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NUM BRASIL DISTÓPICO, LULA É O CANDIDATO DE CONTOS DE FADAS

LULA INSISTE NO CLIMA DE FESTA PARA RECONSTRUIR O BRASIL.

Imaginemos que, para reconstruir a Recife atingida por chuvas, com pelo menos 126 mortos, tenhamos que entrar no clima de Carnaval e sairmos por aí dançando frevo ao som de uma animada banda de fanfarra. Ou botar uma banda de coreto para tocar marchinhas anunciando a recuperação de Petrópolis, que meses atrás viveu semelhante tragédia.

O Brasil, devastado desde o golpe político de 2016, perdendo acervo precioso do Museu Nacional, com nossas florestas e áreas verdes sendo diariamente desvastadas em dimensões equivalentes a vários campos de futebol, as convulsões sociais que causam violências mortais, a cultura da falta de afinidade na vida amorosa que, com o monopólio dos bares como ambientes de paqueras, provoca feminicídios que desmascaram relações conquistadas pela bebedeira.

E como Lula reage a tudo isso? Com festa. Ele diz que o Brasil está devastado, pior do que 2003, mas não parece sentir isso, apesar dele mesmo ter sido preso. Mas quando fala em reconstruir o Brasil, ele entra em clima de festa, num otimismo que não se pode ter porque o momento é de cautela. Deixemos os sorrisos para depois. Ninguém socorre as vítimas sorrindo ou fazendo festa.

A campanha de Lula é a mais contraditória, a mais confusa e a mais incoerente de todas envolvendo algum candidato à Presidência da República. Por sorte, temos uma sociedade desinformada, uma classe média que elegeu ou deixou eleger Bolsonaro e agora têm pressa para atingir o "Primeiro Mundo", ou seja, um aparato de desenvolvimento socioeconômico para evitar que a elite do atraso, agora convertida ao lulismo, fugisse para a Europa, criando assim versões tropicais de Saint Tropez, Monte Carlo, Los Angeles etc.

É notória a arrogância dos lulistas, nas redes sociais, com aquele esnobismo enjoado de pessoas que se acham com a razão, diante de algum fenômeno da moda. Vivem num triunfalismo cego, que expressa um sentimento de paranoia travestido de uma "esperança" que as pessoas nem sabem o que é, até porque esse pessoal lulista sempre viveu uma vida boa, mesmo sob Michel Temer e Jair Bolsonaro.

Essa vida boa reflete o pouco empenho nos protestos contra os governos golpistas, que se reduziram a uma micareta identitária sem efeitos concretos. Temer completou o mandato rindo da cara dos brasileiros. Bolsonaro também riu do fraco grito de "Fora Bolsonaro", por sinal prejudicado pela sazonalidade do Movimento Fora Bolsonaro, que se queimou ao querer manifestações com hiatos de cerca de um mês e meio.

Não dá para esse "povinho" das redes sociais, do Brasil-Instagram, falar em "recuperar a democracia", porque essas pessoas sempre estiveram livres para brincar a sua memecracia. Também não dá para essas pessoas falarem em "ameaça de Bolsonaro", ou em "combater a fome e a pobreza", porque essas pessoas nunca sentiram tais infortúnios, e vamos combinar que esse Brasil-Instagram nunca se lembrou dos sofrimentos de verdade.

O pessoal "bacaninha", na zona de conforto do ativismo de sofá, nunca sentiu de verdade a agonia do pessoal da Cracolândia, em São Paulo, das comunidades do Jacarezinho e Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, das favelas de Recife atingidas pelas chuvas, da violência no campo que, no interior do Pará, está matando até crianças, e os perigos que rondam os quilombos e os territórios indígenas.

Daí que esse pessoal não tem o direito de ficar esnobando este ou aquele que apontar algum erro cometido por Lula, com seu favoritismo artificialmente conquistado, em que pese seu grande carisma, por supostas pesquisas eleitorais cujas entrevistas não vi serem realizadas. Na boa, vejo mais pessoas entregando folhetos de novos condomínios residenciais. Pesquisador eleitoral, nos últimos tempos eu nunca vi.

E Lula anda cometendo erros aqui e ali, e aqui mostramos mais alguns erros, acrescentando que o petista não apresentou ideias concretas alegando "realismo", dizendo que "não quer fazer promessas". Mas ele anda prometendo muitas e muitas coisas, coisas maravilhosas e até bem intencionadas, mas difíceis de serem realizadas em quatro anos nesse quadro distópico em que 2016, em termos históricos, é como se fossem poucos minutos atrás.

