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NEOLIBERAL, PSB FORMALIZA APOIO A LULA


Partido que, apesar de ser "socialista" no nome, afirmou que Lula "não deve fazer um governo de esquerda", o PSB formalizou apoio ao petista, oficializando também a chapa com Geraldo Alckmin, hoje seu filiado.

O evento ocorreu ontem, em Brasília, no XV Congresso Constituinte do Partido Socialista Brasileiro.

 O encontro contou com a presença da presidenta do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, de Carlos Siqueira, presidente do PSB e de Lula e Geraldo Alckmin, da chapa presidencial para 2022. 

O encontro tem como objetivo a Autorreforma do partido, que se confirmará como uma força moderada, reafirmando o distanciamento do esquerdismo político que fez o partido apoiar o golpe contra Dilma Rousseff e o projeto político do governo Michel Temer.

"Seja muito bem-vindo, presidente Lula, ao Partido Socialista Brasileiro", iniciou com saudação o presidente do PSB, Carlos Siqueira, que acrescentou: "Haveremos de vencer este governo nefasto nas próximas eleições".

Siqueira ainda disse: "A contribuição eleitoral é muito importante, mas é igualmente importante a contribuição que o partido possa dar nesse momento".

No seu discurso, Lula disse defender a soberania do Brasil e a qualidade de vida do povo brasileiro:

"Na crise econômica de 2008, o barril do petróleo chegou a US$ 147, e a gasolina, para você colocar no seu carro, era apenas R$ 2,60 porque não tem nada de dolarizar preço do combustível, do gás, do óleo diesel. Esse negócio de dolarizar é juntar dinheiro para pagar dividendos sobretudo para acionistas de Nova York. O dinheiro deve ser utilizado para ciência e tecnologia, criação de pequenas e médias empresas. A qualidade de um País soberano a gente mede pela qualidade do salário, da educação, da saúde, da vida na sociedade!".

Lula acrescentou:

"O povo precisa acordar e ter um café com leite todo dia, o direito de almoçar todo dia, jantar, dormir tranquilo que não vai ter uma criança morrendo por desnutrição". "Já provamos que é possível. A fome, a falta d’água, o desemprego, a evasão no Nordeste era falta de vergonha na cara de quem governou este País".

Depois, Lula falou de sua aliança com Geraldo Alckmin, que foi seu rival na campanha presidencial de 2006:

"De vez em quando, Alckmin, alguém fala: ‘Ah, mas o Lula e o Alckmin já divergiram. Por que eles agora estão juntos?' Porque isso chama-se política. Isso se chama maturidade, compromisso com o país, com o povo brasileiro. Nunca o Brasil precisou tanto de nós. Não é eleição de um conjunto de pessoas, é mais do que isso. O resultado é que a sociedade está precisando de alguém para salvar este país, para reeditar a soberania deste país. Nunca foi tão necessário, Alckmin, a gente ganhar uma eleição. Nem você vai ter tempo de brigar comigo, nem eu com você. Vamos brigar para recuperar a dignidade, qualidade de vida do povo brasileiro".

Lula fez críticas ao governo Jair Bolsonaro:

"Esse cidadão, que não preside esse país, preside os milicianos, terminou apenas 5% da obra e está fazendo propaganda como se fosse ele que tivesse levado a água do São Francisco para os estados que precisavam desta água. Não respeita instituições. Ele não respeita a Câmara, não respeita o Senado, não respeita a Suprema Corte, não respeita sindicato, não respeita quilombolas, não respeita mulher, não respeita LGBT, não respeita ninguém. Não conversa com governador, não conversa com prefeito, ele só sabe conversar com seus comparsas milicianos e contar sete mentiras por dia".

Lula afirmou que pretende abolir o orçamento secreto de Bolsonaro, que o petista definiu como "podridão", e criar medidas como o orçamento participativo.

Alckmin, que saudou Lula, também deu o seu depoimento, na sua ação de limitar suas declarações a depoimentos lacônicos e discursos cerimoniais. Alckmin, ao menos, também criticou Bolsonaro:

"É inaceitável que tenhamos um governo que despreza a vida humana, que enquanto o povo sofre está fazendo motociata, andando de moto, gastando e torrando dinheiro público, andando de jet-ski, com o povo desempregado, sofrendo, com saudade da tortura e da violência. Não, não se constrói um país assim".

Alckmin também disse:

"Hoje estamos unidos por um dever. A política é olhar interesse público, das pessoas. É mudar o brasil, recuperarmos este país. pelos brasileiros que nós temos o dever de estar unidos, de lutar, de vencer. Obrigado PSB!".

Vamos ver como vai dar a coisa, com o PSB alinhado com o neoliberalismo. Quem imaginar um governo mais à esquerda, é porque está vivendo num conto de fadas.

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