desse sistema de valores que temos é falsamente universal. São valores elitistas, que, mesmo aparentemente apreciados pelas classes populares e facilmente compartilhados por um grande número de pessoas nas redes sociais, seguem processos traiçoeiros de popularização resultantes de muito planejamento estratégico da grande mídia e do mercado. Daí que o comportamento do povo pobre de hoje reflete o tipo de povo que as ricas elites gostam.

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