Não. Lula não está sendo realista. Ele admite no discurso a crise aguda do Brasil, mas é mais para atribuir alguma coisa ao rival Bolsonaro. Tanto que ele fala em reconstruir o Brasil com um tom discursivo de festa. Como na metáfora de recuperar Recife ao som de frevo e clima de folia. Daí que Lula acaba soando como um candidato de contos de fadas.

Contradizendo a imagem de liderança, Lula não quer determinar um programa de governo que lhe seja próprio, mas resultante da elaboração conjunta dos aliados, inclusive aqueles que divergem de seu projeto político. Eis o que Lula disse: "O programa de governo não pode ser do PT, tem de ser desses 7 partidos [PSB, PC do B, Psol, Solidariedade, PV, Rede e o PT] que estão conosco e mais a sociedade".

Lula disse isso na entrevista à Rádio Bandeirantes de Porto Alegre. O petista acrescentou que "só irá conversar com o mercado se tiver interesse":

O mercado precisa conversar com o candidato a presidente e na hora que eu tiver interesse eu vou conversar com o mercado. Sabe, eu não vou ficar indicando um economista, eu tenho 90 economistas participando do grupo de trabalho, tem gente do mercado, eu não vou queimar um ou outro economista".

O presidenciável admitiu que fala com o neoliberal Pérsio Arida, indicado pelo vice Geraldo Alckmin, e falou que o PT "não é dono da verdade":

"Veja, o Persio Arida foi indicado pelo companheiro Geraldo Alckmin para conversar com a Fundação Perseu Abramo sobre o programa de governo. E ele foi conversar, eu acho que é razoável que se converse, nós não somos donos da verdade e nós queremos conversar com todo mundo".

Segundo o colunista do G1, Valdo Cruz, Lula criticou os banqueiros que cobram reuniões para explicar alguns pontos do programa de governo. Sempre com aquele discurso que romantiza o "combate à fome", Lula disse, em discurso durante o lançamento, em São Paulo, do livro Querido Lula: Cartas a um presidente na prisão, conforme descreve o blogueiro do portal de notícias da Globo:

"Banqueiro quer fazer reunião. Eu vou fazer muitas reuniões com banqueiro e empresário, mas eles nunca me perguntam como está o povo na rua, se está passando fome, como estão as pessoas abandonadas".

No entanto, Valdo afirma que Lula está mesmo fazendo reuniões privadas com os banqueiros para discutir medidas para a Economia. O blogueiro do G1 afirma que aliados consideram como "estratégia de campanha" as críticas aos banqueiros, mas que isso acaba irritando o setor financeiro.

Também o tucanato ficou irritado quando Lula afirmou que "o PSDB acabou". Embora depois ele tenha dito que isso era um recado para João Dória Jr., isso criou um clima de saia justa com o tucanato histórico, prejudicando os acordos do petista em atrair os tuacnos para a frente ampla que visa ganhar as eleições no primeiro turno.

Como se vê, são impasses, contradições e excessos que os lulistas alucinados das redes sociais ignoram, imersos em sua arrogância fantasiosa de uma suposta esperança infantil, de uma ânsia de "progresso" que é encarada sem cautela, mas com uma pressa de atingir o "Primeiro Mundo" em quatro anos, sem que o contexto permita e sem que as alianças em torno de Lula necessariamente autorizem o petista a fazer, no caso de ser eleito presidente do Brasil.

Com esses erros de Lula, o grande perigo é isso refletir em seu governo, com o petista agindo de maneira imprudente, precipitada e sem cautela, falando o que não deve e fazendo algo que irrita os aliados do chamado "centro" (direita moderada). Será mesmo que seus "novos amigos" irão aceitar, calados e sorridentes, o fim da reforma trabalhista e o cancelamento das privatizações?

Não custa repetir: por muito menos, João Goulart foi deposto e uma longa ditadura militar arruinou o Brasil. Com suas contradições, Lula ficará perdido entre ser "moderado" e manter as raízes políticas, e sua ênfase na aliança com Geraldo Alckmin vai fazer com que o destino cobre do petista o preço caro de alianças tão pouco afinadas com seu projeto político. O perigo é Lula errar feio e o bolsonarismo voltar com força ainda maior.

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