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MULHERES DE FIBRA NÃO SÃO COMUNS NO BRASIL DO MACHISMO ESTRUTURAL


Neste Brasil dotado de viralatismo cultural enrustido, perder duas mulheres de personalidade forte como a ex-jogadora de vôlei Isabel Salgado, morta ontem, e a cantora Gal Costa, que nos deixou no último dia 09, são coisas de fazer careca arrancar os cabelos e mudo sair pelas ruas gritando por todos os lados.

Num país em que pessoas diferenciadas em geral, na maioria, morrem cedo ou no auge de suas atividades - só para citar, o genial Mário de Andrade, um dos maiores intelectuais do país, morrreu precocemente sem chegar a viver 52 anos de idade - , o falecimento de mulheres faz uma diferença bastante negativa. Até hoje a morte da cantora Sylvia Telles, ocorrida em 1966, mantém uma lacuna muito forte na Música Popular Brasileira. 

O Brasil de uma educação escolar deficitária e uma educação social e familiar também precarizadas faz com que mulheres com personalidade forte não sejam tão comuns. Não são tão raras, é verdade, mas também poderiam ser mais do que são. E não vamos fingir que mulheres medíocres são "geniais à sua maneira" para agradar o lobby do politicamente correto. E não estamos criticando só as bolsonaristas.

Por ironia, Isabel, estrela das quadras de vôlei dos anos 1980, e Gal, musa tropicalista com mais de 55 anos de carreira, sinalizaram para o novo governo Lula, que elas viveram para vê-lo eleito. Embora com as devidas irregularidades de campanha e seu projeto político ter abandonado o esquerdismo, Lula ainda guarda uma afetividade muito forte entre personalidades de perfil progressista. E Isabel havia sido designada, dois dias antes de falecer, para atuar na área de Esportes do governo de transição.

Sim, temos e continuamos tendo mulheres com fibra, com diferencial, e não são poucas. Mas o que se tem que lamentar é o outro lado, quando vemos uma subcelebridade cheia de pretensiosismo, que usa o nome artístico de Mulher Melão, desperdiçando seus 39 anos de vida fazendo o papel de mulher-objeto metida a "feminista", concorrendo, num plano mais politicamente correto, com Geisy Arruda e, num plano ainda mais politicamente correto, com Valesca Popozuda.

É lamentável isso. Mulheres que usam a hipersexualização como um monotema, como se a erotização fosse um engajamento político. E o mais grave disso tudo é que, além da erotização, temos o fanatismo esportivo e religioso e o gosto musical popularesco que fazem com que muitas mulheres no Brasil prefiram sucumbir a hábitos patéticos sob a desculpa da "liberdade", sem medir escrúpulos nem sentir remorsos. Isso num país em que liberdade é uma concessão de uns poucos donos de mídia, do finado Otávio Frias Filho ao Tutinha, passando por Sílvio Santos e os irmãos Marinho.

SE NOS EUA MULHERES VIBRANTES COMO BRITTANY MURPHY, QUE TERIA FEITO 45 ANOS DE IDADE, FAZEM FALTA, IMAGINE NO BRASIL...

Infelizmente, as mulheres de personalidade forte, que se destacam pela inteligência, pelo senso de humor e outras qualidades trabalhadas de forma incomum e peculiar, não servem de referência para a maioria das mulheres brasileiras, que preferem a zona de conforto de defender valores convencionais, fingir um empoderamento que mais parece um narcisismo a disfarçar sua mediocridade pessoal.

Isso vai desde mulheres que preferem ser insensíveis e acham ridículo adotarem um comportamento feminino, como ser graciosa, por exemplo, preferindo "competir com os homens" através de um "feminismo de guerra", até outras mulheres que preferem uma personalidade mais tola e hábitos "normais" como o fanatismo religioso e esportivo e o gosto musical medíocre.

