Clima de festa, frases de efeito, simulacros de realizações grandiloquentes, que não se vê na realidade daqui debaixo, longe do pedestal de Lula. Nota-se que Lula não se comporta como se estivesse reconstruindo o país, com aquela frieza própria de quem conserta os estragos que devastaram a nação.
Alguém imaginaria uma equipe de cirurgiões fazendo Carnaval na ocasião de uma cirurgia de alto risco? Ou um grupo de bombeiros dançando de sunga durante um socorro no momento de um incêndio? Ou um desfile de barquinhos com gente festejando diante de um afogado em alto mar pedindo aocorro?
O Brasil está devastado e Lula parece estar se divertindo com o atual mandato, que sinaliza não ir muito além da propaganda pessoal. Não parece o chefe que, discretamente e com sério respeito, tenta recuperar o país com frieza cirúrgica e uma certa tensão. Parece mais o bonachão que não consegue dizer com clareza se resolveu ou vai resolver os problemas.
Lula brinca de ser presidente da República e de personalidade mundial, simulando várias formas de comunicação e de propaganda, para dar impressão de que faz grandes proezas e está garantindo a chegada do nosso país, cultural e socialmente devastado, ao Primeiro Mundo.
O presidente brasileiro veio, neste mês, com frases de efeito, ideias óbvias que Lula diz como se quisesse falar algo inédito, mas é tão previsível que soa risível destacá-la em alguma enciclopédia com um mínimo de seriedade editorial.
Uma mensagem foi dita quando Lula recebeu o secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, no dia 08 passado, lembrando que o chefe do Executivo nacional prefeeiu, no ano passado, a política externa antes do combate à fome:
"É preciso criar uma consciência de que a fome não é aceitável. Um mundo que produz a quantidade de alimentos que produz não pode ter gente passando fome".
Outra mensagem foi dada durante uma cerimônia no pátio da Embraer, em São José dos Campos, bo último dia 26:
"Um país que tem uma Embraer, tem um ITA, tem uma cidade como São José dos Campos, uma Azul, não pode pensar pequeno. Se a gente sonhar pequeno, nem lembra do sonho de manhã. As coisas grandes são resultado de muita coragem".
Lula quer ser um arremedo de poeta quando se fala em sonhar grande, mas o Brasil está devastado, a pobreza aumenta fora da bolha lulista. O pobre que se "emancipa" é o "pobre de novela", que compra carro e moto, faz festa na laje e tem vários aparelhos de TV em casa.
Não dá para sonhar grande. Se sonhar grande, cai da cama e bate no chão. Lula não age como aquele que reconstrói o país, até porque ele não explicou se o Brasil foi reconstruído ou ainda está para se reconstruir.
Enquanto isso, fora da bolha lulista, vidas se destroem sem que a "sociedade do amor" prestasse algum tipo de socorro.
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