"RODA DE FUNK" EM FOTO EXTRAÍDA DA REVISTA OVERMUNDO, DO INSTITUTO HOMÔNIMO PATROCINADO POR GEORGE SOROS.
Leiam o seguinte trecho:
"Em nossos corações de povo pobre das favelas palpita o mesmo sangue que corre nas veias do bravo militante Zumbi dos Palmares, o grande líder dos Quilombos, e seus companheiros de luta que extinguiram a escravidão no Brasil. Nós extinguiremos a escravidão moral, que é a negação ao reconhecimento do funk como cultura popular e ativismo social. Queremos ver assegurado o livre direito de organização, de manifestar o pensamento, de ir e vir. Defendemos intransigentemente os direitos democráticos e lutamos pelo direito de viver como seres humanos. Queremos, na prática, a aplicação do princípio constitucional: 'Todos são iguais perante a Lei'".
Parece um manifesto lançado por funqueiros com o mesmo discurso que se conhece.
Mas se trata de uma adaptação de um discurso escrito pelo sargento José Anselmo dos Santos, o Cabo Anselmo, em março de 1964, durante a crise política do governo João Goulart.
Adaptamos o texto original para dar uma noção de como a História às vezes se repete, mesmo com adaptações de contexto, diante de estranhas manifestações vindas para desviar o foco das grandes questões.
Entre algumas substituições, trocamos "jovens marujos" por "povo pobre das favelas", o almirante negro José Cândido (líder da revolta de 1893) por Zumbi dos Palmares, "chibata" por "escravidão" e "direito do voto" e "direitos democráticos" pelo "reconhecimento do funk como cultura e ativismo".
A exemplo do golpe político que tivemos, as fardas militares também foram dispensadas diante de estranhas movimentações infiltradas nas forças progressistas.
Em um momento de crise aguda, alguns "esquerdistas" estranhos chegam, de uma forma espetacularizada e com um discurso muito envolvente, para desviar o foco às custas de pretextos sociais.
Em 1964, eram as reivindicações dos militares de baixa patente para votarem e serem eleitos e até para se casarem, além de reformas dos regimentos militares que seriam benéficas para eles.
O discurso de Cabo Anselmo se revelava "solidário" às lutas do operariado e dos camponeses, era uma retórica bem articulada e "consciente" as lutas populares e das causas progressistas. Defendia sobretudo a reforma agrária.
Anselmo, que se dizia "marxista", foi adorado durante anos pelo chamado mainstream do esquerdismo nacional.
Mais tarde a máscara caiu quando, no começo dos anos 1970, Anselmo, acompanhando o calor das mortes, pela repressão militar, dos esquerdistas Carlos Marighella e de Cabo Lamarca (e da namorada deste, Iara Iavelberg), para denunciar seus próprios colegas de militância.
Nem a namorada de Anselmo, a paraguaia Soledad Barret Viedma, foi poupada, e ela foi morta pela repressão militar um dia após ela ter completado 28 anos de idade.
Anselmo alegou, numa entrevista nos anos 1970, que "se desiludiu com a esquerda por causa da luta armada" e resolveu "entregar os colegas".
Mais tarde, foi revelado que Cabo Anselmo era colaborador da CIA, órgão de informação dos EUA.
CABO ANSELMO "AGITANDO A MASSA".
A comparação de Cabo Anselmo com o "funk" nem de longe vem de invencionices exclusivas de blogues como estes.
Ela é resultado de um quebra-cabeça montado através de pesquisas de diversas fontes.
A acusação de que o "funk" é ligado a CIA nem de longe veio de minha cabeça. Nem o fato de eu não gostar de "funk" me permitiria lançar essa tese a esmo.
Ela vem de duas personalidades sérias, comprometidas com o legado cultural brasileiro: Beth Carvalho e o historiador Sérgio Cabral, o pai.
Ambos disseram que a CIA está usando o "funk" para acabar com o samba, para tirar o samba da apreciação do povo pobre, evitando que jovens favelados herdem o legado sambista dos antepassados.
