A ALPHA FM ENTROU NOS 94,9 MHZ DO RJ. BAND NEWS PERMANECE NOS 90,3.
A Música Popular Brasileira não resolveu sua situação no dial FM do Rio de Janeiro, depois do fim da MPB FM.
A MPB, no rádio, só tem, quando muito, poucos programas esparsos e uma divulgação parcial nas rádios de pop adulto, divididas com sucessos estrangeiros.
O que se observa é apenas o aumento de FMs de pop adulto, das quais a Antena Um tem um repertório mais criativo.
A entrada da Alpha FM reforça o filão, agora que entrou nos 94,9 mhz, já que a Band News Fluminense foi para os 90,3 da antiga MPB FM.
Mas nada impede que a MPB deixe de aparecer mesmo na Band News.
Bacana seria, no programa do Ricardo Boechat, sair de um bloco de notícias e entrar no intervalo comercial com um bom jingle como um que o Bradesco fez recentemente, com arranjo MPB.
Basta os anunciantes tiverem visão e pensarem mais em vender seus produtos do que em ganhar prêmio de Publicidade e Propaganda.
É só compor mais jingles e botar bons músicos e bons cantores que não tenham voz de personagem de desenho animado, como se costuma colocar nas piores canções de propaganda.
Quem assobiar um jingle tem mais chance de comprar o produto, porque ele pega mais no ouvinte de rádio pela música do que por aqueles diálogos que ninguém aguenta.
Clínicas de saúde, por exemplo, deveriam fazer mais jingles do que insistir naquele papo de "atendimento personalizado e humanizado" que qualquer clínica de fundo de quintal promete.
Entre um noticiário da CBN ou Band News, os anúncios publicitários falados se perdem no ar, porque o público acabou de ouvir aquela notícia ou aquele comentário tal.
Aí não vai saber se é a Clínica Santa Bolonhesa ou a Clínica São Maçarico por causa daquela mesma locução de leitor de bula que predomina nesses comerciais.
Como também não vai saber se o enésimo diálogo da mocinha com o rapagão corresponde ao Disque Pizza ou ao SOS Vida.
Com os jingles, os produtos, carregados por boas melodias, entram melhor nos ouvidos de quem "descansa" de uma notícia durante cinco minutos.
Você não se lembra daquele comercial falado que rolou na Band News FM em 2005. Mas se lembra que os Mutantes fizeram de sua canção "Algo Mais" um jingle da Shell, em 1969.
Daí uma boa cena de música brasileira que pode nascer nos comerciais de rádios all news ou de "rádios AM" em FM.
Até os programas de comunicadores podem também tocar MPB, sem aquele vínculo forçado dos brega-popularescos de plantão, sempre ávidos a parasitar um emepebista.
E tocar MPB na íntegra, sem locutor falando em cima na introdução nem a canção sendo cortada no meio.
Se o programa do comunicador tocar "O Bêbado e o Equilibrista", sucesso de Elis Regina, tem que esperar o som final do acordeão desaparecer no fade out.
Com todo o carisma do comunicador, ele falando em cima das músicas é um acinte ao ouvinte que já se acostuma a ouvir canções inteiras nos canais do YouTube.
Na falta de um espaço exclusivo de MPB, as rádios precisam se mexer, num contexto em que até as transmissões de partidas de futebol estão mais "musicais".
Já deve ter banda ensaiando fazendo acompanhamento instrumental com locutor esportivo. E não é com vuvuzela, mas pegando na bateria, no baixo, numa guitarra mais soul. Se ainda não tem, vai ter.
Quantos sucessores de O Rappa, hoje com atividades encerradas, não poderiam haver por trás de rapazes tocando um som ritmado junto a uma transmissão de futebol pelo rádio?
O hip hop surgiu em experiências próximas disso, misturando o funk autêntico com locutores que pareciam imitar uma narração de turfe.
A música brasileira, seja a "mais pura", o Rock Brasil e adaptações autênticas de ritmos estrangeiros, deveria aumentar o espaço nas rádios.
Até as FMs de pop adulto deveriam aumentar a divulgação de MPB e começar a ousar no repertório, saindo dos sucessos de trilhas de novelas.
Deveriam tocar, de cada dez músicas, seis de música brasileira, arriscando a tocar canções e artistas menos conhecidos.
É a alma do negócio: se a rádio toca um artista menos conhecido, ele se torna mais conhecido.
Falta criatividade no rádio FM, que desde os anos 90 começou a perder a sintonia com os ouvintes, em prol de um comercialismo desenfreado.
Que possam aparecer nas FMs adultas nomes como Egberto Gismonti, Diana Pequeno, Azymuth.
Ninguém perde arriscando a tocar canções assim. Quebra a rotina, o diretor artístico sente um frio no peito, mas no fim o resultado sempre sairá positivo, pela ruptura do óbvio.
Estas soluções são mais viáveis e prósperas do que pretensas rádios rock que só "melhoram" conforme as conveniências ou FMs brega-popularescas promovendo "aventuras" de seus ídolos às custas de covers ou duetos de MPB.
Mais jingles, mais ritmo, mais sons viscerais, mais músicas que não fazem sucesso nem estão nas trilhas sonoras de novelas da Rede Globo.
