BIG BROTHER BRASIL É A PRINCIPAL FÁBRICA DE SUBCELEBRIDADES QUE SE ENRIQUECEM ABUSIVAMENTE.
Se você é daqueles que ainda vivem de reclamar tão somente do enriquecimento ilícito de políticos e funcionários públicos, então seu relógio do tempo está parado. A realidade mostra que as fortunas abusivas hoje atingiram outras mãos, não bastasse o fato de que o empresariado, que quase sempre se enriqueceu de forma abusiva e até criminosa, sempre recebeu vista grossa dos mesmos que se queixavam das mordomias dos políticos.
Enriquecimento ilícito na classe política é fato, sim, mas é uma ocorrência menor diante de práticas cometidas por empresários, latifundiários, contraventores e outros agentes do poder econômico. Mas nota-se que, além do governo Lula agir de maneira branda na decisão de taxar os super-ricos - um faz-de-conta que nem coceira faz nas contas dos magnatas - , outros super-ricos vêm à tona para trazer cor, festa e alegria na classe dos detentores de grandes fortunas.
O FANATISMO DOS TORCEDORES DE FUTEBOL GARANTE AS FORTUNAS EXORBITANTES DOS DIRIGENTES DOS CLUBES ENVOLVIDOS.
Subcelebridades, dirigentes esportivos,craques de futebol, ídolos musicais popularescos, empresários do entretenimento, do cigarro e das bebidas alcoólicas e até religiosos falsamente caridosos - como foi o famoso "médium da peruca" que muitos acreditam ter renunciado ao lucro de seus 400 e tantos livros, mas era um pau mandado dos "coronéis" do Triangulo Mineiro e sempre viveu como um membro da família real britânica - estão detendo um privilégio econômico extremo, que só fazem agravar as desigualdades sociais.
Fala-se nisso quando o Brasil viu, ontem, o funqueiro MC Ryan SP sendo detido pela Polícia Federal por conta de um dos seus carrões adquiridos, avaliado em cerca de R$ 4 milhões. Isso mesmo. E, para piorar, MC Ryan, associado ao trap, a franquia do "funk ostentação" marcada pelo som de batida de lata de ervilha, é considerado "voz da periferia", mas tem uma coleção de carros de luxo cujo total, incluindo o veículo apreendido, está avaliado em R$ 21 bilhões. Coisa de fazer um careca arrancar os cabelos que não tem.
A elite do bom atraso está apenas criando uma segunda concentração de renda, que se soma às elites abusivamente ricas mais conhecidas, e que ficam ainda mais ricas porque, na multidão, pessoas nem tão ricas assim alimentam essas fortunas comprando supérfluos e até coisas nocivas, como cigarros e cervejas, ambos reconhecidamente cancerígenos.
Ou seja, temos 1% de brasileiros que obtém grandes fortunas, que será somado a outro 1% que é formado por pessoas integrantes ou alvos de simpatia pela sociedade identitária. São 2% de brasileiros alimentados pelo consumismo obsessivo de quem não tem tanta grana assim.
E isso se torna ruim, pois a suposta democratização dos super-ricos faz os pobres ficarem ainda mais pobres. Na vida real, pobres continuam sofrendo e o trabalho se torna precarizado, com miseráveis tendo que se virar até como catadores de papel e latinhas de bebidas.
Isso parece estranho quando, em tese, um presidente progressista e sua democracia consolidada seguem comandando o Brasil. Mas é porque Lula, hoje, representa não mais a esquerda trabalhista, mas o neoliberalismo identitário que apenas reserva a uma parcela de oprimidos os mesmos privilégios das elites do poder econômico. O 1% de oprimidos que, segundo o sociólogo Jessé Souza, consegue obter as mesmas vantagens sociais dos opressores.
Com isso, a concentração de renda não se resolve, mas se agrava, pois a redistribuição de renda sai prejudicada com mais concentração de dinheiro em poucas mãos, ainda que os poucos aumentariam em quantidade.
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