A corrente semana não apresentou novidades de impacto em relação à decadência que atinge o governo Michel Temer.
Mas apresenta o primeiro óbito entre aqueles que respaldaram o temeroso governo.
Hoje faleceu, aos 63 anos, o jornalista e colunista de O Globo, Jorge Bastos Moreno, que chegou a fazer tietagem ao governante, quando este ainda era interino.
A ex-primeira dama Marisa Letícia Lula da Silva e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavaschi, eram personagens remanescentes da Era PT.
Teori foi nomeado durante o primeiro governo da presidenta Dilma Rousseff.
Jorge faleceu de edema no pulmão agravado por complicações cardio-vasculares. Sua última coluna foi publicada em O Globo no dia 10.
Ele era também apresentador de um programa da CBN e outro no Canal Brasil, além de participar frequentemente de programas da Globo News, como comentarista.
O falecimento se deu num período em que Andrea Neves, irmã de Aécio Neves, teve sua prisão mantida, e Sérgio Cabral Filho condenado a 14 anos de prisão em regime fechado.
É uma época em que o senador afastado Aécio Neves perdeu parte de sua remuneração no Senado Federal e teve seu nome apagado do painel de votações.
Claro que isso é pouco. Se fosse num país menos imperfeito, Aécio teria sido preso, diante de tantos escândalos de corrupção a que se envolveu.
Vários aliados seus afirmavam que Aécio cobrava altas propinas.
As denúncias em torno de Aécio desgastaram tanto o PSDB que criou uma crise interna no tucanato.
Além disso, as denúncias em torno de Michel Temer, mesmo com o constrangedor desfecho do Tribunal Superior Eleitoral, que evitou sua cassação, põem seu governo em um múltiplo xeque.
A atitude do TSE em absolver a chapa Dilma-Temer rendeu até piada do Dia dos Namorados.
Muitos falaram que Michel Temer recebeu um presente de amor do presidente do TSE, Gilmar Mendes, também ministro do STF.
E aí surgem denúncias de que o Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), que tem Gilmar como sócio, recebeu da empresa J&F, administradora do Grupo JBS, um generoso patrocínio.
O valor da "gorjeta" foi na ordem de R$ 2,1 milhões, que foram destinados a eventos realizados pelo instituto.
Depois da delação premiada dos executivos da JBS, o instituto enviou um comunicado dizendo que já devolveu R$ 650 mil desse dinheiro no último 29 de maio.
O instituto, que atua como uma faculdade, afirmou também que o contrato com a JBS, que havia sido feito em 11 de junho de 2015, foi rescindido.
Recentemente, o Diário do Centro do Mundo revelou que tanto Michel Temer e Gilmar Mendes são "crias" de Fernando Henrique Cardoso.
Gilmar foi nomeado pelo então presidente FHC em 2002, e o jurista Dalmo Dallari previu que Gilmar provocaria uma degradação do Judiciário.
Dallari enfrentou, na época, Gilmar na questão de terras indígenas, na qual o hoje presidente do TSE defendeu os interesses dos invasores.
Já Michel Temer iniciou sua carreira política aparentemente apadrinhado por André Franco Montoro, então vinculado ao PMDB.
Mas Temer começou sua carreira quando foi apresentado pela presidente de um diretório do PMDB em Indianápolis, na cidade de São Paulo, a jornalista Sílvia Luandos, a Fernando Henrique Cardoso.
Sílvia e Fernando, sabe-se, foram para o PSDB, assim como o já falecido Franco Montoro (personagem muito conhecido no cenário político nos tempos de Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e João Goulart).
Ainda há a crise do PSDB, que perdeu dois de seus filiados, o jurista Miguel Reale Jr. e o empresário Ricardo Semler.
Reale Jr., juntamente com a advogada Janaína Pascoal e o jurista Hélio Bicudo, havia elaborado o pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, no final de 2015.
Semler é mais conhecido por seus livros de auto-ajuda empresarial, como o best-seller Virando a Própria Mesa, de 1988.
A saída dos dois é motivada pelos escândalos que desgastaram o partido, após as denúncias de Joesley Batista que atingiram vários políticos tucanos.
O PSDB continua apoiando o governo Temer e isso também agrava o desgaste dos tucanos.
A situação está feia e o governo Temer sofre um perecimento avançado.
Temer ainda insiste em ficar no poder. Talvez seu governo morra de podre, se novas denúncias inspirarem a abertura de um processo de impeachment.
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