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A HIPOCRISIA DA CLASSE MÉDIA QUE NUNCA SOFREU

A ELITE DO ATRASO NÃO CONSEGUE PERCEBER TRAGÉDIAS COMO A CRACOLÂNDIA, EM SÃO PAULO.

A "boa sociedade" que nunca sofreu coisa alguma na vida mostra sua hipocrisia. A classe média (segundo critérios de Jessé Souza, ela é a "elite do atraso") sempre viveu feliz seja durante a crise do governo Dilma Rousseff, a queda da presidenta, a ascensão de Michel Temer e o desgoverno de Jair Bolsonaro.

Agora alinhada com Lula, a "elite do atraso" nunca sofreu de verdade, atravessando as crises e tragédias com lágrimas de crocodilo. Longe de eu defender que as pessoas devam sofrer - até porque larguei o Espiritismo brasileiro por esta ser a religião da Teologia do Sofrimento - , mas mesmo de forma distanciada a pessoa precisa perceber, com alguma profundidade, a agonia do outro, sem transformar a tragédia humana, como a de Marielle Franco, em festa do identitarismo mais mórbido.

Ela nunca se empenhou em lutar de verdade para tirar Jair Bolsonaro no poder, até querendo que ele permanecesse para ficar rindo dele. Mas quem não quis um "Fora Bolsonaro" de verdade teve que pagar a conta com o aumento de combustíveis que puxa uma cadeia de outros reajustes: desde os alimentos à cervejinha lúdica dos adultos festivos, desde os planos de saúde privada às viagens de turismo pelo Brasil.

Essa classe vive sem sofrer de verdade a agonia da Cracolândia paulistana, a violência policial em Jacarezinho e Vila Cruzeiro no Rio de Janeiro, os incêndios no Museu Nacional, na Cinemateca e na Amazônia, as convulsões sociais diversas, as tragédias ambientais de Mariana e Brumadinho, as chuvas trágicas de Petrópolis e Recife, a violência do campo no interior do Pará. Ou sem perceber, ao menos, a agonia dos outros, tão ocupada a "boa sociedade" está na positividade tóxica do Brasil-Instagram.

Agora essa parcela da sociedade, cujas únicas queixas são do nível de ter que trocar um passeio de automóvel pelo de bicicleta (que denominam, em portinglês de redes sociais, pelo termo gringo bike) por causa dos combustíveis mais caros, agora defendem Lula a qualquer custo, mesmo com o petista agora sentando no colo dos neoliberais, pregando que vai defender o Estado forte abraçado com a turma da Privataria Tucana.

Essa "boa sociedade" agora fala, com ânsia desesperada e um certo ar de paranoia, fala agora no voto presidencial somente para Lula, como meio de "combater a barbárie e a fome" e "recuperar a democracia". Fica esnobando, ridicularizando e agredindo a Terceira Via, porque agora quer Lula vencendo na marra as eleições presidenciais.

Essa elite do atraso nunca contribuiu para tirar Michel Temer do poder. Também não militou para expulsar Bolsonaro, antes querendo sua permanência no poder por vê-lo como um "palhaço Bozo" da política. Essa elite, que se acha dona do Brasil, dona da humanidade, dona da verdade, dona do mundo e que julga os pobres conforme a vontade e o solipsismo elitista, viveu e continua vivendo na sua zona de conforto, no seu ativismo de sofá.

Agora o pessoal fala num "movimento de restauração da democracia", como se ninguém tivesse contribuído para a vitória eleitoral de Jair Bolsonaro. É certo que Sérgio Moro e Deltan Dallagnol, através da Operação Lava Jato, contribuíram para o golpismo e a ascensão do bolsonarismo, mas a "boa sociedade", quando era conveniente, contribuiu apoiando tudo isso. Hoje todos se escondem pela máscara dos "lulistas esperançosos".

O próprio Lula facilitou as coisas. Ele abandonou, para sempre, o que restava do antigo sindicalista e tornou-se um neoliberal, que apenas como propaganda política garante que vai realizar tudo de desenvolvimentista no Brasil, transformando-o numa Suécia num estalo de quatro anos. 

