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SEM MUDAR DE VERDADE, GERALDO ALCKMIN FALA E ATUA PELO PILOTO AUTOMÁTICO


Na coleção de contradições e equívocos da campanha de Lula para um novo mandato presidencial, um dos principais personagens, além do petista, é o ex-tucano Geraldo Alckmin. Sem adotar uma postura autocrítica, sem ser sabatinado pela mídia alternativa, sem adotar uma postura de remorso quanto aos antigos abusos, o ex-governador de São Paulo prefere atuar como um canastrão político.

Como aquelas pessoas que "mudam com facilidade", como quem sai do quarto para ir até a cozinha, Geraldo Alckmin força a barra pelo falso esquerdismo, algo que já teve exemplos anos atrás, como o dublê de radiojornalista baiano Mário Kertèsz e o jornalista paranaense-paulista Pedro Alexandre Sanches, um dos intelectuais que se empenharam na defesa da bregalização cultural (ver Esses Intelectuais Pertinentes...).

Alckmin fez jogo de cena, bajulando as classes trabalhadoras, rasgando a seda pelo titular Lula, enquanto mal disfarçava seu ranço neoliberal (e tucano) ao se filiar ao PSB, partido "socialista" que recomendou o presidenciável petista a não atuar como um "candidato de esquerda". Até fingiu apoiar a proposta de cobrança de impostos aos mais ricos, defendida por Lula mas bastante arriscada por desagradar os interesses de aliados mais "moderados".

O ex-tucano fala e atua como se operasse pelo piloto automático. Tudo soa forçado, inconvincente, sem um pingo de autenticidade. Mas tudo é aceito em nome da "democracia" e quando Lula quer atropelar o jogo democrático do enfrentamento eleitoral diversificado - tendo que enfrentar a Terceira Via, que Lula sonha em eliminar da competição - e querer um primeiro turno rivalizando somente com Jair Bolsonaro.

Ultimamente, Geraldo Alckmin anda fazendo um discurso sem profundidade, repetitivo e sem um pingo de conhecimento de causa. Ele agora critica Jair Bolsonaro e diz que "governar não é através de motociata e jet-ski, mas ao lado do povo". O vice de Lula repetiu esse discurso em duas oportunidades.

Uma ocasião foi durante o evento Movimentos Sociais com Lula, no último dia 27 de maio, que contou com a participação de sindicatos e entidades representativas de segmentos populares. No evento, Alckmin disse:

"É assim que se faz programa de governo, não é fazendo motociata e subindo em iate, é ficando aqui junto do povo. Aqui se constrói um programa de um governo democrático e popular".

No último dia 04 de junho, na reunião dedicada ao Dia Mundial do Meio Ambiente (celebrado em 05 de junho), aqui em São Paulo, que contou com várias autoridades e cientistas, Alckmin declarou:

"Um bom programa de um governo democrático nasceu assim, ouvindo e dialogando com a sociedade civil não é fazendo motociata nem andado de jet ski".

São frases longe de soarem convincentes, tão superficiais que dispensam até a necessidade de serem ditas. Mas dentro de uma campanha em que Lula, em vez de dizer de forma técnica o que vai fazer, fica se guiando pelo prestígio do que havia feito em outros mandatos, tudo é aceito, até mesmo um Geraldo Alckmin sem conhecimento de causa esquerdista. E isso com o próprio Lula perdido entre revogar ou rever a reforma trabalhista e revogar ou reformular o teto de gastos públicos.

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