PÔR-DO-SOL NO RIO TAPAJÓS. APROVEITE QUE DEPOIS VEM TEMPESTADE.
Antes dos desavisados alegarem que o título desta postagem é um exagero, é bom prestar atenção.
Uma longa reportagem publicada em Carta Maior, traduzida de uma reportagem do portal Mongabay, revela que uma catástrofe ambiental, biológica e sócio-cultural está em andamento.
E como vemos no desgoverno do presidente Michel Temer, será um projeto amargo a caminho de mais uma aprovação fácil, garantida pelo poderoso lobby da bancada ruralista.
Na verdade, nem é um projeto, são três.
Três projetos de decretos legislativos (PDLs) autorizando a construção de três hidrovias sem licenciamento ambiental.
Todos propostos em 2015: PDL 118, no rio Paraguai, PDL 119, no rio Tapajós (em dois formadores, Teles Pires e Juruena) e PDL 120, nos rios Tocantins e Araguaia.
Isso significa que elas poderão ser construídas independente de haver algum estudo técnico avaliando os impactos ambientais e sócio-biológicos e sócio-culturais que poderão haver com tais empreitadas.
Em outras palavras, não será preciso avaliar se índios, animais e o próprio meio-ambiente, inclusive uma área com a dimensão ampla que é a Amazônia, para construir tais hidrovias.
As propostas atendem aos interesses do agronegócio, que querem meios baratos para exportar soja e outros bens agrícolas ou de origem pecuária e mineral.
Com a aprovação, a ser feita no ano que vem, já que ações parlamentares barraram as votações das propostas este ano, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) dará lugar ao Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (ETVEA).
Aparentemente, a mudança se limita apenas ao nome e à sigla, se esquecermos de um detalhe: o ETVEA será um "estudo" vinculado aos próprios empreendedores do agronegócio.
A votação foi suspensa por falta de quórum e dois deputados, Chico Alencar (PSOL-RJ) e Nilto Tatto (PT-SP) agiram para retirar os PDLs da pauta de urgência no plenário da Câmara Federal.
No entanto, a medida apenas adiou os projetos, que poderão vir com força total após o fim do recesso parlamentar, em fevereiro.
O lobby do agronegócio envolve também o ministro da Agricultura do governo Michel Temer, Blairo Maggi (PP-MT).
Maggi é dono do grupo Amaggi, uma das maiores corporações na exploração de soja, o que lhe vale o atual título de "Rei da Soja".
O ministro temeroso da Agricultura também é acusado de ser o "rei do desmatamento", por permitir, quando era governador de Mato Grosso, que 26 mil km² da floresta amazônica situada no Estado fosse devastada.
Blairo é representado na Câmara dos Deputados por Adilton Sachetti, do PSB mato-grossense, autor do PDL para Tapajós e articulador do lobby ruralista na casa legislativa.
A medida se assemelha ao episódio da hidrelétrica de Belo Monte, que dividiu as esquerdas brasileiras.
Em ato falho, o PT encampou o projeto Belo Monte, na verdade originário da ditadura militar.
E havia feito também a transposição do Rio São Francisco.
São medidas que foram feitas por causa do forte lobby ruralista, ignorando os impactos ambientais danosos previstos para as regiões.
Um dos impactos previstos pelos projetos de novas hidrovias está a destruição de comunidades indígenas.
Isso vai abalar do âmbito sócio-cultural ao biológico.
A tribo Mundukuru tem uma relação cultural com as corredeiras do rio Teles Pires, na qual acreditam terem elas um poder sagrado, sendo habitação dos espíritos de seus ancestrais.
O projeto para Tapajós irá destruir as corredeiras, o que será um prejuízo cultural para a tribo, que vê na atitude o "fim do mundo".
Mas indígenas também podem ser exterminados, como ocorre nas áreas em que o poder dos fazendeiros se torna desenfreado.
A coisa, todavia, não para aí.
Para apoiar a hidrovia, uma rodovia e uma ferrovia também foram anunciadas, o que poderá representar um impacto ambiental com mais devastação de áreas florestais.
E o que isso tem a ver com a ameaça ao mundo?
Simples. Embora não devamos superestimar o apelido de "pulmão do mundo" da floresta Amazônica (apelidada, em inglês, de rain forest), a sua devastação e a implantação de projetos com impacto ambiental negativo irão agravar o aquecimento do planeta.
Temer já lança projetos de arrepiar os cabelos de qualquer um.
Como entregar o serviço de sensoriamento remoto por satélite a uma empresa estrangeira, pondo risco a informações estratégicas e ameaçando a soberania geopolítica do Brasil.
Mas para um país em que a Operação Lava Jato entrega o monitoramento das atividades da Braskem e da Odebrecht para o Departamento de Justiça dos EUA, jogar a soberania brasileira no lixo parece ter virado moda.
E depois o pessoal que apoia tudo isso vai desfilar em passeatas "contra a corrupção" enrolando a bandeira brasileira em seus corpos suados.
