Ontem a Justiça dos Estados Unidos declarou que o ex-policial Derek Chauvin, que covardemente matou George Floyd asfixiando seu pescoço com o joelho, é culpado de todas as acusações de homicídio.
A declaração, que ainda depende de divulgação da sentença criminal para daqui a oito semanas, se deu antes de completar um ano do crime chocante que revoltou o mundo, em 25 de maio de 2020.
As acusações são até suaves e até causam estranheza. São elas:
1) Causar a morte, sem intenção (?!), por meio de um ato perigoso, sem consideração pela vida humana;
2) Negligência ao assumir o risco consciente de causar a morte de Floyd;
3) Homicídio culposo (?!).
Difícil admitir que se trata de "homicídio culposo" um policial sufocar impiedosamente alguém com o ato sádico de apertar o pescoço da vítima com um joelho. O certo seria "homicídio doloso", sem chance de defesa por parte da vítima.
E isso se agrava quando se está em jogo o hábito racista de policiais truculentos que matam negros a sangue frio. Além de George Floyd, tivemos também Breanna Taylor e tantos outros menos divulgados que foram mortos, só no ano passado, pela violência policial.
Mas essa violência já dizimou muita gente em outros anos. Espera-se que a condenação de Derek resulte em 75 anos de prisão, conforme a lei local, abrindo precedente para o fim da impunidade que há muito beneficiou policiais desse nível.
Derek fez um crime tão grave que até sua esposa pediu divórcio. Seu ato causou intensas revoltas em várias partes dos EUA. Depois da declaração de culpa, Chauvin deixou o juri algemado. O povo dos EUA saiu às ruas, desta vez para comemorar a sentença.
E o que isso pode refletir no Brasil, sob risco de flexibilizar o porte de armas?
E isso com a atitude irresponsável de Leda Nagle de, primeiro, veicular fake news e depois pedir desculpas, já depois de incitar a fúria bolsonarista contra Lula.
Sabendo da represália que uma falsa notícia de suposto plano de atentado de Lula contra Jair Bolsonaro, a socialite Hildegard Angel escreveu mensagem aconselhando o petista a reforçar sua segurança.
E aqui os policiais matam muito mais gente negra e pobre, inclusive crianças por "homicídio culposo". E muito dessa violência nem chega a ser reportado por nossa imprensa, mas atinge níveis bastante alarmantes do extermínio da população jovem que é negra e pobre.
A situação brasileira, com a Covid-19 estourando em todo o Brasil, com o golpe político de 2016 deixando seu legado de retrocessos, com muita gente sem moradia vivendo nas ruas, está muito grave.
E isso quando se noticia que os Correios serão privatizados e a Petrobras irá se livrar dos 37,5% de ações na BR Distribuidora, vendendo-as para os estrangeiros.
E ainda tem a CPI da Covid, que ainda não começou (só será inaugurada daqui a seis dias), que ninguém sabe se irá prejudicar Bolsonaro ou os governadores no nosso país.
O pesadelo continua e, no entanto, se vê muita gente feliz nas redes sociais, como se o Brasil vivesse o melhor de todos os momentos.
É de partir o coração a preocupante despreocupação de uma parcela de brasileiros. Há cinco anos essas pessoas parecem indiferentes aos sofrimentos da maioria dos brasileiros.
Tem gente que precisa sair do mundo digital e conhecer melhor a realidade do nosso país.
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