O rádio FM precisa ouvir mais os ouvintes e deixar de ser os feudos de seus gerentes artísticos.
A Música Popular Brasileira não resolveu sua situação no dial FM do Rio de Janeiro, depois do fim da MPB FM.
A MPB, no rádio, só tem, quando muito, poucos programas esparsos e uma divulgação parcial nas rádios de pop adulto, divididas com sucessos estrangeiros.
O que se observa é apenas o aumento de FMs de pop adulto, das quais a Antena Um tem um repertório mais criativo.
A entrada da Alpha FM reforça o filão, agora que entrou nos 94,9 mhz, já que a Band News Fluminense foi para os 90,3 da antiga MPB FM.
Mas nada impede que a MPB deixe de aparecer mesmo na Band News.
Bacana seria, no programa do Ricardo Boechat, sair de um bloco de notícias e entrar no intervalo comercial com um bom jingle como um que o Bradesco fez recentemente, com arranjo MPB.
Basta os anunciantes tiverem visão e pensarem mais em vender seus produtos do que em ganhar prêmio de Publicidade e Propaganda.
É só compor mais jingles e botar bons músicos e bons cantores que não tenham voz de personagem de desenho animado, como se costuma colocar nas piores canções de propaganda.
Quem assobiar um jingle tem mais chance de comprar o produto, porque ele pega mais no ouvinte de rádio pela música do que por aqueles diálogos que ninguém aguenta.
Clínicas de saúde, por exemplo, deveriam fazer mais jingles do que insistir naquele papo de "atendimento personalizado e humanizado" que qualquer clínica de fundo de quintal promete.
Entre um noticiário da CBN ou Band News, os anúncios publicitários falados se perdem no ar, porque o público acabou de ouvir aquela notícia ou aquele comentário tal.
Aí não vai saber se é a Clínica Santa Bolonhesa ou a Clínica São Maçarico por causa daquela mesma locução de leitor de bula que predomina nesses comerciais.
Como também não vai saber se o enésimo diálogo da mocinha com o rapagão corresponde ao Disque Pizza ou ao SOS Vida.
Com os jingles, os produtos, carregados por boas melodias, entram melhor nos ouvidos de quem "descansa" de uma notícia durante cinco minutos.
Você não se lembra daquele comercial falado que rolou na Band News FM em 2005. Mas se lembra que os Mutantes fizeram de sua canção "Algo Mais" um jingle da Shell, em 1969.
Daí uma boa cena de música brasileira que pode nascer nos comerciais de rádios all news ou de "rádios AM" em FM.
Até os programas de comunicadores podem também tocar MPB, sem aquele vínculo forçado dos brega-popularescos de plantão, sempre ávidos a parasitar um emepebista.
E tocar MPB na íntegra, sem locutor falando em cima na introdução nem a canção sendo cortada no meio.
Se o programa do comunicador tocar "O Bêbado e o Equilibrista", sucesso de Elis Regina, tem que esperar o som final do acordeão desaparecer no fade out.
Com todo o carisma do comunicador, ele falando em cima das músicas é um acinte ao ouvinte que já se acostuma a ouvir canções inteiras nos canais do YouTube.
Na falta de um espaço exclusivo de MPB, as rádios precisam se mexer, num contexto em que até as transmissões de partidas de futebol estão mais "musicais".
Já deve ter banda ensaiando fazendo acompanhamento instrumental com locutor esportivo. E não é com vuvuzela, mas pegando na bateria, no baixo, numa guitarra mais soul. Se ainda não tem, vai ter.
Quantos sucessores de O Rappa, hoje com atividades encerradas, não poderiam haver por trás de rapazes tocando um som ritmado junto a uma transmissão de futebol pelo rádio?
O hip hop surgiu em experiências próximas disso, misturando o funk autêntico com locutores que pareciam imitar uma narração de turfe.
A música brasileira, seja a "mais pura", o Rock Brasil e adaptações autênticas de ritmos estrangeiros, deveria aumentar o espaço nas rádios.
Até as FMs de pop adulto deveriam aumentar a divulgação de MPB e começar a ousar no repertório, saindo dos sucessos de trilhas de novelas.
Deveriam tocar, de cada dez músicas, seis de música brasileira, arriscando a tocar canções e artistas menos conhecidos.
É a alma do negócio: se a rádio toca um artista menos conhecido, ele se torna mais conhecido.
Falta criatividade no rádio FM, que desde os anos 90 começou a perder a sintonia com os ouvintes, em prol de um comercialismo desenfreado.
Que possam aparecer nas FMs adultas nomes como Egberto Gismonti, Diana Pequeno, Azymuth.
Ninguém perde arriscando a tocar canções assim. Quebra a rotina, o diretor artístico sente um frio no peito, mas no fim o resultado sempre sairá positivo, pela ruptura do óbvio.
Estas soluções são mais viáveis e prósperas do que pretensas rádios rock que só "melhoram" conforme as conveniências ou FMs brega-popularescas promovendo "aventuras" de seus ídolos às custas de covers ou duetos de MPB.
Mais jingles, mais ritmo, mais sons viscerais, mais músicas que não fazem sucesso nem estão nas trilhas sonoras de novelas da Rede Globo.
O rádio FM precisa ouvir mais os ouvintes e deixar de ser os feudos de seus gerentes artísticos.
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