Beth e Sérgio foram ridicularizados pelos adeptos do "funk", num esnobismo digno de "coxinhas" e "midiotas" que veem a Rede Globo e leem a revista Veja.
Mas as próprias fontes solidárias ao "funk" deixam vazar essa associação com o órgão estadunidense.
O antropólogo Hermano Vianna citou a Fundação Ford na lista de agradecimentos do seu livro O Mundo Funk Carioca.
O livro surgiu de uma tese de doutorado patrocinada pela referida fundação, composta de um pool de empresas que colaboram com o Departamento de Estado dos EUA.
Hermano foi orientado por Gilberto Velho, antropólogo ligado à colega Ruth Cardoso, que foi mulher de Fernando Henrique Cardoso. Gilberto e Ruth já faleceram.
O próprio FHC, eminência parda do PSDB que hoje apoia o governo Michel Temer, lançou a concepção de "periferia" que a retórica do "funk" adota com muita ênfase.
APOIO DE LUCIANO HUCK AO "FUNK" GEROU CD E ATÉ A GÍRIA "É O CALDEIRÃO".
Outro colaborador da CIA, o magnata George Soros, da Soros Open Society, patrocina o Instituto Overmundo, que tanto apoia o "funk" como encampou a receita "soros-positiva" do "negócio aberto".
O "negócio aberto" é uma espécie de versão ativista-cultural da terceirização do mercado de trabalho proposta pelo governo Temer, mas sob o verniz da "revolução digital" e da "liberdade cultural".
Isso está completamente explícito nestas fontes. Ninguém precisa me culpar por coisa alguma.
O que se faz aqui é pesquisar e juntar peças soltas de um processo, unir informações soltas de diferentes fontes.
Indo mais adiante, observa-se que o "funk" em nenhum momento ameaçou os interesses dos barões da mídia e de seus associados diretos e indiretos.
Tanto que o discurso "ativista" dos funqueiros foi lançado primeiro pelos jornais O Globo e Folha de São Paulo, e se propagou pela Rede Globo de Televisão.
Além disso, é só ver quem dá mais apoio ao "funk" para percebermos que o ritmo nada tem de progressista.
É gente "da pesada": Gilberto Dimenstein, Luciano Huck, Alexandre Frota, Danilo Gentili, Marcelo Madureira, Ana Maria Braga.
Além disso, a população pobre abordada pelo "funk" é exatamente uma imagem estereotipada e caricatural que veio das novelas e humorísticos da Rede Globo.
O "funk" só conseguiu o grande sucesso que conquistou pelo apoio decisivo e explícito da mídia plutocrática.
O ritmo não pode, não deve e nem deseja confrontar com os barões midiáticos. Seria uma espécie de suicídio existencial.
Um dos maiores ideólogos do "funk", MC Leonardo, é apadrinhado pelo cineasta José Padilha, ligado ao Instituto Millenium.
O Instituto Millenium é o "clube" de "gente boa" como Rodrigo Constantino, Guilherme Fiúza, Pedro Bial, Reinaldo Azevedo e Otávio Frias Filho.
Pedro Bial já inseriu o "funk" em diversas situações do Big Brother Brasil, conhecido reality show da Rede Globo de Televisão.
Juntos, Otávio Frias e João Roberto Marinho, um dos donos da Rede Globo, fizeram muito mais pelo "funk" do que muito marxista de plantão.
As esquerdas só fizeram aceitar e corroborar um discurso que já vinha pronto nas corporações de Frias e Marinho.
"TCHU-TCHA-TCHU-TCHA-TCHAU-QUERIDA".
Descrevendo tudo isso, fica aqui uma preocupação.
Depois que um protesto contra a votação para abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff foi "acompanhado" de um "baile funk", o clima não é de alegria, mas de apreensão.
O "baile de favela" em plena Copacabana foi organizado pela Furacão 2000, de propriedade do empresário-DJ Rômulo Costa.
