Mal começou a ser lançada, a lista de delações do executivo da Odebrecht, Cláudio Melo Filho, já provoca uma reação drástica de Michel Temer, citado mais de 40 vezes.
O presidente temeroso pensa em cancelar as delações de executivos da empreiteira baiana, na tentativa de salvar sua pele e a de seus inúmeros aliados.
Mesmo descritos com apelidos - Geraldo Alckmin é "santo", Eduardo Cunha "caranguejo", Aécio Neves "mineirinho", Romero Jucá, o "caju" e Rodrigo Maia, o "botafogo" - , os denunciados se sentem incomodados.
Eliseu Padilha era o "primo", e Renan Calheiros o "justiça". O ex-petista Delcídio do Amaral era conhecido como "ferrari".
Não foi informado o apelido que teria Temer, no caso.
De qualquer maneira, seria um terremoto político que atingiria até mesmo os militantes do Movimento Brasil Livre, pois seu maior patrocinador, o empresário Paulo Skaf, presidente da FIESP, também foi denunciado por Melo Filho.
Será uma devastação política sem precedentes. Se não houver o tal "jeitinho brasileiro", cairá todo mundo.
Sabe-se que o governo de Michel Temer está por um fio.
A rejeição a ele até aumentou, sendo hoje de 51%.
Notou-se até o tremor de suas mãos quando foi dar discurso no prêmio Brasileiros do Ano 2016, promovido pela revista Isto É.
O mesmo evento em que Sérgio Moro e Aécio Neves trocavam risonhas confidências.
Sérgio Moro, dias depois, desconversou, definiu a foto dele com Aécio como "infeliz" e disse que não investiga políticos do PSDB porque "haviam sido oposição".
Moro esqueceu do óbvio: a corrupção da Petrobras, admitida até por Fernando Henrique Cardoso, já existia durante o governo deste "príncipe" tucano.
A dupla PSDB/PMDB que assaltou o poder há sete meses está estremecida e tensa.
Temer se reuniu com seus ministros para criar um "programa de estímulo ao emprego", uma pálida concessão como tantas que governos conservadores fazem quando sofrem crises muito agudas.
Ele também está pensando em como cancelar as delações da Lava Jato.
Michel Temer está com muito medo. Medo é seu sobrenome. Quem deve, Temer!
Tem medo de ser vaiado e foge de vários eventos onde identificar a presença de futuros opositores.
Temer só posa de "corajoso" e "firme" quando se reúne com a plutocracia, como eventos empresariais, cerimônias da mídia venal, reuniões políticas com aliados.
Temer não parece amadurecido como poderia sugerir sua idade de 76 anos. Aliás, o que é maturidade se vermos tanta gente plutocrática e grisalha cometendo teimosias infantis?
Um advogado supostamente comprometido a um cargo de estadista até agora só governou num clima de muita confusão, de efeitos danosos e ameaçadores à população.
Amanhã será a votação da PEC do Teto, em sua etapa final, e o Brasil está em risco.
A ONU já identificou o projeto de limitação de gastos públicos como uma ameaça aos direitos humanos.
Isso mostra a gravidade da chamada "ponte para o futuro" do temeroso governo.
Cuja crise, mesmo abafada se cancelarem as delações da Lava Jato, tende a piorar cada vez mais.
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