Pular para o conteúdo principal

O JACAREZINHO OCULTO NA "CULTURA FELIZ" DE MUITOS

JACAREZINHO, NO RIO DE JANEIRO - A FAVELA SÓ É LINDA PARA QUEM NÃO MORA NELA.

Há um Jacarezinho, aliás, uma porção de Jacarezinhos ocultos na "cultura feliz" e no "grande momento" em que estamos vivendo, no paraíso recreativo das redes sociais.

A não leitura de Esses Intelectuais Pertinentes... impede das pessoas entenderem os motivos da crise cultural que ninguém quer saber.

As pessoas imaginam a "crise cultural", ou seja, os efeitos do culturalismo conservador, como um processo ligado à Economia, Educação e Política.

Cultura, no sentido do cotidiano lúdico e artístico, nunca. Neste caso, temos uma "cultura" imaculada, com pobres sorridentes, obedecendo às expectativas da "boa sociedade" presente no WhatsApp e no Instagram.

Nesta ficção, vivemos um "excelente momento". "Nunca a cultura esteve na sua melhor de todas as fases", diz, com certo exagero, o "bom crítico", que não chega a ter o cinismo da intelectualidade "bacana", mas leva seu solipsismo na boa-fé.

"A cultura está aí. Tudo de tudo, para a gente pegar", diz o "bom crítico", que acabou de pagar R$ 300 por um raro disco de música brasileira dos anos 1930 e completou a discografia de Miles Davis que comprou pela Internet.

Ele não vive em Jacarezinho, Paraisópolis, Preventório, Boca do Rio.

Neles não cabe a "cultura feliz" de ingênuos pobres consumindo música popularesca e alegres pela miséria em que vivem.

O pessoal não lê Esses Intelectuais Pertinentes... e imagina os ideólogos da "pobreza linda" como pessoas admiráveis e amigas do povo.

Esquecem que jornalistas culturais, antropólogos e cineastas são também gente de elite, burgueses que, em troca de uma vantagem, bajulam Lula, Dilma Rousseff, Che Guevara, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Gregório de Mattos, Chiquinha Gonzaga e Antônio Conselheiro.

Nem sabem quem eles realmente são. E se julgam "marxistas" porque viram um mendigo bêbado balbuciando bobagens e dançando igual a uma dançarina do É O Tchan.

Esquecem que fatores culturais contribuíram para o golpe político em que vivemos.

Um golpe que incendiou o Museu Nacional, matou Marielle Franco e Paulo Gustavo, morto pela mesma "gripezinha" que dizimou mais de 420 mil pessoas.

Não foram apenas o noticiário político, os manifestoches e os neopenteques que pediram "uma solução contra tudo que está aí".

Nossa intelligentzia, mesmo fingindo-se de boazinha com as esquerdas, tentou sabotar a cultura popular brasileira e, infelizmente, conseguiu.

Como moleques atirando na vidraça, a intelectualidade pró-brega hoje fugiu.

Antes eles falaram de "combater o preconceito", propondo-nos a "enxergar a pobreza como uma coisa linda, um 'outro paraíso', uma comunidade feliz, próspera (sic) e autossuficiente".

O discurso vitimista-triunfalista era caprichado, e sujou tanto as páginas de Caros Amigos que o jornal-revista faliu, desacreditado por esquerdistas com os pés mantidos no chão, pois nunca quiseram "sair do chão" nem "descer até o chão".

Hoje todos se calam. "Não" houve golpe e o "culturalismo" só se manifesta sem cultura, apenas com Política, Economia, Educação.

Religião, só as neopenteques e algum católico reaça. Os "fakes do bem" do Espiritismo brasileiro conseguem, com um pouco de açúcar nas palavras, empurrar agendas direitistas que, desta forma, chegaram a obter o apoio de setores das esquerdas, mesmo parte de comunistas declarados.

O culturalismo conservador oculto, aquele cuja revelação faz arder as feridas emocionais das pessoas, tenta se manter oculto na medida do possível.

Passam-se panos nesses problemas e nos seus envolvidos, mais do que em carro velho que acumulou poeira durante anos.

