O presidente Michel Temer exagerou na comemoração quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o novo resultado do Produto Interno Bruto.
Para quem não sabe, o PIB é a soma de valores monetários resultantes de todos os bens e serviços finais produzidos em dada região, no caso o nosso país.
O IBGE divulgou que o PIB cresceu 1% no primeiro trimestre de 2017 em relação ao último trimestre de 2016.
Temer publicou na sua conta do Twitter: "A recessão acabou!".
"Isso é resultado das medidas que estamos tomando. O Brasil voltou a crescer. E com as reformas vai crescer mais ainda", completou o presidente.
Temer anda falando praticamente sozinho.
Ele anda isolado no seu mundinho particular, em que ele se acha o "grande líder" de um governo sem popularidade.
Até parece um louco, dizendo que tem orgulho de ser impopular e achar que assumir isto é um "ato de coragem".
É claro que isso é um aspecto secundário da crise política e econômica que está em curso.
A direita que fez o golpe político-jurídico de maio de 2016 tem prioridades que dispensariam a colaboração de Temer.
Os golpistas já começam a articular uma eleição indireta para levar adiante o projeto político conservador que Temer apenas "esboçou".
Um projeto de retomadas de privilégios das elites e o desmonte escancarado das conquistas das classes trabalhadoras.
A narrativa oficial é que a crise só será "resolvida" se os direitos trabalhistas forem extintos, e ainda assim de maneira não assumida.
Isso apesar de haver empresários e políticos defendendo aberrações como trabalhar 12 horas por dia e substituir o salário por alimentação e alojamento (e olhe lá).
O "estado de espírito" desses tempos criava uma situação surreal.
Um período "feliz" marcado por inúmeros retrocessos sociais.
E é esse período "feliz" que faz Michel Temer "comemorar" o aumento do Pibinho, no seu governo em completo desastre.
A gerente de contas nacionais do IBGE, Rebeca Palis, disse que o aumento do PIB não é motivo de comemoração.
Esse aumento, segundo ela, ocorreu em bases deprimidas em determinados setores da economia.
Para a recessão acabar, segundo a técnica, o crescimento deveria ter-se refletido em vários setores da economia, e em rota sustentável, com base nos critérios do CODACE (Comitê de Datação dos Ciclos Econômicos).
O crescimento econômico no primeiro trimestre deste ano se concentrou na exportação de soja, milho, petróleo e minério de ferro.
O mercado interno, no entanto, continuou em baixa, com queda de consumo nas famílias, nos governos e também diminuição de investimentos, causando impacto nos setores de serviços e nas indústrias de transformação e construção.
Ou seja, a recessão continua seguindo em frente.
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