Os pretensos "heróis de 2016" estão envolvidos em um grande escândalo.
O jornalista Glenn Greenwald, correspondente do The Intercept, responsável por divulgar o caso Edward Snowden, que vazou documentos secretos da CIA, está à frente de mais uma tarefa.
Glenn recebeu de uma fonte anônima um farto material.
Nele há desde conversas secretas entre o procurador Deltan Dallagnol, do Ministério Público Federal, e o então juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba, até documentos e áudios envolvendo eles e outros poderosos envolvidos.
O escândalo é revelado poucos dias depois da notícia de que a Lava Jato espionou as atividades dos advogados de defesa do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.
As denúncias são graves e podem abalar os bastidores do golpe político de 2016 que resultou, depois de várias etapas, no governo Bolsonaro, do qual Moro é um de seus ministros mais destacados.
Os dados, aparentemente, teriam sido colhidos pela hackeagem do celular do hoje ministro da Justiça.
Moro e Dallagnol, que pelo jeito também foi hackeado, falam em "ataque criminoso".
Uma parte do chat entre os dois mostra a preocupação de ambos de, ainda durante a campanha presidencial de 2018, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, autorizasse entrevistas à imprensa ao ex-presidente Lula, preso desde abril daquele ano.
Dallagnol e Moro demonstravam inquietos diante do impacto que a entrevista de Lula causaria naquela época, podendo virar o jogo da retomada conservadora que fez seu teste nas urnas.
Na conversa, Dallagnol havia manifestado sua dúvida quanto ao caso do triplex do Guarujá.
É claro que ele e Moro sabem que Lula nunca foi dono do triplex, mas tinham que tramar um discurso escalafobético para dizer que sim, plantando a suposta acusação que levou o petista à prisão.
A primeira das três reportagens do Intercept Brasil é apenas o começinho de uma devassa que atingirá políticos, empresários e magistrados envolvidos do golpe de 2016 até agora.
O escândalo irá trazer novas revelações e já soa como um pesadelo para aqueles que, felizes da vida, vestiram suas camisetas verde-amarelas para pedir o fim da democracia.
Há indícios de que Michel Temer e Jair Bolsonaro podem estar envolvidos nos bastidores.
Acredita-se que Sérgio Moro e Deltan Dallagnol não devem ter dormido cedo ontem, abalados diante da denúncia que irá atingir o cenário da República brasileira montado nos últimos quatro anos.
Já se fala em considerar a Operação Lava Jato como organização criminosa. E o escândalo já está sendo chamado de Vaza Jato, com direito à hashtag #VazaJato.
O escândalo promete abalar, como um violento terremoto, as estruturas do cenário político pós-2016.
Comentários
Postar um comentário