Pular para o conteúdo principal

A FALSA LIBERDADE 'TRASH' QUE ILUDE IDENTITARISTAS

 

CONCHATA FERRELL TERIA QUE SER SEXY COMO MARILYN MONROE? SEGUNDO A PATOTA "IDENTITÁRIA", SIM.


O que é ser livre? É ter orgulho das próprias debilidades e erros?

O ideal "gente como a gente" dos quenuncas de plantão confunde as coisas e usa o "mau gosto" como bandeira para o suposto combate aos preconceitos que não resolve a verdadeira discriminação social.

A indigesta "cultura identitária" que exalta a bregalização e junta culturalismo trash (mau gosto) com politicamente correto (aceitação) e politicamente incorreto (provocação) serve como gancho para essa pretensa liberdade.

Escreve-se isso porque, mais uma vez, a dançarina de Anitta, Thaís Carla, usa sua "sensualidade" como pretexto de "promover a aceitação do corpo e a autoestima".

Ela recebeu o apoio da (desnecessariamente) supertatuada Cléo Pires, também afeita a criar desculpa atribuindo "significados" para suas tatuagens.

Eu gostava da Cléo Pires de 2008-2009, se destacando pela beleza e charme num evento da revista Playboy em 2009, e aos poucos desenvolvia uma voz sensual e um encanto potencial.

De repente, tudo desmoronou. E nem é pelo fato de Cléo ter ganho alguns quilos.

Ela se tatuou sem necessidade, e posso garantir que sei o verdadeiro significado das tatuagens dela: NENHUM.

Ser passada para trás pela Andressa Urach, que um dia foi vice Miss Bumbum, é triste.

Fico vendo Rumer Willis dizendo que "as tatuagens são divertidas até deixar de sê-las" e removendo tatuagens. E aqui Cléo "explicando" seu monte de tatuagens.

Dou um prazo de até cinco anos para verem que Cléo decidirá remover todas as tatuagens, quando elas deixarão de representar uma suposta liberdade identitária para se tornar adereço típico de subcelebridades e milicianos.

Preconceito? Não. Paciência, a "liberdade" também vira desculpa para certas zonas de conforto humanas.

Quanto à suposta sensualidade de Thaís Carla, não considero que ser sexy seja a medida de fortalecer a autoestima humana.

Imagine se a atriz Conchata Ferrell, falecida há pouco tempo e conhecida pelo seriado Dois Homens e Meio (Two And a Half Men), tivesse que ser tão sexy quanto Marilyn Monroe. Pois é.

A sensualidade não pode ser medida para fortalecer a autoestima humana. Se fosse assim, eu criaria um perfil no Instagram para eu aparecer em fotos de cueca, o que acho ridículo.

Não me sinto obrigado a ser um Brad Pitt da vida.

A autoestima se fortalece no ambiente de trabalho, de lazer, de qualquer momento de convívio social, quando há respeito, solidariedade e atenção devida.

De que adianta se sensualizar e lacrar na Internet, com todo o "gado" virtual dando elogios unânimes, se na vida real a mulher é vista como "vendida", "sensacionalista" e "oportunista"?

O que é essa atitude da Thaís Carla, ou então de similares como Jojo Toddynho, senão a inserção das mulheres obesas no contexto da objetificação do corpo feminino?

O problema é que a objetificação do corpo feminino tem seu sentido "positivamente" distorcido pelos pretextos de suposto empoderamento feminino.

E isso se motiva pela confusão de que o Instagram é como o quarto da pessoa. A confusão entre público e privado, tão conhecida pelos estudiosos da Comunicação.

A sensualidade não seria uma forma de pressão social, como tantas outras que forçam os padrões de beleza femininos?

Não seria a sensualidade um "padrão de beleza", um padrão de conduta da qual mulheres sem apelo sexual são obrigadas a ter?

As esquerdas médias, ou seja, as esquerdas mainstream que lacram a Internet e dominam o circuito midiático progressista com bregalização e identitarismo cego, falavam tanto da "ditadura da beleza" exercida por revistas como Marie Claire, Cláudia e Boa Forma.

Esquecem que, no lado das subcelebridades femininas e nas famosas de apelo popularesco, é justamente aí que a "ditadura da beleza" se reflete de maneira mais evidente e intensa do que entre as influenciadoras cult casadas por sisudos empresários.

E lembremos que o uso de tatuagens e silicones está inserido nessa "ditadura da beleza", nessa obsessão em "ser diferente", e aqui a autoestima não rompe padrões dominantes, antes apela por outros que, vistos como exóticos, são erroneamente vistos como "não-hegemônicos".

É só ver o sentido de "empoderamento" com que milicianos cobrem seus braços, costas e abdomes com pesadas tatuagens.