As poeiras culturais continuam mantidas, porque neste caso, passar pano não tira a sujeira, antes a espalhasse pelo ar e respirada por muita gente.

Afinal, esse culturalismo conservador oculto do imaginário das pessoas desmascara os oportunistas que tentam fazer os pobres sorrirem sem motivo.

É o espetáculo da bregalização cultural, a espetacularização da miséria, a ilusão das elites "ilustradas", mesmo as de esquerda, em pensarem "como a favela é linda", "como as prostitutas são empoderadas", "o álcool é consolador dos miseráveis sofridos", "o pobre se vira no trabalho precário".

E isso vindo de gente que diz exaltar Lula e buscar um vínculo desesperado a toda a simbologia do imaginário esquerdista.

Mas o pessoal deixa a máscara cair. Não, meus caros, não estou explicando tudo aqui. Esses Intelectuais Pertinentes... explica melhor a espetacularização da pobreza no discurso de seus ideólogos.

Dou apenas umas bases neste blogue. E a vida tanto explica como exige a leitura do livro para entender como o caminho do golpe foi aberto pelo culturalismo oculto da bregalização.

A favela não é linda. É um problema habitacional. Quem merece respeito e apoio não é a favela, mas os favelados. Como não devemos apoiar a prostituição, mas assistir as prostitutas e tirar desse pesadelo mascarado pelo "lindo discurso" dos "intelectuais mais legais do Brasil".

Cria-se um ufanismo das favelas, tratam "favela" como se fosse uma pátria, prendendo os pobres nessas casas precárias, e vai a polícia que, treinada para ser agressiva e com sede de sangue, entra na favela para supostamente capturar um bandido e acaba matando inocentes, inclusive crianças pequenas.

Mata quem vai ao trabalho, quem comemora a aprovação para um curso, quem faz tarefas em casa e quem brinca. E mata quem está ali conversando com um amigo, ou indo visitar um (a) namorado (a).

Nossas elites que consideram Esses Intelectuais Pertinentes... um desperdício literário, preferindo a literatura (?!) supérflua dos livros para colorir, vergonhoso gasto de papel num país que começa a abolir os jornais impressos, não conseguem ver a realidade das favelas.

Tão "progressistas" no discurso fácil nas redes sociais, são reacionários por dentro, no inconsciente que temem explodir com a leitura do meu livro.

Vão correndo esconder suas caras envergonhadas por dentro das páginas dos livrinhos de ficção medieval, ou na literatura analgésica dos livros de auto-ajuda.

Acham que o Brasil está "bem culturalmente" porque há sorrisos aqui e ali nas redes sociais, pessoas fazendo pose de lótus diante do pôr-do-sol, ilustrando frases de efeito banais.

Acham que aqueles que fazem pobre aparentemente sorrir o primor de "progressismo" ou "humanismo".

Mal sabem se os pobres ali foram enganados por algum paliativo oportunista e se seus sorrisos não seriam alegrias provisórias num cotidiano de tragédia permanente.

Ah, "boa sociedade", quanta perversidade lhe é expressa.

Uns, com o horror higienista que os faz festejar a eliminação de pobres no Jacarezinho. Outros, com lágrimas de crocodilos, lamentando a tragédia mas torcendo para que os pobres permaneçam domesticados pelo espetáculo das músicas "populares demais".

Em ambos os casos, o horror aos pobres é o lado sombrio por trás do paraíso fantasioso do parque de diversão digital no Instagram e no WhatsApp.

Mesmo entre as esquerdas identitaristas, há um desejo terrível de ver os pobres domesticados, anestesiados, com sorrisos obedientes, cumprindo o que o "sistema" quer que atuem, como "selvagens modernos" anestesiados.

Um papel resignado e subserviente, seja na suposta "caridade espiritualista" de "médiuns" farsantes, seja pela "festividade" grotesca do entretenimento popularesco.

Essas pessoas têm horror em ser desmascaradas. E se para a direita, Esses Intelectuais Pertinentes... seria "chover no molhado" nas críticas à "intelectualidade petralha", para as esquerdas médias o livro seria uma "injusta" campanha a desmascarar a falácia da "doce vida das periferias".