Rômulo fez parcerias com as Organizações Globo, sobretudo através de discos da Som Livre.
A mesma Globo que sempre quis o "Fora Dilma".
E aí juntemos ainda mais as peças do quebra-cabeça funqueiro.
Na cobertura da manifestação pró-Dilma, a intromissão de um "baile funk" desviou o foco do evento e deixou os objetivos principais em segundo plano.
A espetacularização da pobreza, a dança e o entretenimento tiveram mais destaque do que o protesto contra uma manobra de deputados federais oposicionistas marcada para o decorrer daquele 17 de abril.
Nos países desenvolvidos, não há manifestações que tenham esse nível de espetacularização.
Mesmo quando se usa de senso de humor e atitudes pop, os protestos sempre enfatizaram a causa envolvida.
Protestos progressistas não se sujeitam à chamada "indústria cultural", como foi o caso brasileiro da Furacão 2000, para "animar" as manifestações.
O que se viu foi a intromissão de uma máquina marqueteira ligada a um ritmo sonoro protegido pela mídia oligárquica para tentar abafar qualquer manifesto de solidariedade a Dilma Rousseff.
As esquerdas foram apunhaladas pelas costas e, amansando as "feras petralhas", os funqueiros garantiram o sossego dos anti-petistas e o entusiasmo de um bando de corruptos que a partir de então construíram o "Fora Dilma".
HAJA TROCADILHO: ATÉ O GOOGLE TRADUTOR TRADUZ "FUNK" COMO "TEMER".
E aí vemos alguns fatos referentes ao "funk".
Quando o governo de Michel Temer parecia com mais chances de estabilidade, o "funk" não escondeu seu machismo e seu reacionarismo quando citado em um caso de estupro coletivo.
Era a época em que alguns direitistas tiveram coragem de lançar o lema "Avante Temer" nas mídias sociais.
Mas aí vieram as denúncias e os escândalos que derrubaram alguns aliados de Temer, fazem a grande mídia esconder Aécio Neves e ameaça outros membros da plutocracia que assaltou o poder.
E o que temos? Uma ação de alunos paranaenses, em aparente protesto contra a expulsão de uma professora de Sociologia, citando "Karl Marx" numa "paródia" ao sucesso "Baile de Favela", de MC João.
Provavelmente orientados por alguém, logo em plena "República de Curitiba" do juiz midiático Sérgio Moro, usaram um "funk" para forçar um vínculo esquerdista citando um pensador famoso do meio.
E aí temos MC Carol, "genérica" de Ludmila, lançando uma música intitulada "Delação Premiada" que mais parece ter sido encomendada pela produção para agradar ativistas de esquerda.
O "funk" força seu vínculo com o esquerdismo para provocar a indignação popular e acender a pólvora da reação direitista, que vem mais intensa.
Com isso, a direita tem a moral fortalecida e se apropria nas suas "críticas" à "sociedade do espetáculo" da pobreza glamourizada pelo "funk".
A "manifestação" dos alunos paranaenses foi duramente criticada pelos urubólogos de plantão.
Que, sem ter o que defender, acham ótima essa intervenção do "funk" nas esquerdas.
Parece tudo combinado entre direita e funqueiros.
Os funqueiros se infiltram nas esquerdas e elas mordem a isca do discurso "socializante".
A direita então reage dando suas explosivas declarações contra as esquerdas.
As esquerdas se enfraquecem, apesar de suas réplicas.
E aí, pronto: esquerda enfraquecida, plutocracia fortalecida.
O "funk" cria esse escândalo para enfraquecer as esquerdas, diante de um discurso engenhoso.
Como Cabo Anselmo falando de cabos, soldados e sargentos, o "funk" fala sobre o povo das favelas.
Estranhos manifestos aparecem com um forte apelo sensacionalista.
Cabo Anselmo, usando os militares de baixa patente, despertou a ira dos generais que depois reagiram com o golpe.
