Pular para o conteúdo principal

MONARK É "FILHO" DOS TEMPOS GOLPISTAS DOS ÚLTIMOS ANOS


Ao que eu saiba, Monark era, para mim, uma simpática marca de bicicleta. Mas o nome ultimamente está associado a um problemático influenciador digital.

Nos últimos dias, Monark causou sérios problemas com suas opiniões de "isentão" reacionário, desta vez a respeito do nazismo.

O jovem, que se chama Bruno Aiub, era uma das atrações do portal Flow Podcast, e na ocasião estava ao lado da deputada Tábata Amaral e do também deputado Kim Kataguiri, do Movimento Brasil Livre (aka Movimento Me Livre do Brasil).

Foi no último dia 07. Monark, em certo momento, falou:

"A esquerda radical tem muito mais espaço do que a direita radical, na minha opinião. As duas tinham que ter espaço. Eu sou mais louco que todos vocês. Eu acho que o nazista tinha que ter o partido nazista, reconhecido pela lei".

Tábata discordou do comentário, dizendo:

"A liberdade de expressão termina onde a sua expressão coloca em risco a vida do outro. O nazismo é contra a população judaica e isso coloca uma população inteira em risco".

Monark insistiu em sua visão antissocial:

"Se um cara quisesse ser anti-judeu, eu acho que ele tinha o direito de ser. Você vai matar quem é anti-judeu? […] Ele não está sendo anti-vida, ele não gosta dos ideais [dos judeus]".

Já Kim Kataguiri teria dito que "achava errado" a Alemanha ter criminalizado o nazismo.

A Procuradoria-Geral da República vai investigar as posições de Kataguiri através da assessoria criminal do procurador Augusto Aras, porque o membro do MBL, como parlamentar, goza de foro privilegiado frente ao Supremo Tribunal Federal.

Kataguiri, depois, enviou um comunicado dizendo repudiar o nazismo e defende o Estado de Israel:

"O que eu disse é o seguinte, a melhor maneira de repudiar essa ideologia nefasta, monstruosa é justamente você criando a rejeição social, cultural, fazendo com que essa ideia seja inadmissível por meio do debate. Eu não fiz nenhuma defesa de nazismo, nenhuma defesa de existência de nazistas, pelo contrário, não tem ninguém que tenha um posicionamento mais pro-israel dentro do parlamento do que eu".

A PGR também vai investigar os comentários de Monark, que, depois, enviou um vídeo dizendo que "estava muito bêbado" ao manifestar tal opinião.

Não é o primeiro problema causado por Monark.

Ele havia feito um comentário no Twitter sobre o racismo: "É a ação que faz o crime, não a opinião", e depois perguntou se "opinião racista é crime".

O advogado Augusto de Arruda Botelho respondeu a Monark, também no Twitter:

"Não, Monark, uma opinião racista pode ser um crime de injúria racial, por exemplo. Posso te dar outros exemplos. Se a opinião se tornar pública sim, pode ser um crime. Se ela ficar só na cabeça de quem pensa assim deveria ser motivo de profunda vergonha e um convite à reflexão".

Em outro momento, Monark comparou a homofobia com a escolha de beber refrigerante.

Foi em resposta ao entrevistado, o humorista Antônio Tabet, da Porta dos Fundos. Tabet comentou a respeito de pessoas que dizem "eu acho que gay tem que apanhar na Avenida Paulista", questionando o triste fenômeno da discriminação contra a comunidade LGBTQIA+.

Monark respondeu:

"E o cara que fala: 'Eu amo refrigerante, nossa, com açúcar então. Amo pra c******', quero beber refrigerante e acho que todo mundo tinha que beber refrigerante?"

E mais, sobre o porte de armas, em entrevista ao político fluminense Marcelo Freixo (cotado para disputar o Governo do Estado do Rio de Janeiro).

No diálogo, o influenciador pergunta a Freixo:

"Por que você confia de eu ter um carro e não de uma arma?"

Responde Freixo:

"Porque o carro foi feito para você dirigir, não para matar".

Com um discurso mirabolante, Monark rebate o parlamentar:

"Mas eu posso matar, se eu quiser, com o carro".

Freixo volta a questionar:

"Mas você sai com o carro procurando alguém para matar?".

Monark insiste em sua argumentação confusa:

"E eu saio com a arma procurando alguém para matar?"