Isso é progressista? Isso é vanguardista? Não. E lembremos que uma considerável parcela de tatuados apoia até hoje o combalido bolsonarismo.

Que liberdade é essa de "rabiscar" o corpo achando que isso é autoestima? Será que não é uma forma de se exibir para outrem? Ou será uma forma desesperada de chamar a atenção da sociedade, num ato nunca assumido de se submeter à vontade alheia?

Não será, portanto, a tatuagem um ato de submissão aos outros por conta de um visual mais "chamativo"? E a tatuagem não pode ser um ressentimento dos que não conseguem se afirmar por suas próprias ideias e precisam transformar seus corpos em murais humanos?

E cadê o empoderamento da mulher tatuada, se ela quase sempre sofre a infervenção de um outro homem para preencher - muitas vezes, por sugestão dele - o corpo feminino?

E no caso do sensualismo obeso, essa não seria uma forma desesperada e paranoica de se submeter aos padrões de comportamento feminino, obrigando mulheres a serem sexy na marra, nem que seja pela "sensualidade de guerra"?

Chamo de "sensualidade de guerra" aquele ato de pretenso sensualismo feito para incomodar em vez de provocar prazer. É um narcisismo trash de quem não pode ser sexy e é pressionada a sê-lo, por pretextos alheios que soam apenas agradáveis para a narcisista trash de plantão.

E isso é triste, porque obesa bancando a sensual na marra não garante o combate à gordofobia,muito pelo contrário, pois, ao inserir a obesa no contexto da hipersexualização, o resultado é o oposto, a transformação da obesa em um "objeto sexual" trash e não uma pessoa melhor valorizada.

É por isso que o tal "movimento corpo livre", comandado pela cantora Ana Cañas - emepebista que decidiu ser uma versão tardia, datada mas "pós-tropicalista" de Madonna - , foi um grande fracasso.

Que liberdade de corpo existe com a consciência oprimida por essa "sensualidade de guerra"?

Não seria uma forma de se submeter à "ditadura da beleza", através de uma "ditadura da sensualidade"?

E como fica o cotidiano social, o respeito humano? Fácil provocar posando de lingerie num Instagram convertido ao espelho do armário de casa.

Mas ninguém usa o Instagram para se mostrar para si mesmo. O Instagram não é espelho do quarto de casa. Muita gente de fora fica olhando. Até mesmo hackers e estelionatários.

Daí que desconfio muito dessa "liberdade" de corpos disformes obrigados a se sensualizar e corpos tatuados que apenas tornam a pessoa repulsiva e ressentida.

E, finalizando, isso só faz da pessoa que apela pelo "fim do preconceito" uma pessoa que, na verdade, possui seus próprios preconceitos contra si e que vê nas zonas de conforto da debilidade humana uma pretensa forma de autoestima.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

PESQUISISMO E RELATORISMO

As mais recentes queixas a respeito do governo Lula ficam por conta do “pesquisismo”, a mania de fazer avaliações precipitadas do atual mandato do presidente brasileiro, toda quinzena, por vários institutos amigos do petista. O pesquisismo são avaliações constantes, frequentes e que servem mais de propaganda do governo do que de diagnóstico. Pesquisas de avaliação a todo momento, em muitos casos antecipando prematuramente a reeleição de Lula, com projeções de concorrentes aqui e ali, indo de Michelle Bolsonaro a Ciro Gomes. Somente de um mês para cá, as supostas pesquisas de opinião apontavam queda de popularidade de Lula, e isso se deu porque os próprios institutos foram criticados por serem “chapa branca” e deles se foi cobrada alguma objetividade na abordagem, mesmo diante de métodos e processos de pesquisa bastante duvidosos. Mas temos também outro vício do governo Lula, que ninguém fala: o “relatorismo”. Chama-se de relatorismo essa mania de divulgar relatórios fantásticos sobre s...

BRASIL PASSOU POR SEIS DÉCADAS DE RETROCESSOS SOCIOCULTURAIS

ANTES RECONHECIDA COMO SÉRIO PROBLEMA HABITACIONAL, A FAVELA (NA FOTO, A ROCINHA NO RIO DE JANEIRO) TORNOU-SE OBJETO DA GLAMOURIZAÇÃO DA POBREZA FEITA PELAS ELITES INTELECTUAIS BRASILEIRAS. A ideia, desagradável para muitos, de que o Brasil não tem condições para se tornar um país desenvolvido está na deterioração sociocultural que atingiu o Brasil a partir de 1964. O próprio fato de muitos brasileiros se sentirem mal acostumados com essa deterioração de valores não significa que possamos entrar no clube de países prósperos diante dessa resignação compartilhada por milhares de pessoas. Não existe essa tese de o Brasil primeiro chegar ao Primeiro Mundo e depois “arrumar a casa”, como também se tornou inútil gourmetizar a decadência cultural sob a desculpa de “combater o preconceito”. Botar a sujeira debaixo do tapete não limpa o ambiente. Nosso país discrimina o senso crítico, abrindo caminho para os “novos normais” que acumulamos, precarizando nosso cotidiano na medida em que nos resig...

