Estranhamente ausente nas listas de cidades mais violentas do Brasil, o Rio de Janeiro mostra uma situação calamitosa.
São ocorrências criminais diárias, em várias partes da cidade, atingindo pessoas de diversas classes sociais.
Policiais e pessoas inocentes foram mortas em diversas ocasiões, causando medo nos demais cariocas.
Em muitos lugares, o toque de recolher chega a ser antes das 19 horas.
Várias escolas públicas são fechadas por causa dos tiroteios e anos letivos são prejudicados com isso.
E, agora, chegou-se ao ponto de um bairro inteiro ser isolado, como se fosse um condomínio fechado.
Investindo em segurança particular, o bairro de Vila Kosmos, localizado na Penha, é monitorado por guaritas e com acesso vigiado.
O isolamento foi autorizado pelo prefeito Marcelo Crivella.
Os moradores do bairro estão cansados de sofrer tantos assaltos, muitos deles à luz do dia.
É surpreendente que as constantes ocorrências da violência carioca, com resultados trágicos, não reflete no ranquim da violência.
Há um grande preconceito social que atinge o Nordeste e permite até a adulteração de dados.
A tranquila Aracaju, por exemplo, tem seus índices de violência "anabolizados" por três fatores.
Primeiro, pelos critérios adotados, bastante aleatórios, que incluem acidentes de trânsito e de trabalho como "ocorrências de violência".
Segundo, pela atribuição confusa de várias cidades da Grande Aracaju como se fosse a própria capital sergipana.
Terceiro, pelo fato de que, quando há ocorrências criminais, quase todas são registradas pela polícia.
No Rio de Janeiro, várias ocorrências criminais não chegam sequer aos boletins de ocorrência.
Em Salvador, houve divulgação de um latrocínio na famosa passarela do Iguatemi, numa madrugada.
Quantos latrocínios similares ocorrem nas passarelas cariocas da Av. Brasil que só chegam ao conhecimento da família e dos vizinhos da vítima?
Em vez de resolver todos esses problemas, Sérgio Cabral Filho, Eduardo Paes e Luiz Fernando Pezão queriam maquiar os dados.
Eles simplesmente venderam um falso paraíso, que escondia um caldeirão de violência e tragédia.
E, dentro do contexto do neoconservadorismo, plantou-se no Nordeste uma violência maior do que a que existe na realidade.
Já em São Paulo ou no Sul a violência se torna menor do que realmente ocorre.
Foi Brusque, em Santa Catarina, ser conhecida como a segunda cidade mais pacífica do Brasil para uma jovem aparecer morta devido a acerto de contas com traficantes locais.
E isso foi apenas uma notícia que apareceu na imprensa nacional.
O ranquim da violência reflete, na verdade, o desejo do Sul e Sudeste em exercer a supremacia turística, dentro do cenário sócio-político bastante conservador.
Neste cenário, o Nordeste sofre discriminação, sobretudo porque está aos poucos rompendo com a subserviência social de antes.
E isso é que está incomodando as ricas oligarquias do Sul e Sudeste, que não suportam ver o Nordeste obtendo protagonismo no desenvolvimento nacional.
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