Propagandas do PPS veiculadas nos últimos dias nas redes de televisão dão o tom patético do partido.
Seus membros pregam uma "nova esquerda", mais "democrática", para o Brasil.
Depois que o PPS aceitou ser um partido-satélite do PSDB, deixou de ser esquerda.
O PSDB também se dizia de esquerda, mas seu neoliberalismo o empurrou para a direita.
Com mais apetite do que o DEM, partido que havia sido, em "encarnações" anteriores, o PFL, PDS, ARENA e UDN.
O DEM, ainda sob o nome PFL, havia sido parceiro do PSDB no governo de Fernando Henrique Cardoso.
Mas o partido minguou quando "caciques" como Antônio Carlos Magalhães faleceram ou decaíram.
E aí o PSDB acumulou, para si, a antiga força do DEM, que virou um partido-satélite.
E o apetite dos tucanos para o direitismo tornou-se mais forte ainda.
Tanto que Fernando Henrique Cardoso, de esquerdista moderado no pré-1964, virou "centro" durante a ditadura militar, e se "endireitou" nos anos 1990, formando uma comitiva de intelectuais culturais que, no entanto, fingiu ser petista por uns trocados da Lei Rouanet.
Fala-se da intelectualidade "bacana" que queria bregalizar a música brasileira e a cultura popular em geral, querendo transformar o jabaculê de hoje no folclore de amanhã.
Em 2002, FHC então virou direitista de vez.
E o ápice disso foi o repúdio que recebeu de uma entidade da América Latina.
Teve que cancelar uma palestra que faria sobre os "novos rumos" do Brasil.
E Roberto Freire?
Conterrâneo de Lula, ele foi comunista, mas foi para o MDB pelo bom comportamento durante a ditadura militar.
Foi poupado pelos generais como nem Carlos Lacerda, jornalista, ex-governador da antiga Guanabara (cidade do Rio de Janeiro) e propagandista do golpe de 1964, conseguiu ser.
Retomou o comunismo com a redemocratização, mas com o gradual fim da União Soviética, foi posar de Gorbachev brasileiro.
Tornou-se centro-esquerda até o começo do governo Lula, quando, aos poucos, Roberto Freire começou a se tornar oposição.
Roberto Freire teve um xará médico e jornalista, que trabalhou na revista Realidade e fundou a revista Caros Amigos. Já faleceu.
Já o Roberto Freire do PPS, aos poucos, foi se "endireitando" e resolveu ficar aliado do PSDB e do DEM.
Viraram o trio direitista do anti-lulismo: PSDB, DEM e PPS.
E atraíram o PMDB para seu apoio, e primeiro Eduardo Cunha, inexpressivo político carioca que o povo de um Estado do Rio de Janeiro decadente elegeu para a Câmara Federal.
Depois, Michel Temer resolveu chutar o pau da barraca e também foi para a oposição.
E aí, vemos o quadro político que se tornou. Desastroso.
E o PPS, mesmo sustentando um governo de direita, ainda fala em "nova esquerda".
Só se for a "esquerda" de sua imaginação.
Uma "esquerda" castrada e domesticada.
Diferente do que a atual oposição que luta contra Temer e despreza partidos como o PPS.
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