“ROCK PADRÃO 89 FM” PERMITE CULTUAR BANDAS FICTÍCIAS COMO O VELVET SUNDOWN

Antes de irmos a este texto, um aviso. Esqueçamos os Archies e os Monkees, bandas de proveta que, no fundo, eram muito boas. Principalmente os Monkees, dos quais resta vivo o baterista e cantor Micky Dolenz, também dublador de desenhos animados da Hanna-Barbera (também função original de Mark Hamill, antes da saga Guerra nas Estrelas).  Essa parcela do suposto “rock de mentira” até que é admirável, despretensiosa e suas músicas são muito legais e bem feitas. E esqueçamos também o eclético grupo Gorillaz, influenciado por hip hop, dub e funk autêntico, porque na prática é um projeto solo de Damon Albarn, do Blur, com vários convidados. Aqui falaremos de bandas farsantes mesmo, sejam bandas de empresários da Faria Lima, como havíamos descrito antes, seja o recente fenômeno do Velvet Sundown, grupo de hard rock gerado totalmente pela Inteligência Artificial.  O Velvet Sundown é um quarteto imaginário que foi gerado pela combinação de algoritmos que produziram todos os elementos d...

“GALERA”: OUTRA GÍRIA BEM AO GOSTO DA FARIA LIMA

Além da gíria “balada” - uma gíria que é uma droga, tanto no sentido literal como no sentido figurado - , outra gíria estúpida com pretensões de ser “acima dos tempos e das tribos” é “galera”, uma expressão que chega a complicar até a nossa língua coloquial. A origem da palavra “galera” está no pavimento principal de um navio. Em seguida, tornou-se um termo ligado à tripulação de um navio, geralmente gente que, entre outras atividades, faz a faxina no convés. Em seguida, o termo passou a ser adotado pelo jornalismo esportivo porque o formato dos estádios se assemelhava ao de navios. A expressão passou a ser usada, também no jornalismo esportivo, para definir o conjunto de torcedores de futebol, sendo praticamente sinônimo de “torcida”. Depois o termo passou a ser usado pelo vocabulário bicho-grilo brasileiro, numa época em que havia, também, as sessões de cinema mostrando notícias do futebol pelo Canal 100 e também a espetacularização dos campeonatos regionais de futebol que preparavam...

LULA DEVERIA SE APOSENTAR E DESISTIR DA REELEIÇÃO

Com o anúncio recente do ator estadunidense Michael Douglas de que iria se aposentar, com quase 81 anos de idade, eu fico imaginando se não seria a hora do presidente Lula também parar. O marido de Catherine Zeta-Jones ainda está na sua boa saúde física e mental, melhor do que Lula, mas o astro do filme Dia de Fúria (Falling Down) , de 1993, decidiu que só vai voltar a atuar se o roteiro do filme valer realmente a pena  Lula, que apresenta sérios problemas de saúde, com suspeitas de estar enfrentando um câncer, enlouqueceu de vez. Sério. Persegue a consagração pessoal e pensa que o mundo é uma pequena esfera a seus pés. Seu governo parece brincadeira de criança e Lula dá sinais de senilidade quando, ao opinar, comete gafes grotescas. No fim da vida, o empresário e animador Sílvio Santos também cometeu gafes similares. Lula ao menos deveria saber a hora de parar. O atual mandato de Lula foi uma decepção sem fim. Lula apenas vive à sombra dos mandatos anteriores e transforma o seu at...

ATÉ PARECE BRIGUINHA DE ESCOLA

A guerra do tarifaço, o conflito fiscal movido pelo presidente dos EUA, Donald Trump, leva ao paroxismo a polarização política que aflige principalmente o Brasil e que acaba envolvendo algumas autoridades estrangeiras, diante desse cenário marcado por profundo sensacionalismo ideológico. Com o "ativismo de resultados" pop das esquerdas woke  sequestrando a agenda esquerdista, refém do vício procrastinador das esquerdas médias, que deixam as verdadeiras rupturas para depois - vide a má vontade em protestar contra Michel Temer e Jair Bolsonaro, acreditando que as instituições, em si, iriam tirá-los de cena - , e agora esperam a escala 6x1 desgastar as mentes e os corpos das classes trabalhadoras para depois encerrar com essa triste rotina de trabalho. A procrastinação atinge tanto as esquerdas médias que contagiaram o Lula, ele mesmo pouco agindo no terceiro mandato, a não ser na produção de meros fatos políticos, tão tendenciosos que parecem mais factoides. Lula transforma seu...