De que adianta apoiarem os pobres quando eles fazem o papel debilitado diante de um "médium" ou através da diversão bregalizada, se mesmo nessas esquerdas há um horror quando os pobres deixam de serem submissos e passam a lutar por reforma agrária e retomada dos direitos trabalhistas perdidos?

Há muitos Jacarezinhos ocultos nessa "cultura feliz", de gente alarmada que, hipócrita, pede "vamos falar de agendas positivas", como quem quer mudar de assunto.

Depois das lágrimas de crocodilos pelas tragédias que atingem o povo pobre, vão logo correndo para os memes engraçados, para os sucessos popularescos ou para a literatura descartável de livros para colorir às ficções medievais de quinto escalão.

Essas pessoas apenas lavam as mãos, indiferentes aos sangues derramados de muitos pobres inocentes que não aparecem nas alegres canções popularescas, mesmo "funk" ou sofrência.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

INFANTILIZAÇÃO E ADULTIZAÇÃO

A sociedade brasileira vive uma situação estranha, sob todos os aspectos. Temos uma elite infantilizada, com pessoas de 18 a 25 anos mostrando um forte semblante infantil, diferente do que eu via há cerca de 45 anos, quando via pessoas de 22 anos que me pareciam “plenamente adultas”. É um cenário em que a infantilizada sociedade woke brasileira, que chega a definir os inócuos e tolos sucessos “Ilariê” e “Xibom Bom Bom” cono canções de protesto e define como “Bob Dylan da Central” o Odair José, na verdade o “Pat Boone dos Jardins”, apostar num idoso doente de 80 anos para conduzir o futuro do Brasil. A denúncia recente do influenciador e humorista Felca sobre a adultização de menores do ídolo do brega-funk Hytalo Santos, que foi preso enquanto planejava fugir do Brasil, é apenas uma pequena parte de um contexto muito complexo de um colapso etário muito grande. Isso inclui até mesmo uma geração de empresários e profissionais liberais que, cerca de duas décadas atrás, viraram os queridões...

LUÍS INÁCIO SUPERSTAR

Não podemos estragar a brincadeira. Imagine, nós, submetidos aos fatos concretos e respirando o ar nem sempre agradável da realidade, termos que desmascarar o mundo de faz-de-conta do lulismo. A burguesia ilustrada fingindo ser pobre e Lula pelego fingindo governar pelos miseráveis. Nas redes sociais, o que vale é a fantasia, o mundo paralelo, o reino encantado do agradável, que ganha status de “verdade” se obtém lacração na Internet e reconhecimento pela mídia patronal. Lula tornou-se o queridinho das esquerdas festivas, atualmente denominadas woke , e de uma burguesia flexível em busca de tudo que lhe pareça “legal”, daí o rótulo “tudo de bom”. Mas o petista é visto com desconfiança pelas classes populares que, descontando os “pobres de novela”, não se sentem beneficiadas por um governo que dá pouco aos pobres, sem tirar muito dos ricos. A aparente “alta popularidade” de Lula só empolga a “boa” sociedade que domina as narrativas nas redes sociais. Lula só garante apoio a quem já está...

BRASIL QUER SER POTÊNCIA COM VIRALATISMO

A "CONQUISTA DO MUNDO" DO BRASIL COMO "POTÊNCIA" É APENAS EXPRESSÃO DE UMA ELITE QUE SE SENTE NO AUGE DO PODER, A BURGUESIA ILUSTRADA. A vitória de uma equipe de ginástica rítmica que se apresentou ao som da tenebrosa canção "Evidências", composição do bolsonarista José Augusto consagrada pela dupla canastrona Chitãozinho & Xororó, mostra o espírito do tempo de um Brasil que, um século depois, vive à sua maneira os "anos loucos" ( roaring twenties ) vividos pelos EUA nos anos 1920. É o contexto em que as redes sociais espalham o rumor de que o Brasil já se tornou "potência mundial" e se "encontra agora entre os países desenvolvidos", sinalizando a suposta decadência do império dos EUA. Essa narrativa, própria de um conto de fadas, já está iludindo muita gente boa e se compara ao mito da "nova classe média" do governo Dilma Rousseff. A histeria coletiva em torno do presidente Lula, que superestima o episódio do ta...

