O atual presidente da Câmara dos Deputados, o carioca Rodrigo Maia, quis se jogar na plateia e bateu com a cabeça no chão.
Ele manifestou a defesa de ver o presidente interino, Michel Temer, disputando as eleições em 2018, se reelegendo para o cargo.
Fica subentendido que o próprio Maia seja, durante a hipotética campanha temerosa, o presidente interino da República, já que Temer não tem um vice em seu mandato interino.
"Se o Michel for confirmado presidente, e o governo chegar a 50% de ótimo e bom, ele é que será o candidato do nosso campo, quer queira, quer não", disse um entusiasmado Rodrigo Maia, que é do DEM (Democratas).
Rodrigo quase causou uma saia-justa nas bases aliadas do temeroso governo.
Isso porque José Serra, ministro das Relações Exteriores, e Aécio Neves, senador que, em sua campanha presidencial de 2014, lançou um programa em parte acolhido pela "Ponte para o Futuro" de Temer, pretendem ser pré-candidatos ao Planalto pelo PSDB, daqui a dois anos.
Os dois se aliaram a Michel Temer porque o então vice-presidente da hoje afastada Dilma Rousseff prometeu não ser candidato à Presidência da República.
Michel Temer, depois da declaração exagerada de Rodrigo Maia, deve ter desmentido a intenção de entrar na campanha de 2018.
Maia deve ter levado uma baita bronca nos bastidores.
Afinal, Temer disse que não pretende ser candidato à reeleição.
"Fico honrado com a lembrança de meu nome como possível candidato em 2018. Mas reitero, uma vez mais, que apenas me cabe cumprir o dever constitucional de completar o mandato presidencial, se o Senado Federal assim o decidir. Não cogito disputar a reeleição", disse o temeroso presidente.
Até porque existem dois fortes motivos para isso.
Primeiro, o fato de que Temer poderá dividir seus aliados.
O PSDB se sentirá traído se caso Temer quisesse disputar o Planalto.
Serra sairia da pasta das Relações Exteriores, causando uma repercussão mundial na já problemática estrutura de governo montada por Michel Temer.
Segundo, porque Temer, mesmo se quisesse, não poderia disputar campanha em 2018.
Ele foi condenado, pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, a ficar oito anos inelegível por ter gasto dinheiro de campanha num valor maior que o autorizado por lei.
O crime eleitoral foi em 2014 e a condenação, em 2015, prevê que Temer está proibido de concorrer a qualquer cargo eletivo até 2023.
É verdade que, mesmo assim, Temer pudesse aceitar o pedido de Maia, porque, do jeito que a plutocracia quer rasgar leis que não lhe agrada, se espera tudo.
Para quem quer revogar até a Lei Áurea e, quem sabe, reduzir o "grito da Independência" a uma bravataria de um imperador mulherengo, se espera até Temer arrombando as leis e usando as urnas eletrônicas em causa própria.
Vivemos uma desordem institucional muito grande.
E Michel Temer só tem 6% de aprovação, ele deveria pensar no vexame que terá nas urnas.
A grande mídia não consegue esconder seu fracasso e a desordem que causou no país.
Em todo caso, uma coisa é certa.
Michel Temer não tem jeito para vencer nas urnas. E ainda vai deixar o Brasil quebrado, se ficar até 2018.
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