Freixo, discordando severamente, fez então uma pergunta irônica para Monark:

"Então você sai com a arma para quê? Para dirigir?".

Monark é "filho" dos tempos golpistas dos últimos anos. É uma espécie de Rodrigo Constantino teen, com aquele visual estereotipado do "novo nerd" dos últimos tempos, com barbinha e aquele jeitão folgado do jovem reacionário brasileiro.

Monark, portanto, é cria de um contexto que misturou intelectuais "bacanas", "opinionismo de FM" e reacionarismo pseudo-moderno nas redes sociais. Um contexto que veio do antiprogressismo midiático desde os anos 1990 até o golpismo político de 2016.

Os intelectuais "bacanas" defendiam a bregalização cultural sob a desculpa de "combater o preconceito", mas tratando o povo pobre de maneira idiotizada, e achando "coisas lindas' atividades precárias como a prostituição, o comércio clandestino e a vida arriscada em favelas.

O livro Esses Intelectuais Pertinentes... explica muito bem isso.

O "opinionismo de FM" veio com a AeMização das FMs que, transformadas em pastiches de rádio AM (numa concorrência predatória com esta outra faixa de transmissão), vinham com a falácia de que a qualidade do jornalismo se media pela quantidade de tempo de notícias e comentários.

Três décadas antes de Monark, em Salvador, onde vivi, tinha a praga dos "programas de locutor" em FM dotados de muito pedantismo opinativo, uma ou duas horas de muita empulhação, sob a desculpa do "autêntico jornalismo".

Eram locutores falando mal - apesar de imitarem a "fala correta" dos radialistas de AM cariocas - , sem diploma de Jornalismo e fazendo cursos às pressas (sem comparecer às aulas) só para obter registro de Radialismo.

Sem sair dos limites estreitos de sua visão bairrista, esses locutores faziam juízo de valor até para notícias envolvendo corpo de balé do Teatro Castro Alves.

Alguns desses programas eram esportivos e ficavam perdendo tempo debatendo eleições para presidentes do Bahia, do Vitória ou de algum time do interior baiano.

A audiência dessas FMs era tão ruim que elas apelavam para sintonias em estabelecimentos comerciais no desespero de chamar atenção da audiência. Tudo em troca de abatimento nos espaços publicitários dessas lojas nas referidas rádios. Jabaculê puro.

Daí que fregueses compravam material de construção irritados com o pedantismo do astro-rei da Rádio Metrópole, Mário Kertèsz, ou pais comprando material escolar irritados com as transmissões esportivas. 

E gente aborrecida não conseguindo ler livros em livrarias porque o vendedor encanou de sintonizar uma transmissão esportiva. Paciência, loja não é arquibancada de estádio de futebol!

E esse opinionismo ganhou projeção nacional quando o governo Fernando Henrique Cardoso precisava de uma base radiofônica de apoio ao seu governo. 

E aí veio a "invasão AM" nas FMs, com a dupla transmissão AM-FM obtendo superfaturamento, com uma programação feita para duas emissoras, que defendiam o "cidadão ouvinte" enquanto botavam dezenas de profissionais de rádio para o olho da rua.

Quanto ao reacionarismo das redes sociais, já via, desde os tempos do Orkut - erroneamente tido pelas esquerdas médias como um "paraíso" de progressismo opinativo - , a estupidez de sociopatas arrastando seguidores (estes movidos pela Espiral do Silêncio) para atos de linchamento digital.

Bastava discordar de um fenômeno da moda, por mais ridículo que seja, era linchado pelas seguintes etapas.

Primeiro, uma página de mensagens era invadida por vários internautas "debatendo" a discordância, sem se dirigir à vítima. Depois, surgem gozações e, em seguida, ameaças. O valentão que lidera a cíbertruculência, em seguida, cria um blogue de ofensas dedicado à vítima.

Houve um tempo em que não se podia contestar as mulheres-frutas no Orkut. A certeza era surgir um comentário ao mesmo tempo hidrófobo, homofóbico e solteirófobo ("Você é gay, cara?") vindo de um sociopata "convictão".

Monark, assim como Kim Kataguiri, Rodrigo Constantino e outros, são "filhos" desse combo.