Vá entender...
Antes dos desavisados alegarem que o título desta postagem é um exagero, é bom prestar atenção.
Uma longa reportagem publicada em Carta Maior, traduzida de uma reportagem do portal Mongabay, revela que uma catástrofe ambiental, biológica e sócio-cultural está em andamento.
E como vemos no desgoverno do presidente Michel Temer, será um projeto amargo a caminho de mais uma aprovação fácil, garantida pelo poderoso lobby da bancada ruralista.
Na verdade, nem é um projeto, são três.
Três projetos de decretos legislativos (PDLs) autorizando a construção de três hidrovias sem licenciamento ambiental.
Todos propostos em 2015: PDL 118, no rio Paraguai, PDL 119, no rio Tapajós (em dois formadores, Teles Pires e Juruena) e PDL 120, nos rios Tocantins e Araguaia.
Isso significa que elas poderão ser construídas independente de haver algum estudo técnico avaliando os impactos ambientais e sócio-biológicos e sócio-culturais que poderão haver com tais empreitadas.
Em outras palavras, não será preciso avaliar se índios, animais e o próprio meio-ambiente, inclusive uma área com a dimensão ampla que é a Amazônia, para construir tais hidrovias.
As propostas atendem aos interesses do agronegócio, que querem meios baratos para exportar soja e outros bens agrícolas ou de origem pecuária e mineral.
Com a aprovação, a ser feita no ano que vem, já que ações parlamentares barraram as votações das propostas este ano, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) dará lugar ao Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (ETVEA).
Aparentemente, a mudança se limita apenas ao nome e à sigla, se esquecermos de um detalhe: o ETVEA será um "estudo" vinculado aos próprios empreendedores do agronegócio.
A votação foi suspensa por falta de quórum e dois deputados, Chico Alencar (PSOL-RJ) e Nilto Tatto (PT-SP) agiram para retirar os PDLs da pauta de urgência no plenário da Câmara Federal.
No entanto, a medida apenas adiou os projetos, que poderão vir com força total após o fim do recesso parlamentar, em fevereiro.
O lobby do agronegócio envolve também o ministro da Agricultura do governo Michel Temer, Blairo Maggi (PP-MT).
Maggi é dono do grupo Amaggi, uma das maiores corporações na exploração de soja, o que lhe vale o atual título de "Rei da Soja".
O ministro temeroso da Agricultura também é acusado de ser o "rei do desmatamento", por permitir, quando era governador de Mato Grosso, que 26 mil km² da floresta amazônica situada no Estado fosse devastada.
Blairo é representado na Câmara dos Deputados por Adilton Sachetti, do PSB mato-grossense, autor do PDL para Tapajós e articulador do lobby ruralista na casa legislativa.
A medida se assemelha ao episódio da hidrelétrica de Belo Monte, que dividiu as esquerdas brasileiras.
Em ato falho, o PT encampou o projeto Belo Monte, na verdade originário da ditadura militar.
E havia feito também a transposição do Rio São Francisco.
São medidas que foram feitas por causa do forte lobby ruralista, ignorando os impactos ambientais danosos previstos para as regiões.
Um dos impactos previstos pelos projetos de novas hidrovias está a destruição de comunidades indígenas.
Isso vai abalar do âmbito sócio-cultural ao biológico.
A tribo Mundukuru tem uma relação cultural com as corredeiras do rio Teles Pires, na qual acreditam terem elas um poder sagrado, sendo habitação dos espíritos de seus ancestrais.
O projeto para Tapajós irá destruir as corredeiras, o que será um prejuízo cultural para a tribo, que vê na atitude o "fim do mundo".
Mas indígenas também podem ser exterminados, como ocorre nas áreas em que o poder dos fazendeiros se torna desenfreado.
A coisa, todavia, não para aí.
Para apoiar a hidrovia, uma rodovia e uma ferrovia também foram anunciadas, o que poderá representar um impacto ambiental com mais devastação de áreas florestais.
E o que isso tem a ver com a ameaça ao mundo?
Simples. Embora não devamos superestimar o apelido de "pulmão do mundo" da floresta Amazônica (apelidada, em inglês, de rain forest), a sua devastação e a implantação de projetos com impacto ambiental negativo irão agravar o aquecimento do planeta.
Temer já lança projetos de arrepiar os cabelos de qualquer um.
Como entregar o serviço de sensoriamento remoto por satélite a uma empresa estrangeira, pondo risco a informações estratégicas e ameaçando a soberania geopolítica do Brasil.
Mas para um país em que a Operação Lava Jato entrega o monitoramento das atividades da Braskem e da Odebrecht para o Departamento de Justiça dos EUA, jogar a soberania brasileira no lixo parece ter virado moda.
E depois o pessoal que apoia tudo isso vai desfilar em passeatas "contra a corrupção" enrolando a bandeira brasileira em seus corpos suados.
Vá entender...
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