O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou, ontem, criminalmente o presidente Michel Temer e seu ex-assessor, Rodrigo da Rocha Loures, por corrupção passiva.
A denúncia se baseou em delações de executivos da J&F, administradora do grupo JBS.
A denúncia ainda não significa a abertura do processo contra o presidente.
O Supremo Tribunal Federal não pode iniciar diretamente esse procedimento.
Ele dependerá da homologação da Câmara dos Deputados, que só será feita se houver aprovação de dois terços dos 513 deputados federais.
Mas já é um crepúsculo para um governo que nunca teve qualquer tipo de legitimidade.
Michel Temer até tenta resistir, diz que "não será destruído", que permanecerá no poder até o fim de 2018 e coisa e tal.
Ele tenta até fazer uma agenda positiva, como nesses governos conservadores em ocaso.
É quando o governante abre mão de seu conservadorismo, pelo menos de leve, e tenta alguma proposta progressista, ou quase isso, ou talvez uma caricatura disso.
Temer anda isolado politicamente e boa parte de seus aliados de maio de 2016 o abandonaram.
A denúncia de Janot só agrava a crise do governo e pode reduzir a já baixíssima popularidade do temeroso governante a quase nada.
Temer também é acusado de tentar obstruir a Justiça e de manobrar para evitar que seja punido ou investigado.
Janot acusa Temer de ludibriar milhões de brasileiros, que o aceitaram na condição de vice na chapa com Dilma Rousseff, na campanha de 2014.
Ele cobra do presidente uma multa de R$ 10 milhões e, de Rocha Loures, R$ 2 milhões, pelos danos morais coletivos, sendo que, da parte do segundo, na condição de deputado federal.
Loures tornou-se vexame quando um vídeo com ele fugindo com uma mala de dinheiro foi divulgado na época das delações da JBS.
Seguem os próximos capítulos desse drama que faz House of Cards parecer enredo infantil.
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