Lula até diz que "vai trabalhar muitíssimo", e da parte dele até acredito que ele fosse capaz disso, mas o problema são as alianças, compostas de gente que vai puxar o tapete para o petista cair. Lula pensa em voar alto, mas seus aliados lhe querem cortar suas asas. 

Os neoliberais estão quietinhos, com cara de paisagem, quando Lula fala em taxar os mais ricos, desprivatizar estatais que foram vendidas, recuperar os direitos trabalhistas e fortalecer o Estado. E a "boa sociedade", que nunca sentiu a pobreza na vida, não desconfia dos "novos aliados" que vão castrar o projeto político de Lula!

Eles ficam quietos porque sabem que, no momento oportuno, dirão a Lula: "Isso não pode". Lula poderá até responder: "Mas é pelo povo brasileiro, pela democracia, pelo crescimento econômico" e argumentar que "o empresariado lucrará mais se os direitos trabalhistas forem todos recuperados e os salários dos trabalhadores tendo ganho real". Mas é o golpe político de 2016 que mostra o quanto essas elites que agora estão com Lula possuem um grau de altruísmo completamente nulo.

Já a maioria silenciosa de trabalhadores que pegam trens e ônibus lotados, forçados a acordar muito cedo para ir ao trabalho, ganham salário de fome e mal conseguem atender suas necessidades básicas, esse pessoal anda desconfiado quando vê Lula abraçado a Geraldo Alckmin, aquele governador paulista que ordenou a expulsão de moradores de Pinheirinho, em São José dos Campos, a pedido do magnata e especulador financeiro Naji Najas.

Ver as esquerdas domesticadas falando bem do neoliberalismo e elogiando o "tucanato histórico" - como hoje são conhecidos os antigos envolvidos em escândalos como o Banestado, a Privataria Tucana e o Trensalão e foram blindados por Sérgio Moro - horroriza a maioria silenciosa. Mas para a "boa sociedade" tanto faz acreditar que o "Lulão sindicalista" de 50 anos atrás continua "inteiraço" mesmo se tornando "vedete" de um grupo de neoliberais decepcionados com Bolsonaro e Paulo Guedes.

A maioria silenciosa mal consegue comprar um leite para dar aos filhos. Já a "boa sociedade" que quer Lula arrombando a porta da corrida presidencial, tem sempre um engradado de cerveja gelada para o fim de semana. Só mesmo com muita bebedeira para crer que Lula, que falou mal da condenação em segunda instância contra ele, agora quer sonegar a competitividade eleitoral, negociando a desistência dos rivais, para ficar só o petista e Bolsonaro, num primeiro turno travestido em "segundo".

Tanto faz, para a "boa sociedade", que Lula ora fale em "revogar" a reforma trabalhista e o teto de gastos, ora fale em "rever" uma e "reformular" outro, porque essa elite carece de discernimento, condenando fake news mas lendo psicografake como se isso lhes desse algum tipo de sabedoria, enquanto na vitrola elegem Michael Sullivan como o "Tom Jobim do viralatismo cultural brasileiro".

Para quem confunde, na ação social, "transformar vidas" com "aliviar o sofrimento", tanto faz ouvir Lula falar que irá "revogar a reforma trabalhista e o teto de gastos", com um discurso enérgico dado para estudantes, trabalhadores e ativistas sociais, mas em outro momento aliviar a fala ao dizer que "irá rever alguns pontos" da temerosa lei trabalhista e "reformular" o limite dos gastos públicos como pretensa disciplina administrativa, quando o petista se dirige a empresários, banqueiros e tecnocratas.

Agora o pessoal que, em 2015, sentia raivinha contra "tudo que está aí", fala em "esperança por um país feliz de novo". A elite do atraso que ajudou a destruir o Brasil, de forma direta ou indireta, agora fala em "reconstrução". 

Aplaudiram Sérgio Moro orquestrando as passeatas "contra a corrupção" dos manifestoches, deixaram Temer e Bolsonaro arrasarem com o Brasil e agora querem um Lula domesticado vencendo as eleições na marra, de preferência sem enfrentar muitos concorrentes. Eis a hipocrisia de uma classe média que nunca sofreu na vida.

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