O ex-deputado federal e também ex-assessor de Michel Temer, Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), foi preso hoje de manhã.
Loures foi preso às seis horas da manhã, em sua casa, em Brasília.
Na segunda-feira, estará a caminho do complexo penitenciário da Papuda, também na capital federal.
O advogado de Loures, Cezar Bittencourt, disse que a prisão "foi para forçar delação".
Sabe-se que outro assessor de Temer, José Yunes, amigo de longa data do temeroso presidente, já havia feito delação e "entregou" o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, um dos homens fortes do temeroso governo.
Yunes teria sido intermediário de um esquema de propinas da Odebrecht sobre campanhas eleitorais do PMDB e teria levado o dinheiro para Padilha.
Mas o ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, desmentiu isso e disse que a prisão foi para "garantir a ordem pública".
Loures, considerado um dos braços-direitos de Michel Temer, foi flagrado correndo por uma rua dos Jardins, bairro de classe alta da cidade de São Paulo, segurando uma mala de dinheiro.
A mala continua R$ 500 mil que seriam de uma propina dada por Ricardo Saud, um dos executivos da empresa JBS, de Joesley Batista.
A prisão de Rocha Loures se baseou em gravações divulgadas por executivos da JBS, como o próprio Joesley, de conversas do ex-deputado e do presidente da República.
Loures teria sido um intermediário entre acordos da JBS com o governo Temer.
O ex-deputado acabou perdendo o mandato parlamentar e, por conseguinte, o foro privilegiado, depois que o ex-ministro da Justiça, Osmar Serraglio, retomou o mandato na Câmara dos Deputados.
Serraglio esteve perto de assumir o Ministério da Transparência, mas recusou o cargo e voltou ao cargo parlamentar anteriormente ocupado.
Com isso, Loures perdeu o privilégio parlamentar e, como ex-deputado, tornou-se detento.
Loures, o "homem da mala", acabou sendo o "homem da hora" porque sua influência como parlamentar e homem de confiança do governo Michel Temer é muito forte.
Se Loures iniciar uma delação, haverá mais um abalo no governo Temer.
A propósito, o "pibinho" do governo Temer teve crescimento inexpressivo.
Ele comparou com dados de 2014, como se houvesse variações de decrescimento no PIB.
Só que sucessivas quedas não são variações de índices, como -1%, -0,3% e -2,3%.
Se, por exemplo, houve uma queda de -1%, a queda de -2,3% resulta em dado pior, -3,3%.
Se a queda fosse, por exemplo, de -0,8% para -0,3%, não houve subida, e o resultado teria sido -1,1%.
Se o governo Temer queria creditar seu "pibinho" ao fim da recessão, ele atirou no próprio pé.
Ao que tudo indica, o governo Temer amplia a sua agonia.
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