TRÂNSITO CONGESTIONADO NA LAGOA, ZONA SUL DO RIO DE JANEIRO - CULPA É DOS AUTOMÓVEIS, NÃO DOS ÔNIBUS.
A desculpa de que a alteração das linhas de ônibus da Zona Sul carioca, que eliminariam a ligação direta da Zona Norte, iria melhorar o trânsito carioca, caem por terra quando se observam os fatos que acontecem no cotidiano carioca e que, comparados com a medida para o transporte, revelam intenções bastante sombrias.
Quando o subsecretário de Planejamento da Prefeitura do Rio de Janeiro, Alexandre Sansão - que se comporta como se o povo carioca não existisse - , anunciou a medida a ser implantada em outubro próximo, policiais apreenderam vários adolescentes pobres que vinham de ônibus da linha 474 (Jacaré / Jardim de Alah), uma das que serão ceifadas no próximo mês.
Os adolescentes foram apreendidos porque não tinham documentos, mas estavam ali apenas para irem à praia. Eram apenas estudantes ou trabalhadores, porque, na verdade, bandido pobre é minoria e a maioria da população pobre é de gente que trabalha ou estuda, gente de bem querendo e lutando para ser alguém na vida.
No entanto, os jovens foram detidos e levados para um camburão da polícia, sob os aplausos das elites da Zona Sul que cada vez mais querem ver praias como a de Copacabana "livres" da presença de gente pobre e, enquanto não há uma "limpeza" nas favelas da Rocinha e do Pavão-Pavãozinho, a "boa sociedade" se consola com as ações da Prefeitura do Rio de Janeiro para o transporte.
Há alguns meses, o médico Jaime Gold, de 57 anos, foi assassinado por um ladrão enquanto a vítima pedalava pelo calçadão da Lagoa. O ladrão o rendeu e atacou a vítima com uma faca. Gold chegou a ser socorrido com vida, mas não resistiu às infecções causadas pelo ferimento. O caso repercutiu por todo o país, e fez a mídia reacionária inventar que todo pobre, no Rio, é "bandido".
Isso criou uma histeria nas elites da Zona Sul, que agora pedem para que as linhas da Zona Norte deixem de circular no local. A Prefeitura fará com que as linhas tenham seu ponto final na tumultuada Candelária, no Centro do Rio, e os terminais desta área e da Central ficarão sobrecarregados.
Mas isso pouco importa para as elites que vão e vem com seus carros de vidro fumê. O que elas querem é que o acesso da população da Zona Norte para a Zona Sul seja dificultado, através da "mutilação" de itinerários, entre "alimentadoras" da ZN para o Centro e "troncais" do Centro para a ZS, que o secretário Sansão diz serem "fundamentais" para a mobilidade urbana.
Só que a medida, além de ser anti-mobilidade - imagine ter que pegar mais de um ônibus para ir a um local. Isso é mobilidade? - , inutiliza o Bilhete Único, válido por duas horas e meia, praticamente o percurso entre os dois trajetos sobretudo numa cidade congestionada como o RJ.
Os BRTs superlotados e o esgotamento fácil do Bilhete Único, que não é acessível para todos - os pobres terão que pagar uma taxa para obtê-los - , desestimularão o povo pobre a fazer jus ao fato de serem cariocas para ir para os bairros da Zona Sul da cidade.
Mesmo o "consolo" do Parque Madureira e sua praia artificial serão insuficientes para satisfazer a população. O "bom isolamento" do povo da Zona Norte é precário, porque ter um piscinão em Madureira não é a mesma coisa do que ir a Copacabana. O separatismo continua e a histeria das elites já demonstrou seu recado preconceituoso e intolerante.
A desculpa de que a alteração das linhas de ônibus da Zona Sul carioca, que eliminariam a ligação direta da Zona Norte, iria melhorar o trânsito carioca, caem por terra quando se observam os fatos que acontecem no cotidiano carioca e que, comparados com a medida para o transporte, revelam intenções bastante sombrias.
Quando o subsecretário de Planejamento da Prefeitura do Rio de Janeiro, Alexandre Sansão - que se comporta como se o povo carioca não existisse - , anunciou a medida a ser implantada em outubro próximo, policiais apreenderam vários adolescentes pobres que vinham de ônibus da linha 474 (Jacaré / Jardim de Alah), uma das que serão ceifadas no próximo mês.
Os adolescentes foram apreendidos porque não tinham documentos, mas estavam ali apenas para irem à praia. Eram apenas estudantes ou trabalhadores, porque, na verdade, bandido pobre é minoria e a maioria da população pobre é de gente que trabalha ou estuda, gente de bem querendo e lutando para ser alguém na vida.
No entanto, os jovens foram detidos e levados para um camburão da polícia, sob os aplausos das elites da Zona Sul que cada vez mais querem ver praias como a de Copacabana "livres" da presença de gente pobre e, enquanto não há uma "limpeza" nas favelas da Rocinha e do Pavão-Pavãozinho, a "boa sociedade" se consola com as ações da Prefeitura do Rio de Janeiro para o transporte.
Há alguns meses, o médico Jaime Gold, de 57 anos, foi assassinado por um ladrão enquanto a vítima pedalava pelo calçadão da Lagoa. O ladrão o rendeu e atacou a vítima com uma faca. Gold chegou a ser socorrido com vida, mas não resistiu às infecções causadas pelo ferimento. O caso repercutiu por todo o país, e fez a mídia reacionária inventar que todo pobre, no Rio, é "bandido".
Isso criou uma histeria nas elites da Zona Sul, que agora pedem para que as linhas da Zona Norte deixem de circular no local. A Prefeitura fará com que as linhas tenham seu ponto final na tumultuada Candelária, no Centro do Rio, e os terminais desta área e da Central ficarão sobrecarregados.
Mas isso pouco importa para as elites que vão e vem com seus carros de vidro fumê. O que elas querem é que o acesso da população da Zona Norte para a Zona Sul seja dificultado, através da "mutilação" de itinerários, entre "alimentadoras" da ZN para o Centro e "troncais" do Centro para a ZS, que o secretário Sansão diz serem "fundamentais" para a mobilidade urbana.
Só que a medida, além de ser anti-mobilidade - imagine ter que pegar mais de um ônibus para ir a um local. Isso é mobilidade? - , inutiliza o Bilhete Único, válido por duas horas e meia, praticamente o percurso entre os dois trajetos sobretudo numa cidade congestionada como o RJ.
Os BRTs superlotados e o esgotamento fácil do Bilhete Único, que não é acessível para todos - os pobres terão que pagar uma taxa para obtê-los - , desestimularão o povo pobre a fazer jus ao fato de serem cariocas para ir para os bairros da Zona Sul da cidade.
Mesmo o "consolo" do Parque Madureira e sua praia artificial serão insuficientes para satisfazer a população. O "bom isolamento" do povo da Zona Norte é precário, porque ter um piscinão em Madureira não é a mesma coisa do que ir a Copacabana. O separatismo continua e a histeria das elites já demonstrou seu recado preconceituoso e intolerante.
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