O "funk", usando as populações das favelas, desperta a ira das elites que depois reagirão com a derrubada definitiva do governo Dilma Rousseff.
São armadilhas que as esquerdas só passam a conhecer quando é tarde demais.
Leiam o seguinte trecho:
"Em nossos corações de povo pobre das favelas palpita o mesmo sangue que corre nas veias do bravo militante Zumbi dos Palmares, o grande líder dos Quilombos, e seus companheiros de luta que extinguiram a escravidão no Brasil. Nós extinguiremos a escravidão moral, que é a negação ao reconhecimento do funk como cultura popular e ativismo social. Queremos ver assegurado o livre direito de organização, de manifestar o pensamento, de ir e vir. Defendemos intransigentemente os direitos democráticos e lutamos pelo direito de viver como seres humanos. Queremos, na prática, a aplicação do princípio constitucional: 'Todos são iguais perante a Lei'".
Parece um manifesto lançado por funqueiros com o mesmo discurso que se conhece.
Mas se trata de uma adaptação de um discurso escrito pelo sargento José Anselmo dos Santos, o Cabo Anselmo, em março de 1964, durante a crise política do governo João Goulart.
Adaptamos o texto original para dar uma noção de como a História às vezes se repete, mesmo com adaptações de contexto, diante de estranhas manifestações vindas para desviar o foco das grandes questões.
Entre algumas substituições, trocamos "jovens marujos" por "povo pobre das favelas", o almirante negro José Cândido (líder da revolta de 1893) por Zumbi dos Palmares, "chibata" por "escravidão" e "direito do voto" e "direitos democráticos" pelo "reconhecimento do funk como cultura e ativismo".
A exemplo do golpe político que tivemos, as fardas militares também foram dispensadas diante de estranhas movimentações infiltradas nas forças progressistas.
Em um momento de crise aguda, alguns "esquerdistas" estranhos chegam, de uma forma espetacularizada e com um discurso muito envolvente, para desviar o foco às custas de pretextos sociais.
Em 1964, eram as reivindicações dos militares de baixa patente para votarem e serem eleitos e até para se casarem, além de reformas dos regimentos militares que seriam benéficas para eles.
O discurso de Cabo Anselmo se revelava "solidário" às lutas do operariado e dos camponeses, era uma retórica bem articulada e "consciente" as lutas populares e das causas progressistas. Defendia sobretudo a reforma agrária.
Anselmo, que se dizia "marxista", foi adorado durante anos pelo chamado mainstream do esquerdismo nacional.
Mais tarde a máscara caiu quando, no começo dos anos 1970, Anselmo, acompanhando o calor das mortes, pela repressão militar, dos esquerdistas Carlos Marighella e de Cabo Lamarca (e da namorada deste, Iara Iavelberg), para denunciar seus próprios colegas de militância.
Nem a namorada de Anselmo, a paraguaia Soledad Barret Viedma, foi poupada, e ela foi morta pela repressão militar um dia após ela ter completado 28 anos de idade.
Anselmo alegou, numa entrevista nos anos 1970, que "se desiludiu com a esquerda por causa da luta armada" e resolveu "entregar os colegas".
Mais tarde, foi revelado que Cabo Anselmo era colaborador da CIA, órgão de informação dos EUA.
CABO ANSELMO "AGITANDO A MASSA".
A comparação de Cabo Anselmo com o "funk" nem de longe vem de invencionices exclusivas de blogues como estes.
Ela é resultado de um quebra-cabeça montado através de pesquisas de diversas fontes.
A acusação de que o "funk" é ligado a CIA nem de longe veio de minha cabeça. Nem o fato de eu não gostar de "funk" me permitiria lançar essa tese a esmo.
Ela vem de duas personalidades sérias, comprometidas com o legado cultural brasileiro: Beth Carvalho e o historiador Sérgio Cabral, o pai.
Ambos disseram que a CIA está usando o "funk" para acabar com o samba, para tirar o samba da apreciação do povo pobre, evitando que jovens favelados herdem o legado sambista dos antepassados.
