A crise brasileira está se agravando e as pessoas defendendo os abusos de juízes, promotores e procuradores.
Movidas pela catarse, espécie de diarreia emocional, elas querem que eles tenham direito a cometer abusos e agir em contraste com a lei e o Direito.
A Operação Lava Jato, um "partido político" à parte, cometeu muitas estranhezas ao processo jurídico, sendo operado de forma sensacionalista e espetacularizada.
Comete infrações como divulgar gravações de conversas, sem autorização, realizar prisões preventivas só para forçar delação ou divulgar atividades que deveriam ser de sigilo jurídico.
Um juiz como Sérgio Moro se comporta não como um juiz deveria ser, mas como um tira de Hollywood, um xerife urbano, um mocinho de filme policial.
Acusar, julgar e investigar se mesclam num processo confuso que só serve para condenar seletivamente o PT e seus aliados, mesmo se estes tivessem depois rompido com o governo Dilma Rousseff.
As pessoas acham que Sérgio Moro é "salvador da pátria" sem entender bulhufas de seu parcialismo e seu tendenciosismo.
Tudo é montado como se fosse peça de ficção ou roteiro de novela.
E isso deixa o Brasil juridicamente vulnerável, inseguro, com o Ministério Público, o Poder Judiciário e a Polícia Federal agindo de maneira seletiva e tendenciosa.
Era para criar um clima de apreensão, mas as pessoas ficam felizes.
Ou, quando há esforços, ainda que imperfeitos, para frear os abusos dos magistrados e similares, as pessoas ainda reagem com panelaços e confundem a punição aos abusos de juízes e semelhantes com "ditadura da corrupção".
Punir abusos do Ministério Público não pode ser confundido com permitir a prática de corrupção.
A corrupção só consegue ser combatida dentro de um sistema de equilíbrio de poderes, no qual nenhum deles pode se colocar acima da lei, por mais que isso possa ser agradável a muitos.
Sérgio Moro, por exemplo, não pode se considerar acima da lei e alegar que esta ou aquela restrição irá "comprometer a Lava Jato".
Além disso, os protestos dos juízes, procuradores, promotores etc revelam o seu medo.
Eles têm medo de perderem privilégios diante da punição aos abusos cometidos.
Os políticos que cercam o governo Michel Temer, incluindo o próprio presidente, estão com medo de denúncias recentes que possam pôr a plutocracia política a perder.
A plutocracia jurídica também está com medo e pode perder a imunidade que os faz terem altos salários, cargos vitalícios e uma liberdade que parece não ter limites.
A Lava Jato adota medidas de exceção, em evidente arrepio à Lei.
É um bonapartismo jurídico que se pretende "varrer a corrupção do Brasil", sem perceber que os abusos dos juristas e similares também podem sucumbir à corrupção nos meios jurídicos.
A lei existe não para ser manipulada ao bel prazer por alguém que se acha importante e poderoso, mas para promover um mínimo de equilíbrio social dentro da sociedade desigual em que vivemos.
O Brasil está paranoico diante da crise do governo Temer e da ameaça dos "coxinhas" em fazer mais uma onda de manifestações, a começar por amanhã.
Até o New York Times falou da paranoia política da crise que o Brasil vive.
E a catarse coletiva "contra a corrupção" nem de longe a combate de verdade.
Até porque "movimentos" como o Movimento Brasil Livre, Vem Pra Rua e Revoltados On Line também são investigados por corrupção.
Movimentos "apartidários" financiados pelo PSDB, PMDB, DEM e outros partidos do nível mostram o quanto a catarse coletiva é perigosa e sem efeito.
Sociopatas surtando porque querem ver apenas elitistas no poder.
Foi esta histeria de "hienas" sociais que no passado deu na ditadura militar que praticamente arrasou com o Brasil.
Quando se tentou recuperar o país, vem um novo golpe, agora com roupagem jurídica.
E quando se mobiliza contra o golpismo político, há repressão policial ou há o contraponto das contramanifestações do MBL e companhia, que agiram com truculência e persuasão neurótica pedindo a desocupação das escolas.
O "desocupa já" tentava desmoralizar os estudantes que protestavam contra a PEC do Teto, a reforma educacional "de cima" e a Escola Sem Partido.
E aí MBL cria um simulacro de seminários para defender a PEC do Teto e planejar novos meios de manifestação.
A sociedade reacionária ainda tem muita vontade de impor seus interesses. O Movimento Brasil Livre deveria se chamar Movimento Me Livre do Brasil.
Eles deveriam se mudar para os EUA para ver o que é mesmo um governo plutocrático. Sentirão o drama diante de um governante como Donald Trump.
Isso lhes seria bom para verificar o que é ser brasileiro de verdade num mundo de plutocracia e exclusão social.
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