VERGONHA - COM MUITOS ANOS DE ESTRADA, O AC/DC NÃO PODE SE RESUMIR AO ÚNICO MEGA-SUCESSO "BACK IN BLACK".
É simplesmente humilhante.
O público de rock, gênero que era associado à rebeldia e à insubordinação, no Brasil se entregou à acomodação.
Passaram a ouvir as mesmas músicas, os mesmos intérpretes e ter os mesmos hábitos.
Viraram caricaturas de si mesmos, muitos vestindo camisetas pretas, posando de mau etc.
E fazendo ginástica com a língua, gesto do demônio com a mão, solos de guitarra invisível, o air guitar.
Um público que se tornou comportadinho, quando as coisas lhes vão bem, e reacionário, quando elas lhes vão mal.
O público de rock deixou de se comportar como se comportava há 35 anos.
Passou a ser analfabeto político, passou a ter descaso com os problemas da humanidade, se preocupa mais com a forma que o conteúdo.
Tira onda com camisetas com o rosto de Jimi Hendrix ou o logotipo dos Ramones, mas agem como se fossem fãs de pop dançante.
Falam até as mesmas gírias que qualquer fã do Justin Bieber é capaz de falar.
Mas o apego dos roqueiros ao hit-parade chegou ao cúmulo de surgir uma aberração.
Os chamados "fãs de uma música só".
Para eles, Deep Purple só teve "Smoke on the Water", AC/DC teve "Back in Black", Cure teve "Boys Don't Cry", Cult seu "Revolution".
Isso é uma grande falta de respeito.
No entanto, também é humilhante quando eles ouvem mais de uma música de cada banda, mas dentro dos "grandes sucessos".
A impressão que se tem é que o pessoal, quando ouve o Police, nunca comprou os álbuns originais, só ficando com a coletânea Every Breath You Take.
A coisa está tão feia que até o sentido de "lado B" mudou.
Já não é mais o lado B de compactos, em que bandas seminais de rock costumam colocar músicas ausentes nos álbuns oficiais.
O "lado B" de que falam é aquela música que as rádios não tocam, ou tocam pouco.
Mas diante da indigência cultural dos jovens de hoje, até "Every Breath You Take" do Police é "lado B demais" para essa patota.
Também não dá para conversar.
Os roqueiros ficam falando bobagens como "show de bola", "animal", "é déiz (sic) mermão", "radical, brou" ou "rock na veia, véio!".
Parecem um bando de papagaios falando coisas assim o tempo todo.
É por isso que o rock perdeu a relevância que tem.
Coisas patéticas como patentear o gesto do demo e comercializar o "bigode do Freddie Mercury" queimam a reputação do rock, antes famoso pela sua proclamada "superioridade cultural".
Qualquer "bigode do Seu Madruga" vira "bigode do Freddie Mercury" dentro do contexto "roqueiro" do brasileiro médio.
Até pedaço de vassoura vira "bigode do Freddie Mercury" colocada sobre a boca de cada um.
E muitos esquecem que o bigode não é marca registrada do saudoso vocalista do Queen, que começou sua carreira sem usar bigode, e encerrou da mesma forma.
Daqui a pouco vão criar até copyright do air guitar.
E isso num mercado em que revistas de metal acolheram o poser metal visando claros interesses comerciais.
Isso porque caíram no conto de que "roqueiro de verdade" destrói hotel, se embriaga e tem um divórcio turbulento com a ex-mulher.
Pelo que eu saiba, roqueiro de verdade se valia pela música que fazia, os distúrbios comportamentais eram só um detalhe.
Hoje os distúrbios é que mais importam, a música é que virou um amontoado de barulho e solos malabaristas.
Ser roqueiro, no Brasil, acaba sendo aceitar comer poeira.
Numa época em que, mesmo de maneira caricata e fajuta, funqueiros e "sertanejos" conseguem estimular a libido e a catarse da juventude atual.
É simplesmente humilhante.
O público de rock, gênero que era associado à rebeldia e à insubordinação, no Brasil se entregou à acomodação.
Passaram a ouvir as mesmas músicas, os mesmos intérpretes e ter os mesmos hábitos.
Viraram caricaturas de si mesmos, muitos vestindo camisetas pretas, posando de mau etc.
E fazendo ginástica com a língua, gesto do demônio com a mão, solos de guitarra invisível, o air guitar.
Um público que se tornou comportadinho, quando as coisas lhes vão bem, e reacionário, quando elas lhes vão mal.
O público de rock deixou de se comportar como se comportava há 35 anos.
Passou a ser analfabeto político, passou a ter descaso com os problemas da humanidade, se preocupa mais com a forma que o conteúdo.
Tira onda com camisetas com o rosto de Jimi Hendrix ou o logotipo dos Ramones, mas agem como se fossem fãs de pop dançante.
Falam até as mesmas gírias que qualquer fã do Justin Bieber é capaz de falar.
Mas o apego dos roqueiros ao hit-parade chegou ao cúmulo de surgir uma aberração.
Os chamados "fãs de uma música só".
Para eles, Deep Purple só teve "Smoke on the Water", AC/DC teve "Back in Black", Cure teve "Boys Don't Cry", Cult seu "Revolution".
Isso é uma grande falta de respeito.
No entanto, também é humilhante quando eles ouvem mais de uma música de cada banda, mas dentro dos "grandes sucessos".
A impressão que se tem é que o pessoal, quando ouve o Police, nunca comprou os álbuns originais, só ficando com a coletânea Every Breath You Take.
A coisa está tão feia que até o sentido de "lado B" mudou.
Já não é mais o lado B de compactos, em que bandas seminais de rock costumam colocar músicas ausentes nos álbuns oficiais.
O "lado B" de que falam é aquela música que as rádios não tocam, ou tocam pouco.
Mas diante da indigência cultural dos jovens de hoje, até "Every Breath You Take" do Police é "lado B demais" para essa patota.
Também não dá para conversar.
Os roqueiros ficam falando bobagens como "show de bola", "animal", "é déiz (sic) mermão", "radical, brou" ou "rock na veia, véio!".
Parecem um bando de papagaios falando coisas assim o tempo todo.
É por isso que o rock perdeu a relevância que tem.
Coisas patéticas como patentear o gesto do demo e comercializar o "bigode do Freddie Mercury" queimam a reputação do rock, antes famoso pela sua proclamada "superioridade cultural".
Qualquer "bigode do Seu Madruga" vira "bigode do Freddie Mercury" dentro do contexto "roqueiro" do brasileiro médio.
Até pedaço de vassoura vira "bigode do Freddie Mercury" colocada sobre a boca de cada um.
E muitos esquecem que o bigode não é marca registrada do saudoso vocalista do Queen, que começou sua carreira sem usar bigode, e encerrou da mesma forma.
Daqui a pouco vão criar até copyright do air guitar.
E isso num mercado em que revistas de metal acolheram o poser metal visando claros interesses comerciais.
Isso porque caíram no conto de que "roqueiro de verdade" destrói hotel, se embriaga e tem um divórcio turbulento com a ex-mulher.
Pelo que eu saiba, roqueiro de verdade se valia pela música que fazia, os distúrbios comportamentais eram só um detalhe.
Hoje os distúrbios é que mais importam, a música é que virou um amontoado de barulho e solos malabaristas.
Ser roqueiro, no Brasil, acaba sendo aceitar comer poeira.
Numa época em que, mesmo de maneira caricata e fajuta, funqueiros e "sertanejos" conseguem estimular a libido e a catarse da juventude atual.
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