O combo dos intelectuais "de esquerda" que achavam que "viver na favela é lindo" e que "prostituição empodera as mulheres", de "radialistas" virando "especialistas" do que não sabem, e de reacionários donos da verdade que veem no discordante um "inimigo a ser exterminado".

Essa "mistura fina" - por sinal, nome de um antigo e nada fino "programa de locutor" da Itaparica FM, então propriedade do "progressista" Mário Kertèsz - gerou gente assim.

Na Jovem Pan, que virou o reduto nacional desse "opinionismo" (Tutinha prometia para sua Jovem Pan FM uma rádio "mais ouvinte"), tem um comentarista igualmente reaça, Adrilles Jorge, que na recente versão televisiva, a Jovem Pan News, fez um gesto deplorável.

Estendendo a mão direita, Adrilles, que é também escritor, defendeu Monark nas pavorosas opiniões pró-nazistas no Flow.

Adrilles foi demitido da Jovem Pan e Monark, do Flow, do qual era um dos fundadores.

Os movimentos sociais, como diversas entidades representativas de judeus, LGBTQIA+ e negros, repudiraram essas atitudes com merecida severidade. No caso das instituições judaicas, há um pedido de prisão contra Monark, e talvez isso se estenda também para Adrilles Jorge.

Seria muito bom, se não fossem as conveniências existentes no Brasil, que Monark e Adrilles fossem para a cadeia, cumprir regime fechado, por tamanha atrocidade opinativa. Elas podem ser opiniões, mas sua influência pode ser muito perigosa e nociva para a sociedade. Opiniões podem gerar atos, sim.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

PESQUISISMO E RELATORISMO

As mais recentes queixas a respeito do governo Lula ficam por conta do “pesquisismo”, a mania de fazer avaliações precipitadas do atual mandato do presidente brasileiro, toda quinzena, por vários institutos amigos do petista. O pesquisismo são avaliações constantes, frequentes e que servem mais de propaganda do governo do que de diagnóstico. Pesquisas de avaliação a todo momento, em muitos casos antecipando prematuramente a reeleição de Lula, com projeções de concorrentes aqui e ali, indo de Michelle Bolsonaro a Ciro Gomes. Somente de um mês para cá, as supostas pesquisas de opinião apontavam queda de popularidade de Lula, e isso se deu porque os próprios institutos foram criticados por serem “chapa branca” e deles se foi cobrada alguma objetividade na abordagem, mesmo diante de métodos e processos de pesquisa bastante duvidosos. Mas temos também outro vício do governo Lula, que ninguém fala: o “relatorismo”. Chama-se de relatorismo essa mania de divulgar relatórios fantásticos sobre s...

SIMBOLOGIA IRÔNICA

  ACIMA, A REVOLTA DE OITO DE JANEIRO EM 2023, E, ABAIXO, O MOVIMENTO DIRETAS JÁ EM 1984. Nos últimos tempos, o Brasil vive um período surreal. Uma democracia nas mãos de um único homem, o futuro de nosso país nas mãos de um idoso de 80 anos. Uma reconstrução em que se festeja antes de trabalhar. Muita gente dormindo tranquila com isso tudo e os negacionistas factuais pedindo boicote ao pensamento crítico. Duas simbologias irônicas vêm à tona para ilustraresse país surrealista onde a pobreza deixou de ser vista como um problema para ser vista como identidade sociocultural. Uma dessas simbologias está no governo Lula, que representa o ideal do “milagre brasileiro” de 1969-1974, mas em um contexto formalmente democrático, no sentido de ninguém ser punido por discordar do governo, em que pese a pressão dos negacionistas factuais nas redes sociais. Outra é a simbologia do vandalismo do Oito de Janeiro, em 2023, em que a presença de uma multidão nos edifícios da Praça dos Três Poderes, ...

