Observa-se de tudo nesse calamitoso desgoverno de Michel Temer.
E as pessoas tranquilinhas vendo Jornal Nacional, enquanto o incêndio devora os quartos dos cidadãos.
Vão as pessoas dormirem tranquilas, diante de um Brasil reduzido a ruínas.
Pois é isso que é o verdadeiro governo Michel Temer, com uma sucessão de escândalos e medidas retrógradas que não causam revolta a outrem.
Mais uma "pérola" para esse lamentável cenário político vem à tona, e que chegou perto de se consolidar.
A indicação de um general reacionário para presidir a FUNAI (Fundação Nacional do Índio).
Trata-se de Sebastião Roberto Peternelli Jr., filiado ao PSC de Jair Bolsonaro.
General do Exército, atuando na reserva, ele postou uma mensagem elogiosa à ditadura militar.
"52 anos que o Brasil foi livre do maldito comunismo. Viva nossos bravos militares! O Brasil nunca vai ser comunista", disse, em mensagem compartilhada por 750 internautas (isso é grave).
Declarado "cristão", Peternelli mostrou a que veio diante desse cargo oferecido pelo temeroso governo.
Só não se consolidou porque houve protestos dos índios e o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, não quer alguém com o perfil do general Peternelli.
Moraes já é suficiente, na fama de durão, ao mandar reprimir estudantes numa manifestação em São Paulo, quando era secretário de Segurança do governador Geraldo Alckmin.
Se bem que Peternelli tinha, sim, o perfil que se espera num governo retrógrado como o de Temer.
Reacionário, preconceituoso com os cubanos que foram convidados para o programa Mais Médicos (ele alegava ser uma "invasão cubana", por seu anticomunismo histérico), o general nunca conheceu a Amazônia, a não ser voando de avião.
Um sujeito que não tem a menor intimidade com a questão indígena.
Que, sentindo raiva dos médicos cubanos, deve sentir também dos nossos indígenas. Mas deve controlar, agindo "em prol do país".
Além disso, ele tem o apoio da bancada ruralista do Congresso Nacional, a chamada Bancada do Boi, integrante da tripla bancada, a BBB (Boi, Bíblia e Bala).
Peternelli também é ligado à bancada da Bíblia e da Bala, sendo evangélico e general.
O general diz que não defende um novo golpe militar, porque "estamos em um estado democrático e as instituições funcionam normalmente" e alega que o golpe "não condiz" com seus pensamentos.
Também não precisa.
Esse assalto ao poder promovido por Michel Temer, Eduardo Cunha, Romero Jucá e companhia já realizou os propósitos de paranoicos direitistas que veem comunismo até em gelatina de cereja.
O duro é entregar uma função como a de uma fundação voltada aos assuntos indígenas a uma figura como um general reacionário, fã dos milicos de 1964-1985.
Representante de uma parcela da sociedade que, se pudesse, pediria o Nobel da Paz póstumo ao torturador Brilhante Ustra.
Temos poucas tribos indígenas remanescentes e elas já estão sendo dizimadas gradualmente.
O motivo são os conflitos de terra em que a pistolagem leva a melhor com suas armas de fogo.
Há também as comunidades indígenas destruídas parcial ou totalmente, por causa de hidrelétricas (como Belo Monte) ou pela grilagem de terras por latifundiários afoitos.
Portanto, é um Brasil que ameaça ser destruído, eliminando aqueles que herdaram a cultura dos primeiros ocupantes de nosso território.
Seria um novo trabalho de bandeirantes, a serviço de multinacionais que cobiçam grandes pedaços de nossas terras.
A ameaça do general Peternelli de assumir a FUNAI, negada pelo ministro Moraes, apenas amenizou as coisas, até porque o governo Temer já é uma coleção interminável de retrocessos.
Peternelli e seu perfil digno da Era Médici seria, no entanto, ir longe demais. Mas Temer promete atender outros anseios dos saudosos do "milagre brasileiro".
E as pessoas felizes e tranquilas vendo Jornal Nacional, ou saindo de suas casas comprando alegremente os jornalões e revistecas que fazem uma abordagem reacionária de nosso país.
E tentam convencer aos brasileiros que, com o governo Temer, o Brasil vai melhorar.
Não vai melhorar. E pelo que se observa por trás dos noticiários oficiais, só vai piorar.
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