TEM BRASILEIRO INVESTINDO NO MITO MICHAEL JACKSON

Já prevenimos que o cantor Michael Jackson, que teria feito 67 anos ontem, virou um estranho fenômeno "em alta" no Brasil, como se tivesse sido "ressuscitado" em solo brasileiro. Na verdade, o finado ídolo pop virou um hype  tão sem imaginação que a lembrança do astro se dá somente a sucessos requentados, como "Beat It", "Billie Jean" e "Thriller". Na verdade, essa reabilitação do Rei do Pop, válida somente em território brasileiro, onde o cantor é supervalorizado ao extremo, a ponto de inventar qualidades puramente fake  - como alegar que ele foi roqueiro, pesquisador cultural, ateu, ativista político etc - , é uma armação bem articulada tramada pela Faria Lima, sempre empenhada em ditar os valores culturais que temos que assimilar. De repente Michael Jackson começou a "aparecer" em tudo, não como um fantasma assombrando os cidadãos, mas como um personagem enfiado tendenciosamente em qualquer contexto, como numa estratégia de...

A MIRAGEM DO PROTAGONISMO MUNDIAL BRASILEIRO

A BURGUESIA ILUSTRADA BRASILEIRA ACHA QUE JÁ CONQUISTOU O MUNDO. Podem anotar. Isso parece bastante impossível de ocorrer, mas toda a chance do Brasil virar protagonista mundial, e hoje o país tenta essa façanha testando a coadjuvância no antagonismo político a Donald Trump, será uma grande miragem. Sei que muita gente achará este aviso um “terrível absurdo”, me acusando de fazer fake news ou “ter falta de amor a Deus”, mas eu penso nos fatos. Não faço jornalismo Cinderela, não estou aqui para escrever coisas agradáveis. Jornalismo não é a arte de noticiar o desejado, mas o que está acontecendo. O Brasil não tem condições de virar um país desenvolvido. Conforme foi lembrado aqui, o nosso país passou por retrocessos socioculturais extremos durante seis décadas. Não serão os milagres dos investimentos, a prosperidade e a sustentabilidade na Economia que irão trazer uma cultura melhor e, num estalo, fazer nosso país ter padrões mais elevados do que os países escandinavos, por exemplo....

MICHAEL JACKSON: O “NOVO ÍDOLO” DA FARIA LIMA?

MICHAEL JACKSON EM SUA DERRADEIRA APARIÇÃO, EM 24 DE JUNHO DE 2009. O viralatismo cultural enrustido, aquele que ultrapassa os limites do noticiário político que carateriza o “jornalismo da OTAN” - corrente de compreensão político-cultural, fundamentada num “culturalismo sem cultura”, que contamina as esquerdas médias abduzidas pela mídia patronal - , tem desses milagres.  O que a Faria Lima planeja em seus escritórios em Pinheiros e Itaim Bibi (nada contra esses bairros, eu particularmente gosto deles em si, só não curto as ricas elites da grana farta) acaba, com uma logística publicitária engenhosa, fazendo valer não só nas areias do Recreio dos Bandeirantes, mas também nos redutos descolados de Recife, Fortaleza e até Macapá. Vide, por exemplo, a gíria “balada”, jargão de jovens ricos da Faria Lima para uma rodada de drogas alucinógenas. Pois a “novidade” trazida pelos farialimeiros que moldam o comportamento da sociedade brasileira através da burguesia ilustrada, é a “ressurrei...

