Um incidente, ainda que um tanto precipitado, dá o tom da indignação contra o governo do presidente Michel Temer, politicamente isolado.
Um possível menor teria pego um automóvel para se dirigir em alta velocidade ao portão do Palácio da Alvorada, em Brasília. O portão foi derrubado.
Cápsulas de armas de fogo foram encontradas no chão. Houve barulho de suposto tiroteio, segundo contou um taxista de nome Rodrigo.
Uma ambulância foi encaminhada para o local.
Tudo isso aconteceu por volta de 19 horas de ontem.
O Palácio da Alvorada chegou a ser residência do presidente Michel Temer, sua esposa Marcela e o filho Michelzinho.
Mas a família voltou para o Palácio do Jaburu, onde antes residia, porque Michel se queixava de "fantasmas" que disse ter visto na residência.
Temer chegou a fazer reforma na residência, contrariando a norma do local, que não permite mudança na mobília e no ambiente.
O rapaz que dirigiu o carro foi conduzido para a Polícia Federal para prestar depoimento. O caso está sob investigação.
Foi um dia relativamente movimentado, com Temer tentando articular para se manter no poder.
Na lista tríplice da sucessão do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que encerra mandato em setembro próximo, Temer fez sua revanche.
Ele não escolheu o mais votado, Nicolao Dino, preferido de Janot, e ainda nomeou uma mulher numa tentativa de afastar a imagem de machista do presidente da República.
A felizarda foi Raquel Dodge, segunda colocada na lista e será a primeira titular no cargo.
Outras mulheres que passaram no PGR, Débora Duprat e Elenita Acioli, ocuparam o cargo apenas como suplentes.
O Senado ainda vai avaliar a escolha, como é de lei, mas tende a aprovar a indicação do presidente Temer.
Enquanto isso, as três comissões do Senado aprovaram a proposta de reforma trabalhista, defendida por Romero Jucá, do PMDB de Roraima.
A proposta passou pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e, ontem, pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
O projeto também teve seu caráter de urgência aprovado e será votado em duas sessões.
Por outro lado, o senador Renan Calheiros, já rompido com Temer, renuncia à liderança do PMDB na respectiva casa legislativa.
"Não vou ceder ao Temer", disse Renan.
Embora afirme que não odeia o presidente, Renan não tolera "sua posição covarde diante do desmonte da Consolidação das Leis do Trabalho [CLT]".
E para completar o dia, ainda há o caso da suspensão da emissão de passaportes, por falta de recursos orçamentários, que traz prejuízos a cada grupo de 10 mil pessoas por dia.
Segundo o Ministério do Planejamento, o governo enviará ao Congresso um projeto de lei solicitando uma suplementação orçamentária de R$ 102,4 milhões, com o objetivo de garantir os serviços até o fim do ano.
Mas outras fontes do governo dizem que ainda há R$ 57 milhões dos R$ 145 milhões de recursos destinados do último orçamento, o que garantiria a manutenção do serviço.
E os tiroteios seguem assustando e até matando no Rio de Janeiro, em Copacabana e Rocinha, e depois a tranquila Aracaju é que vai para o pódio do ranquim da violência.
País louco, o Brasil.
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