NEM SEMPRE OS BACANINHAS TÊM RAZÃO

Nesta suposta recuperação da popularidade de Lula, alimentada pelo pesquisismo e sustentada pelos “pobres de novela” - a parcela “limpinha” de pessoas oriundas de subúrbios, roças e sertões - , o faz-de-conta é o que impera, com o lulismo se demonstrando um absolutismo marcado pela “democracia de um homem só”. Se impondo como candidato único, Lula quer exercer monopólio no jogo político, se recusando a aceitar que a democracia não está dentro dele, mas acima dele. Em um discurso recente, Lula demoniza os concorrentes, dizendo para a população “se preparar” porque “tem um monte de candidato na praça”. Tão “democrático”, o presidente Lula demoniza a concorrência, humilhando e depreciando os rivais. Os lulistas fazem o jogo sujo do valentonismo ( bullying ), agredindo e esnobando os outros, sem respeitar a diversidade democrática. Lula e seus seguidores deixam bem claro que o petista se acha dono da democracia. Não podemos ser reféns do lulismo. Lula decepcionou muito, mas não podemos ape...

A FALSA RECUPERAÇÃO DA POPULARIDADE DE LULA

LULA EMPOLGA A BURGUESIA FANTASIADA DE POVO QUE DITA AS NARRATIVAS NAS REDES SOCIAIS. O título faz ficar revoltado o negacionista factual, voando em nuvens de sonhos do lulismo nas redes sociais. Mas a verdade é que a aparente recuperação da popularidade de Lula foi somente uma jogada de marketing , sem reflexão na realidade concreta do povo brasileiro. A suposta pesquisa Atlas-Bloomberg apontou um crescimento para 49,7%, considerado a "melhor" aprovação do presidente desde outubro de 2024. Vamos questionar as coisas, saindo da euforia do pesquisismo. Em primeiro lugar, devemos pensar nas supostas pesquisas de opinião, levantamentos que parecem objetivos e técnicos e que juram trazer um recorte preciso da sociedade, com pequenas margens de erros. Alguém de fato foi entrevistado por alguma dessas pesquisas? Em segundo lugar, a motivação soa superficial, mais voltada ao espetáculo do que ao realismo. A recuperação da popularidade soa uma farsa por apenas envolver a bolha lulist...

RADIALISMO ROCK: FOMOS ENGANADOS DURANTE 35 ANOS!!

LOCUTORES MAURICINHOS, SEM VIVÊNCIA COM ROCK, DOMINAVAM A PROGRAMAÇÃO DAS DITAS "RÁDIOS ROCK" A PARTIR DOS ANOS 1990. Como o público jovem foi enganado durante três décadas e meia. A onda das “rádios rock” lançada no fim dos anos 1980 e fortalecida nos anos 1990 e 2000, não passou de um grande blefe, de uma grande conversa para búfalos e cavalos doidos dormirem. O que se vendeu durante muito tempo como “rádios rock” não passavam de rádios pop comuns e convencionais, que apenas selecionavam o que havia de rock nas paradas de sucesso e jogavam na programação diária. O estilo de locução, a linguagem e a mentalidade eram iguaizinhos a qualquer rádio que tocasse o mais tolo pop adolescente e o mais gosmento pop dançante. Só mudava o som que era tocado. Não adiantava boa parte dos locutores pop que atuavam nas “rádios rock” ficarem presos aos textos, como era inútil eles terem uma boa pronúncia de inglês. O ranço pop era notório e eles continuavam anunciando bandas como Pearl Jam e...

A CORTINA DE FUMAÇA DA "SOBERANIA" DO GOVERNO LULA

LULISTAS ALEGAM QUE O PRESIDENTE LULA "RECUPEROU" A POPULARIDADE, MAS OS FATOS DIZEM QUE NÃO. O triunfalismo cego dos lulistas teve mais um impulso diante dos tarifaços do presidente dos EUA, Donald Trump, que pelo jeito transferiu a sua esfera de reality show  para a polarização política. Lula, supostamente vitorioso no episódio, havia se reunido ontem com o empresariado para responder à medida lançada pelo empresário-presidente na pátria de Titio Samuca. Essa suposta vitória se deu pela campanha que os lulistas - que, na prática, são a maior e principal corrente dos movimentos identitários brasileiros - estão lançando, a partir do próprio Governo Federal, defendendo a "soberania" brasileira, em tese insubmissa aos EUA. Lula também anunciou a criação de dois comitês para reagir ao tarifaço do presidente estadunidense. Dizemos em tese, porque nosso culturalismo brasileiro - que vai além das pautas politicistas do "jornalismo da OTAN" - se vale por uma músi...