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REVELADO O MOTIVO DO "ESQUERDISMO" DE PEDRO ALEXANDRE SANCHES


A notícia é velha e eu não pude captá-la na época, em 25 de março de 2012, talvez porque meu blogue Mingau de Aço estivesse ainda começando.

Mas quando eu pesquisei textos para o livro que eu estou escrevendo sobre a intelectualidade "bacana", deparei com uma nota de Ancelmo Gois, colunista de O Globo, da referida data.

Ele escreveu a seguinte nota, referente ao "filho da Folha" Pedro Alexandre Sanches (não, Ancelmo não mencionou essa alcunha, exclusiva deste blogue):

Deixa a Ana trabalhar

O Ministério da Cultura aprovou a captação de R$ 884.175,62 para um site sobre música chamado Farofafá, coordenado por Pedro Alexandre Sanches, que mete o malho na gestão de Ana de Hollanda. Veja em http://bit.ly/xhnDQa. A aprovação da liberação da grana para o site inimigo está em http://bit.ly/GSEHIC.

Sim, o "bom esquerdista" Pedro Alexandre Sanches, mal-agradecido ao antigo patrão Otávio Frias Filho (xingado grosseiramente de Otavinho Golpes Finos), encenou seu "marxismo exemplar" visando verbas da Lei Rouanet.

Nessa época ele estava também envolvido com o Coletivo Fora do Eixo, financiado por George Soros, capaz de patrocinar tanto o Pablo Capilé quanto o Kim Kataguiri.

Quando o projeto "Centro Knight para o Jornalismo nas Américas" tentou enganar as esquerdas (com exclusividade, Mingau de Aço o desmascarou), apesar do apoio de gente como Merval Pereira e Carlos Alberto di Franco, um livro de Sanches foi parar na Universidade do Texas.

Que diacho um livro de alguém como Sanches, que mal é famoso nos fechados círculos intelectuais brasileiros, foi parar numa biblioteca estadunidense? Não seria o tema Tropicalismo, mas o fato de Sanches ser um intelectual bem ao gosto da plutocracia.

Seus conceitos de "democracia musical", com falsas alegações "provocativo-libertárias" não causam incômodo algum aos tubarões do neoliberalismo que têm na mídia oligárquica sua plêiade de fiéis colaboradores.

A intelectualidade "bacana", da qual Sanches é seu principal ideólogo, também faz seu dever de casa em prol dos interesses neoliberais.

Daí que essa "democracia musical", no fundo uma gororoba capaz de misturar o joio com o trigo, Mr. Catra com Walter Franco, é ótima para os interesses capitalistas.

Afinal, confunde as pessoas que não andam muito informadas das coisas, e são enganadas pelos intelectuais da bregalização, que mascaram os conceitos de "livre mercado" aplicados à música e ao comportamento com falsas alegações "esquerdistas".

Aí o pessoal acha que Alípio Martins e Itamar Assumpção foram do mesmo barco e o poder midiático vai dormir tranquilo, porque ninguém consegue entender a vanguarda musical que é misturada pelo brega-popularesco musical, que sempre foi establishment.

E é tanta ideia neoliberal, no caso das defesas pró-popularescas de Sanches (o farofafeiro deveria deixar o esquerdismo, mesmo, nas mãos do xará premier espanhol Pedro Sanchez), ou, no caso do historiador Eugênio Raggi, ideias rispidamente reacionárias, que é preciso uma manobra.

Por isso é que pessoas que, no âmbito da cultura são demasiado neoliberais e demasiado reacionárias, precisam bajular Lula, Dilma Rousseff e companhia, para ficar bem na fita e não se queimarem tanto.

No caso de Raggi, é até risível ele esculhambar o socialismo, o esquerdismo em geral, e depois babar ovo em Lula e Dilma e ficar espinafrando os direitistas do momento.

Isso acontece porque é preciso que intelectuais do neoliberalismo cultural, da "liberdade de mercado" misturada com a "provocatividade de resultados" do "popular demais", bajulem as esquerdas para receber as mesadas cobiçadas pela Lei Rouanet.

Pedro Alexandre Sanches escreveu sua resposta no Farofafá, nem tanto para negar o financiamento, mas para atacar a grande mídia, vomitando nas mãos de quem lhe deu de comer.

Ele talvez não saiba que mesmo esquerdistas de verdade, que criticam energicamente a grande mídia, como o saudoso Paulo Henrique Amorim, eram muito elegantes em seus argumentos.

Mas, paciência, a intelectualidade "bacana" é apenas uma elite de intelectuais iguais aos da mídia venal, só que pintados com vermelho tinta guache, que é aquela pintura que se dissolve na primeira lavagem.

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