A PRISÃO DE MC POZE E O VELHO VITIMISMO DO “FUNK”

A prisão do funqueiro e um dos precursores do trap brasileiro, o carioca MC Poze do Rodo, na madrugada de ontem no Rio de Janeiro, reativou mais uma vez o discurso vitimista que o “funk” utiliza para se promover. O funqueiro, cujo nome de batismo é Marlon Brandon Coelho Couto Silva, e que já deixou a Delegacia de Repressão a Entorpecentes para ir a um presídio no bairro carioca de Benfica, tem entre o público da Geração Z e das esquerdas identitárias a reputação que Renato Russo teve entre o público de rock dos anos 1980, embora o MC não tenha 0,000001% do talento, pois se envolve em um ritmo marcado pela mais profunda precarização artístico-cultural. No entanto, MC Poze do Rodo foi detido por acusações de apologia ao crime organizado, ao porte ilegal de armas e à violência. Em várias vezes, Poze aparecia com armas nas fotos das redes sociais, o que poderia sugerir um funqueiro bolsonarista em potencial. A polícia do Rio de Janeiro enviou o seguinte comunicado:: “De acordo com as inves...

O ATRASO CULTURAL OCULTO DA GERAÇÃO Z

Fico pasmo quando leio pessoas passando pano no culturalismo pós-1989, em maioria confuso e extremamente pragmático, como se alguém pudesse ver uma espessa cabeleira em uma casca de um ovo. Não me considero careta e, apesar dos meus 54 anos de idade, prefiro ir a um Lollapalooza do que a um baile de gala. Tenho uma bagagem cultural maior do que mimha idade sugere, pelas visões de mundo que tenho, até parece que sou um cidadão mediano de 66 anos. Mas minha jovialidade, por incrível que pareça, está mais para um rapazinho de 26 anos. Dito isso, me preocupa a existência de ídolos musicais confusos, que atiram para todos os lados, entre um roquinho mais pop e um som dançante mais eroticamente provocativo, e no meio do caminho entre guitarras elétricas e sintetizadores, há momentos pretensamente acústicos. Nem preciso dizer nomes, mas a atual cena pop é confusa, pois é feita por uma geração que ouviu ao mesmo tempo Madonna e AC/DC, Britney Spears e Nirvana, Backstreet Boys e Soundgarden. Da...

LÉO LINS E A DECADÊNCIA DE HUMORISTAS E INFLUENCIADORES

LÉO LINS, CONDENADO A OITO ANOS DE PRISÃO E MULTA DE MAIS DE R$ 300 MIL POR CONTA DE PIADAS OFENSIVAS. Na semana passada, a Justiça Federal, através da 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo, condenou o humorista Léo Lins a oito anos de prisão, três deles em regime inicialmente fechado, e multa no valor de R$ 306 mil por fazer piadas ofensivas contra grupos minoritários.  Só para sentir a gravidade do caso, uma das piadas sugere uma sutil apologia ao feminicídio: "Feminista boa é feminista calada. Ou morta". Em outra piada machista, Léo disse: "Às vezes, a mulher só entende no tapa. E se não entender, é porque apanhou pouco". Léo também fez piadas agredindo negros, a comunidade LGBTQIA+, pessoas com HIV, indígenas, evangélicos, pessoas com deficiência, obesos e nordestinos, entre outros. O vídeo que inspirou a elaboração da sentença foi o espetáculo Perturbador, um vídeo gravado em 2022 no qual Léo faz uma série de comentários ofensivos. Os defensores de Léo dizem qu...

ELITE DO BOM ATRASO PIROU NAS REDES SOCIAIS

A BURGUESIA DE CHINELOS NÃO QUER OUTRO CANDIDATO EM 2026. SÓ QUER LULA. A elite do bom atraso, a “frente ampla” social que vai do “pobre de novela” - tipo que explicaremos em outra postagem - ao famoso muito rico, mas que inclui também a pequena burguesia e a parcela “legal” da alta burguesia, enlouqueceu nas redes sociais, exaltando o medíocre governo Lula e somente desejando ele para a Presidência da República na próxima eleição. Preso a estereótipos que deixaram de fazer sentido na realidade, como governar para os pobres e deixar a classe média abastada em segundo plano, Lula na prática expressa um peleguismo que é facilmente reconhecido por proletários, camponeses, sem-teto e servidores públicos, que veem o quanto o presidente “quer, mas não quer muito” trabalhar para o bem-estar dos brasileiros. Lula tem como o maior de seus inúmeros erros o de tratar a reconstrução do Brasil como se fosse uma festa. Esse problema, é claro, não é percebido pela delirante elite do bom atraso que, h...

