Lamentável ver que a Academia Brasileira de Letras tem um membro como Merval Pereira.
Intelectual medíocre, ele só tem aparência. Visualmente, até remete aos membros-fundadores da ABL, com seu visual de orador do final do século XIX.
Mas o conteúdo, quanta diferença. E, para pior. E, para um jornalista tido como de "alta performance", ele decepciona até quando lançou livros, porque eles nunca passaram de coletâneas de sua coluna em O Globo.
E dentro daquela linha "coletânea de material previamente lançado". Destas sem textos exclusivos ou inéditos.
Neste sentido, eu, com mais de dez livros lançados, faço coletâneas de textos à maneira inglesa, com muitas exclusividades ou textos inéditos.
Sem falar que os livros de Merval são montados por terceiros. Eu monto os livros eu mesmo, faço as capas, é uma trabalheira que eu faço pessoalmente, mas o resultado compensa muito.
Sem falar que livros como Música Brasileira e Cultura Popular em Crise e Esses Intelectuais Pertinentes... , de material inédito e exclusivo, foram feitos com muita pesquisa e cuidado. Dá para sentir as gotas de suor nos textos robustos dos dois livros meus.
São trabalhos honestos e cuidadosos, e que nadam contra a corrente confortável das mentiras e meias-verdades culturais pré-estabelecidas que fazem muita gente boa dormir tranquila. Daí serem, também, os meus dois livros muito indigestos para quem sonha com "baile funk" na Disneylândia.
E aí Merval, um dos garotos-propaganda do golpe político de 2016 (sim, ele existiu!), agora engrossa o coro artificialmente ampliado pelo poder midiático dos "viúvos" do ex-juiz Sérgio Moro.
Depois que Sérgio Moro, Deltan Dallagnol e companhia foram desmascarados, seus defensores ficaram desesperados e mostram sinais de ressentimento, como a turma da Globo News, da qual Merval é um dos principais comentaristas.
Ele fez um artigo no jornal O Globo, intitulado "Reserva de Mercado", atacando o grupo Prerrogativas, grupo de advogados criminalistas que se mobiliza contra os abusos da Operação Lava Jato.
Esperançoso de que o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Edson Fachin, volte atrás no seu relatório de anulação das sentenças da Lava Jato contra Lula, Merval se sente incomodado com a possibilidade do petista concorrer à Presidência da República no próximo ano.
Ele condenou as ações do grupo Prerrogativas (também conhecido como Prerrô), que ele classificou como "proprietário da verdade jurídica", em expressão bastante pomposa.
É certo que não vamos comemorar o apoio da parte da direita moderada a Lula, porque há uma dose de oportunismo aí, além de explorar a declaração do próprio petista de que "nunca foi socialista" e que sinaliza alianças com o mercado.
Afinal, fica um pressentimento de que a chamada centro-direita irá apoiar a eleição de Lula para, assim que ele retomar o poder, romper e sair esculhambando, para não dizer outras ações piores na oposição política, vide o que se foi feito contra Dilma Rousseff.
Mas o certo é que Merval Pereira se comporta como se tivesse saudades da República Velha. Neste sentido, até que sua aparência combina bem com a estética dos primeiros tempos da ABL.
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