Beth e Sérgio foram ridicularizados pelos adeptos do "funk", num esnobismo digno de "coxinhas" e "midiotas" que veem a Rede Globo e leem a revista Veja.
Mas as próprias fontes solidárias ao "funk" deixam vazar essa associação com o órgão estadunidense.
O antropólogo Hermano Vianna citou a Fundação Ford na lista de agradecimentos do seu livro O Mundo Funk Carioca.
O livro surgiu de uma tese de doutorado patrocinada pela referida fundação, composta de um pool de empresas que colaboram com o Departamento de Estado dos EUA.
Hermano foi orientado por Gilberto Velho, antropólogo ligado à colega Ruth Cardoso, que foi mulher de Fernando Henrique Cardoso. Gilberto e Ruth já faleceram.
O próprio FHC, eminência parda do PSDB que hoje apoia o governo Michel Temer, lançou a concepção de "periferia" que a retórica do "funk" adota com muita ênfase.
APOIO DE LUCIANO HUCK AO "FUNK" GEROU CD E ATÉ A GÍRIA "É O CALDEIRÃO".
Outro colaborador da CIA, o magnata George Soros, da Soros Open Society, patrocina o Instituto Overmundo, que tanto apoia o "funk" como encampou a receita "soros-positiva" do "negócio aberto".
O "negócio aberto" é uma espécie de versão ativista-cultural da terceirização do mercado de trabalho proposta pelo governo Temer, mas sob o verniz da "revolução digital" e da "liberdade cultural".
Isso está completamente explícito nestas fontes. Ninguém precisa me culpar por coisa alguma.
O que se faz aqui é pesquisar e juntar peças soltas de um processo, unir informações soltas de diferentes fontes.
Indo mais adiante, observa-se que o "funk" em nenhum momento ameaçou os interesses dos barões da mídia e de seus associados diretos e indiretos.
Tanto que o discurso "ativista" dos funqueiros foi lançado primeiro pelos jornais O Globo e Folha de São Paulo, e se propagou pela Rede Globo de Televisão.
Além disso, é só ver quem dá mais apoio ao "funk" para percebermos que o ritmo nada tem de progressista.
É gente "da pesada": Gilberto Dimenstein, Luciano Huck, Alexandre Frota, Danilo Gentili, Marcelo Madureira, Ana Maria Braga.
Além disso, a população pobre abordada pelo "funk" é exatamente uma imagem estereotipada e caricatural que veio das novelas e humorísticos da Rede Globo.
O "funk" só conseguiu o grande sucesso que conquistou pelo apoio decisivo e explícito da mídia plutocrática.
O ritmo não pode, não deve e nem deseja confrontar com os barões midiáticos. Seria uma espécie de suicídio existencial.
Um dos maiores ideólogos do "funk", MC Leonardo, é apadrinhado pelo cineasta José Padilha, ligado ao Instituto Millenium.
O Instituto Millenium é o "clube" de "gente boa" como Rodrigo Constantino, Guilherme Fiúza, Pedro Bial, Reinaldo Azevedo e Otávio Frias Filho.
Pedro Bial já inseriu o "funk" em diversas situações do Big Brother Brasil, conhecido reality show da Rede Globo de Televisão.
Juntos, Otávio Frias e João Roberto Marinho, um dos donos da Rede Globo, fizeram muito mais pelo "funk" do que muito marxista de plantão.
As esquerdas só fizeram aceitar e corroborar um discurso que já vinha pronto nas corporações de Frias e Marinho.
"TCHU-TCHA-TCHU-TCHA-TCHAU-QUERIDA".
Descrevendo tudo isso, fica aqui uma preocupação.
Depois que um protesto contra a votação para abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff foi "acompanhado" de um "baile funk", o clima não é de alegria, mas de apreensão.
O "baile de favela" em plena Copacabana foi organizado pela Furacão 2000, de propriedade do empresário-DJ Rômulo Costa.
