As esquerdas foram vítimas de uma pegadinha de O Globo.
O artigo de Ascânio Seleme, ex-diretor de redação do periódico dos Marinho e porta-voz de seus patrões, jogou hoje um artigo chamado "Lula Inocente".
Desavisados, setores das esquerdas comemoraram. Sem perceber o real conteúdo, que descreve a possibilidade do Supremo Tribunal Federal dar ganho de causa aos advogados de Lula no processo de suspeição do juiz Sérgio Moro, as esquerdas comemoraram o que não houve.
Ou seja, nem Ascânio nem O Globo reconhecem a inocência de Lula. O articulista apenas cita o processo contra Moro como um "tapetão jurídico".
Seleme continua afirmando que Lula e Dilma Rousseff acolheram "incontáveis e astronômicos esquemas de corrupção".
Seleme diz que a "inocência" teria que ser provada por um novo julgamento, a começar do zero, que, para o jornalista, "levaria tempo" para ser realizado.
O articulista também lamenta que Lula "está isolado" e não quer dialogar com o "centro" (eufemismo para centro-direita).
As esquerdas, iludidas, acharam que O Globo admitiu a inocência a Lula e reconhece a sua candidatura à Presidência da República, banida em 2018.
Infelizmente, as esquerdas às vezes sentem seduzidas pelos referenciais trazidos pela mídia de centro-direita.
A Rede Globo alimentou os cães das esquerdas com rações nada esquerdistas: "médiuns espíritas" tidos como "símbolos de caridade", craques de futebol que se tornaram milionários, funqueiros em geral, entre outros.
Basta estar associado a pobres sorrindo e não ser a pessoa física de Luciano Huck, as esquerdas aderem, não como um "ideal de fora" aceito em nome da não-polarização, mas como se fosse uma causa própria dos esquerdistas.
Até parece que as esquerdas passaram a ver novelas das 21 horas da Rede Globo. E, embora abominando Luciano Huck, assinam embaixo em tudo que ele apoia.
Nessas novelas, tem-se de tudo um pouco: o vovô de boné tido como "caridoso", as festas no núcleo pobre da novela da temporada e aquele artilheiro de futebol que conquista riqueza, fama, compra um carrão importado e faz sucesso com a mulherada.
Recentemente, houve um deslizamento de terra na favela da Mangueira, no Rio de Janeiro, atingindo doze casas, que, felizmente, não causou feridos. Mas houve danos e poderia ter ocorrido coisa pior, como ocorreram em outras ocasiões e em outras favelas.
Mas as esquerdas pecam com aquele discurso de "favela linda", de "como é lindo ser pobre", da favela tida como um "país", um discurso "sem preconceitos", mas muito preconceituoso já questionado no meu livro ESSES INTELECTUAIS PERTINENTES.
Vemos as esquerdas deslumbradas, achando que Jair Bolsonaro cairá com facilidade. E isso apesar do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, não reconhecer os inúmeros crimes do presidente, suficientes para abrir processo de impeachment.
Ah, claro, Rodrigo Maia é tiete do Paulo Guedes, e desde 2016 participa de pautas estratégicas de retrocessos econômicos e sócio-econômicos no Brasil.
Mas as esquerdas, mesmo assim, acham que Bolsonaro vai cair só por ver suas olheiras em várias de suas aparições ou porque a barriga redonda dele lhe dá um aspecto débil.
As esquerdas andam felizes e tem gente até fazendo joguinho perguntando aos internautas qual personalidade esquerdista poderia ser convidada para tomar uma cerveja.
Ou então: uma missa ecumênica que enfatiza uma estranha peculiaridade das esquerdas brasileiras: um apetite exagerado pela fé religiosa.
As lições da Covid-19 e do isolamento social - que parece estar parcialmente se desfazendo - parecem não terem mudado os viciados setores de nossas esquerdas mainstream.
Certa vez, Valesca Popozuda, funqueira amiga de bolsonaristas - uma de suas últimas lives foi com Inês Brasil, figura pitoresca que apareceu ao lado de Jair Bolsonaro - , "lacrou" perfis de esquerdas nas redes sociais com uma frase boba: "quarta me visto de rosa, quinta me visto de laranja?".
A evidente alusão ao "laranjal" de Fabrício Queiroz não justifica a piada que soa um tanto inócua.
As esquerdas brasileiras estão em crise porque não conseguem abrir mão de seus vícios nem largar dos "brinquedos" culturais da centro-direita.
E elas ainda festejam quando as Organizações Globo, supostamente, admitem algum equívoco na campanha contra o PT, Lula e Dilma Rousseff.
O grande mal das esquerdas brasileiras é que elas acham que estamos em 2002, que Jair Bolsonaro é FHC, a Covid-19 é a Plataforma P-36, o isolamento social o racionamento de energia e, por isso, ano que vem teremos Lula presidindo o Brasil.
Mas o buraco é mais embaixo e, sob nosso solo, já repousam 100 mil brasileiros vítimas do coronavírus. Estamos em 2020. Não troquemos o número do ano.
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