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CONGRESSO NÃO QUER BOLSA FAMÍLIA FORA DO TETO DE GASTOS DE FORMA PERMANENTE

 
Por causa da frente ampla demais, Lula já começa a ver sua conta custar caro. A "democracia" já trouxe desentendimentos entre economistas neoliberais e progressistas, além de exigir que Lula cancele a revogação da reforma trabalhista e negocie a retirada do programa Bolsa Família do teto de gastos por apenas dois ou quatro anos, mas não de forma permanente.

A PEC da Transição propõe a retirada, sem prazo definido, do Bolsa Família do teto de gastos do Orçamento da União. Mas o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), quer que o prazo fique por até dois anos.

Pacheco declarou: "Me parece que a pretensão do governo, de fato, é o maior tempo possível, que seria o prazo de quatro anos. A lógica de se ter com o prazo indefinido, ou seja, determinar a retirada do teto de gastos o Bolsa Família integralmente, já está claro que não encontra ressonância no Congresso".

Há uma agilização do governo de transição, comandado pelo vice-presidente da chapa eleita, Geraldo Alckmin, para que a PEC seja aprovada em janeiro, para que se valham as mudanças já em 2023. Mas consta-se que o Congresso Nacional não quer que o Bolsa Família seja excluído de forma permanente do teto de gastos públicos.

A retirada do programa do teto de gastos é para garantir a responsabilidade fiscal sem estourar o limite orçamentário. Além disso, o Bolsa Família, da forma como deseja Lula, com o valor de R$ 600, exige um investimento de R$ 175 bilhões, que também serão voltados à concessão de R$ 150 para cada filho de família pobre que tiver até seis anos de idade.

E vamos lembrar que se trata de um auxílio paliativo e bastante moderado, pois o Bolsa Família irá acompanhar um aumento anual do salário mínimo do atual valor de R$ 1.212 para R$ 1.319, um reajuste de apenas 8,8%. É alguma coisa para combater a fome de muitos brasileiros pobres, mas longe de representar uma qualidade de vida significativa, pois não há a superação da pobreza simbólica da inferioridade social, pois na prática os pobres ficarão, praticamente, apenas melhor alimentados.

Diante disso, o governo Lula já é o mais moderado dos três mandatos, mesmo antes de ter começado. O custo político da frente ampla, segundo especialistas, é bem maior do que em 2002, e com isso o "Brasil feliz de novo" é uma utopia praticamente impossível de se realizar. Se Lula conseguir afastar a ameaça bolsonarista e fazer um governo nos níveis de Fernando Henrique Cardoso, será alguma coisa.

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