Rômulo fez parcerias com as Organizações Globo, sobretudo através de discos da Som Livre.
A mesma Globo que sempre quis o "Fora Dilma".
E aí juntemos ainda mais as peças do quebra-cabeça funqueiro.
Na cobertura da manifestação pró-Dilma, a intromissão de um "baile funk" desviou o foco do evento e deixou os objetivos principais em segundo plano.
A espetacularização da pobreza, a dança e o entretenimento tiveram mais destaque do que o protesto contra uma manobra de deputados federais oposicionistas marcada para o decorrer daquele 17 de abril.
Nos países desenvolvidos, não há manifestações que tenham esse nível de espetacularização.
Mesmo quando se usa de senso de humor e atitudes pop, os protestos sempre enfatizaram a causa envolvida.
Protestos progressistas não se sujeitam à chamada "indústria cultural", como foi o caso brasileiro da Furacão 2000, para "animar" as manifestações.
O que se viu foi a intromissão de uma máquina marqueteira ligada a um ritmo sonoro protegido pela mídia oligárquica para tentar abafar qualquer manifesto de solidariedade a Dilma Rousseff.
As esquerdas foram apunhaladas pelas costas e, amansando as "feras petralhas", os funqueiros garantiram o sossego dos anti-petistas e o entusiasmo de um bando de corruptos que a partir de então construíram o "Fora Dilma".
E aí vemos alguns fatos referentes ao "funk".
Quando o governo de Michel Temer parecia com mais chances de estabilidade, o "funk" não escondeu seu machismo e seu reacionarismo quando citado em um caso de estupro coletivo.
Era a época em que alguns direitistas tiveram coragem de lançar o lema "Avante Temer" nas mídias sociais.
Mas aí vieram as denúncias e os escândalos que derrubaram alguns aliados de Temer, fazem a grande mídia esconder Aécio Neves e ameaça outros membros da plutocracia que assaltou o poder.
E o que temos? Uma ação de alunos paranaenses, em aparente protesto contra a expulsão de uma professora de Sociologia, citando "Karl Marx" numa "paródia" ao sucesso "Baile de Favela", de MC João.
Provavelmente orientados por alguém, logo em plena "República de Curitiba" do juiz midiático Sérgio Moro, usaram um "funk" para forçar um vínculo esquerdista citando um pensador famoso do meio.
E aí temos MC Carol, "genérica" de Ludmila, lançando uma música intitulada "Delação Premiada" que mais parece ter sido encomendada pela produção para agradar ativistas de esquerda.
O "funk" força seu vínculo com o esquerdismo para provocar a indignação popular e acender a pólvora da reação direitista, que vem mais intensa.
Com isso, a direita tem a moral fortalecida e se apropria nas suas "críticas" à "sociedade do espetáculo" da pobreza glamourizada pelo "funk".
A "manifestação" dos alunos paranaenses foi duramente criticada pelos urubólogos de plantão.
Que, sem ter o que defender, acham ótima essa intervenção do "funk" nas esquerdas.
Parece tudo combinado entre direita e funqueiros.
Os funqueiros se infiltram nas esquerdas e elas mordem a isca do discurso "socializante".
A direita então reage dando suas explosivas declarações contra as esquerdas.
As esquerdas se enfraquecem, apesar de suas réplicas.
E aí, pronto: esquerda enfraquecida, plutocracia fortalecida.
O "funk" cria esse escândalo para enfraquecer as esquerdas, diante de um discurso engenhoso.
Como Cabo Anselmo falando de cabos, soldados e sargentos, o "funk" fala sobre o povo das favelas.
Estranhos manifestos aparecem com um forte apelo sensacionalista.
Cabo Anselmo, usando os militares de baixa patente, despertou a ira dos generais que depois reagiram com o golpe.
O "funk", usando as populações das favelas, desperta a ira das elites que depois reagirão com a derrubada definitiva do governo Dilma Rousseff.
São armadilhas que as esquerdas só passam a conhecer quando é tarde demais.
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