Decorar quartos de solteira com o time de futebol de sua preferência, gostar de "médiuns espíritas" que produzem livros fake e pregam ideias medievais (mas pretensamente vendidas como "futuristas"), manter uma rotina desinteressante e nada criativa de suas vidas e mostrar apenas referenciais culturais óbvios e previsíveis fazem com que muitas mulheres se "apaguem" com sua "liberdade" de ser medíocre.

Ficamos imaginando como seria dramático, no contexto brasileiro, a falta de uma personalidade vibrante como era a Brittany Murphy, estrela de As Patricinhas de Beverly Hills (Clueless), que teria feito 45 anos há uma semana. Se Brittany já faz falta no contexto dos EUA, com seu jeito próprio de ser, seu talento e sua capacidade de alegrar e ajudar as pessoas, pois ela tinha fama de altruísta, imagine no contexto brasileiro.

Aqui o que vemos são mulheres botando memes de frases de "médiuns" e "bispos" entre uma foto sensual aqui e outra de paisagem ali. Ou dançarinas de "pagodão" que se acham "empoderadas" e continuam fazendo o papel de objetos sexuais através da dança. Ou mulheres que só se envolvem com "sensualidade" e ainda são muito arrogantes, achando que são "donas do seu nariz" quando elas na verdade seguem um machismo estrutural que domina boa parte das brasileiras.

Daí ser menos comum haver uma Isabel Salgado dando suas opiniões, fazendo o seu engajamento próprio, assim como Gal Costa em vários momentos. São mulheres com atitudes próprias e autônomas, e se Gal Costa não optou por ser compositora, na maioria das vezes escolhia compositores talentosos. Menos mal.

O machismo estrutural brasileiro atinge as mulheres que não têm culpa por assimilar esses valores. Elas são vítimas de um "sistema" que as obriga a optar entre serem patéticas ou meramente banais ou insossas, ou então a escolher homens vistos como supostos protetores e provedores. A busca de parceiros por esse status quo custou a vida de muitas mulheres, através de feminicídios que não podem ser subestimados, porque não matam só fêmeas, matam também individualidades. 

Afinal, mulher não é capim, há mulheres que, quando morrem, deixam lacunas que outras dificilmente preencherão. Algumas conseguem, outras não. Mas a peculiaridade de cada mulher é praticamente única, não podemos concordar com o idiota da Internet que acha que mulher é um objeto que, quando quebrado, pode ser substituído por outro.

O problema não é uma mulher gostar de esporte ou ter religiosidade. Isabel foi uma grande esportista e teve uma personalidade forte, como a Hortência Marcari que continua entre nós e é da mesma geração.

O problema é quando o esporte vira obsessão, deixando de ser um lazer e virar uma paranoia disfarçada de "paixão intensa". Ou então quando a religiosidade vira a fé fanática que produz o medievalismo rancoroso católico ou neopentecostal ou o obscurantismo disfarçado do aparato melífluo do espiritualismo de fachada.

Devemos melhorar o sistema de valores no Brasil, para que haja menos Mulher Melão e mais mulheres do nível da Isabel Salgado. Menos Valesca Popozuda e mais Gal Costa, mais Nara Leão, mais Sylvia Telles, mais Elizeth Cardoso. As mulheres deveriam mostrar um diferencial de não se sujeitar à mediocridade que atinge quase todos os setores da vida humana no Brasil.

Que as mulheres busquem a espiritualidade em personalidades do nível da Brittany Murphy lá fora, espirituosa sem recorrer a mofados espiritualismos religiosos de "médiuns" feiosos pregando um moralismo conservador, que até destoa da vida pessoal de certas atrizes "espiritualizadas", voltadas ao Sol de praia na Barra da Tijuca e não nas trevas obscurantistas de Uberaba.

O Brasil precisa mudar os seus valores, deixar para trás o culturalismo dos tempos de Ernesto Geisel que ainda resiste ao longo desses 48 últimos anos, pois o preço a ser pago é altíssimo, quando perdemos mulheres diferenciadas que deixam alguma lacuna na nossa sociedade, enquanto outras mulheres pensam que "liberdade" é levar uma vida insossa, para não dizer idiotizada.

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