GOVERNO LULA AGRAVA SUA CRISE

INDICADO POR LULA PARA O BANCO CENTRAL, GABRIEL GALÍPOLO PREFERIU MANTER OS JUROS ALTOS "POR MUITO TEMPO". Enquanto o governo Lula limita gastos mensais com universidades federais, a farra das ONGs nas ditas “emendas parlamentares” é de R$ 274 milhões. Na viagem para a China, Lula é acusado de gastar café com valor equivalente a R$ 56 e de conprar um terno no valor equivalente a R$ 850. Quanto às universidades públicas, a renomada Academia Brasileira de Ciências acusa o governo Lula de desmontar as instituições de ensino superior público através desses cortes financeiros. Lulistas blindam Janja quando ela quebrou o protocolo da conversa entre o marido e o presidente chinês Xi Jinping, para falar de sua preocupação com o Tik Tok. Em compensação, Lula não cumpriu a promessa de implantar o Plano Nacional de Transição Energética, que iria tirar o Brasil da dependência de combustível fóssil. Mas o presidente ainda quer devastar a Amazônia Equatorial para extrair mais petróleo. Lul...

QUANDO A CAPRICHO QUER PARECER A ROCK BRIGADE

Até se admite que o departamento de Jornalismo das rádios comerciais ditas “de rock” é esforçado e tenta mostrar serviço. Mas nem de longe isso pode representar um diferencial para as tais “rádios rock”, por mais que haja alguma competência no trabalho de seus repórteres. A gente vê o contraste que existe nessas rádios. Na programação diária, que ocupa a manhã, a tarde e o começo da noite, elas operam como rádios pop convencionais, por mais que a vinheta estilo “voz de sapo” tente coaxar a palavra “rock”. O repertório é hit-parade, com medalhões ou nomes comerciais, e nem de longe oferecem o básico para o público iniciante de rock. Para piorar, tem aquele papo furado de que as “rádios rock” não tocam só os “clássicos”, mas também as “novidades”. Papo puramente imbecil. É aquela coisa da padaria dizer que não vende somente salgados, mas também os doces. Que diferença isso faz? O endeusamento, ou mesmo as passagens de pano, da imprensa especializada às rádios comerciais “de rock” se deve...

A ILUSÃO DE QUERER PARECER O “MAIS LEGAL DO PLANETA”

Um dos legados do Brasil de Lula 3.0 está na felicidade tóxica de uma parcela de privilegiados. A obsessão de uns poucos bem-nascidos em parecer “gente legal”, em atrair apoio social, os faz até manipular a carteirada para cima e para baixo, entre um sentimento de orgulho aqui e uma falsa modéstia ali, sempre procurando mascarar a hipocrisia que não consegue se ocultar nas mentes dessas pessoas. Com a patrulha dos negacionistas factuais, “isentões” designados para promover o boicote ao pensamento crítico nas redes sociais, a “boa” sociedade que é a elite do bom atraso precisa parecer, aos olhos dos outros, as mais positivas possíveis, daí o esforço desesperado para criar um ambiente de conformidade e até de conformismo, sobretudo pela perigosa ilusão de acreditar que o futuro do Brasil será conduzido por um idoso de 80 anos. Quando ouvimos falar de períodos de supostas regeneração e glorificação do “povo brasileiro”, nos animamos no primeiro momento, achando que agora o Brasil será a n...

APOIO DAS ESQUERDAS AO "FUNK" ABRIU CAMINHO PARA O GOLPE DE 2016

MC POZE DO RODO, COM SEU CARRO LAMBORGHINI AVALIADO EM TRÊS MILHÕES DE REAIS. A choradeira das esquerdas médias diante da prisão de MC Poze do Rodo tenta reviver um hábito contraído há 20 anos, quando o esquerdismo passou a endossar o discurso fabricado pela Rede Globo e pela Folha de São Paulo para "socializar" o "funk", um dos ritmos do comercialismo brega-popularesco que passou a blindar por uma elite de intelectuais sob inspiração do antigo IPES-IBAD, só que sob uma retórica "pós-tropicalista". A revolta contra a prisão do funqueiro e alegações clichês como "criminalização da cultura" e "realidade da favela" feita por parlamentares e jornalistas da mídia esquerdista se tornam bastante vergonhosas e, em muitos casos, descontextualizada com a real preocupação com as classes pobres da vida real, que em nenhum momento são representadas ou se identificam com o "funk" ou o trap. O "funk" e o trap apenas falam sobre o ...