MÚSICA BREGA-POPULARESCA É UM PRODUTO, UMA MERA MERCADORIA

PROPAGANDA ENGANOSA - EVENTO NO TEATRO MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO EXPLORA A FALSA SOFISTICAÇÃO DO CONSTRANGEDOR SUCESSO "EVIDÊNCIAS", COM CHITÃOZINHO & XORORÓ. O Brasil tem o cacoete de gourmetizar modismos e tendências comerciais, como se fossem a oitava maravilha do mundo. Só mesmo em nosso país os produtores e empresários do entretenimento, quando conseguem entender a gramática de um fenômeno pop dos EUA e o reproduzem aqui - como, por exemplo, o Rouge como imitação das Spice Girls e o Maurício Manieri como um arremedo fraco de Rick Astley - , posam de “descobridores da roda”, num narcisismo risível mas preocupantemente arrogante. Daí que há um estigma de que nosso Brasil a música comercial se acha no luxo de se passar por “anti-comercial” usando como desculpa a memória afetiva do público. Mas não vamos nos iludir com essa mentira muito bem construída e muito bem apoiada nas redes sociais. Você ouve, por exemplo, o “pagode romântico”, e acha tudo lindo e amigável. Ouv...

BEATITUDE VERGONHOSA… E ENVERGONHADA

A idolatria aos chamados “médiuns espíritas” - espécie de “sacerdotes” desse Catolicismo medieval redivivo que no Brasil tem o nome de Espiritismo - é um processo muito estranho. Uma beatitude rápida, de uns poucos minutos ou, se depender do caso, apenas um ou dois dias, manifesta nas redes sociais ou pelo impulso a algum evento da mídia empresarial, principalmente Globo e Folha, mas também refletindo em outros veículos amigos como Estadão, SBT, Band e Abril. Parece novela ruim esse culto à personalidade que blinda esses charlatães da fé dita “raciocinada” - uma ideia sem pé nem cabeça que pressupõe que dogmas religiosos teriam sido “avaliados, testados e aprovados” pela Ciência, por mais patéticos e sem lógica que esses dogmas sejam - , tamanho é o nível de fantasias e ilusões que cercam esses farsantes que exploram o sofrimento humano.  Os “médiuns” foram e são mil vezes mais traiçoeiros que os “bispos” neopentecostais, mas são absolvidos porque conseguem enganar todo mundo com u...

LULA VIROU O CANDIDATO DA ELITE “LEGAL” QUE CONTROLA AS REDES

JOVENS DESPERDIÇANDO SEU DIREITO DE ESCOLHA APOSTANDO NA "DEMOCRACIA DE UM HOMEM SÓ" DE LULA. Um levantamento do Índice Datrix dos Presidenciáveis divulgou dados de agosto último, apontando a liderança do presidente Lula no engajamento das redes sociais. Lula teve um aumento de 55% em relação a julho e ocupa o primeiro lugar, com 24,39 pontos. Já Michelle Bolsonaro, um dos nomes da direita brasileira, cai 53%< estando com 18,80 pontos. Ciro Gomes foi um dos que mais cresceram, indo do sexto para o segundo lugar (verificar os pontos). Lula tornou-se o candidato predileto da “nação Instagram/Tik Tok”. Virou o político preferido da elite “legal” que domina as narrativas nas redes sociais. E isso acontece num contexto bastante complicado em que uma parcela abastada da sociedade aposta em Lula como fiador de um desejo insano de dominar o mundo. Vemos começar o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de envolvimento em um plano de golpe junto a outros militares. E te...

SOBRE A POLARIZAÇÃO ENTRE LULISTAS E BOLSONARISTAS

Sobre a polarização, tema a ser relembrado nas manifestações de hoje, Dia da Independência do Brasil, devemos refletir a respeito do lulismo. Os lulistas não admitem a hipótese de que Lula é o responsável pelo bolsonarismo. Em verdade, Lula não é mesmo, pelo menos por parte de seus propósitos, mas a atuação dele no poder, até em função da polarização que ele representa, acaba provocando a reação dos opositores mais radicais. Ou seja, Lula, estando no poder, sem querer acaba estimulando a reação bolsonarista. Lula não é extremista e seu esquerdismo, observando bem, é muito fraco e tão brando que não assusta a Faria Lima e nem representa rupturas com a ordem social vigente há pelo menos 50 anos. Mas, simbolicamente, Lula é um dos extremos na disputa por hegemonia no imaginário coletivo brasileiro, não podendo o presidente combater a polarização apostando num “Brasil de todos”, afinal ele é um dos polos dessa disputa, não uma força a existir fora da polarização. Isso é tão certo que, em t...