Pular para o conteúdo principal

JAIR BOLSONARO RESISTE À EXTREMA URGÊNCIA DA VACINA ANTI-COVID

 

MINISTRO DA SAÚDE EDUARDO PAZUELLO, O QUARTO DA ESQUERDA PARA A DIREITA, ENTRE ZEZÉ DI CAMARGO E O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, IBANEIS ROCHA.

A Covid-19 atingiu 181 mil mortos e o Brasil ainda não armou um esquema de extrema urgência para vacinar todos os brasileiros.

Recentemente, perdemos o simpático ator Eduardo Galvão, o importante músico Paulinho César Santos, membro-fundador do Roupa Nova e vocalista de muitas das canções do grupo marcado por excelentes instrumentistas (incluindo o falecido).

Até o momento desta edição, lutava contra a doença a atriz Nicette Bruno, cuja informação recente foi o agravamento de seus sintomas da Covid-19, durante um tempo de vários dias internada em hospital.

Não dá para brincar com essa doença. Eu estou saindo muito, mas mantenho cuidado contra a Covid-19, evitando aglomerações e usando máscara.

Não vou a festas. Sobretudo as "Covid Fests" que esculacham a pandemia e as vítimas da doença.

Deveria proibir de tocar Roupa Nova nestas festas, mesmo a comercialíssima "Whisky a Go-Go", de Sullivan & Massadas, porque mesmo neste caso seria avacalhar com um talentoso cantor que faleceu da temível doença.

Não sou fã do Roupa Nova mas tinha respeito profundo aos músicos, e gostava de algumas músicas da fase original, como "Sol de Verão", "Clarear" e a versão que fizeram de "Lumiar", clássico do Clube da Esquina na voz de Beto Guedes.

Também era boa a instrumental que o Roupa Nova fez para o Jornal da Manchete, que foi apresentado pela maravilhosíssima Leila Richers, que infelizmente faleceu de câncer há poucos dias, ainda bonita aos 65 anos.

São tempos complicados e o pessoal não está aí. Não digo só os bolsonaristas, que estão desprezando todo o problema e achando que a normalidade voltou.

A direita comportada que pediu o golpe político de 2016 e as esquerdas que acolheram os "brinquedos culturais" da centro-direita também são responsáveis, em parte, pelo caos em que vivemos.

Pelo pragmatismo de uns, pela acomodação de outros, chegamos ao bolsonarismo porque nossas esquerdas estavam brincando demais para lutar pela expulsão do então presidente Michel Temer.

Achar que "médiuns de direita" iriam trazer pacifismo para as esquerdas ou que o "funk" iria trazer a revolução bolivariana para o Brasil foram o gancho para os patéticos manifestoches, que tratavam a bandeira brasileira como toalha enroscada em seus corpos sujos, tomarem o poder.

E o pessoal carnavalescamente gritando "Fora Temer", sem produzir efeito concreto para tal fim. Pelo contrário, Michel Temer saiu do poder rindo das esquerdas e agora tende a ganhar de Jair Bolsonaro a cadeira das Relações Exteriores, assim que Ernesto Araújo esvaziar as gavetas.

E ainda teve a mamata de Jair Renan Bolsonaro, o filho "número 04" do presidente, que recebeu gratuitamente a divulgação da festa de inauguração da empresa do rapaz, que é youtuber dedicado a jogos eletrônicos (games, traduzindo para o portinglês coxinha).

A divulgação foi dada por uma produtora que presta serviços publicitários para o governo. É dinheiro público gasto para fazer cobertura de uma festa celebrando a entrada de Jair Renan no mundo dos negócios.

As esquerdas que não conseguiram pedir "Fora Temer", as mesmas que creditam como "canção de protesto" o bubblegum de Odair José, parecem não se indignar dignamente contra o governo Bolsonaro.

O problema são as causas identitárias e a carnavalização do protesto, as frases de efeito, a lacração da Internet, o falar grosso dos psolistas e outros esquerdistas solidários e a consequente falta de ação dos mesmos.

Ninguém protesta contra a reforma trabalhista. E, temos que admitir, tem esquerdista viajando para a Europa, tem filho estudando no Reino Unido, na França, na Escandinávia...

E é por isso que esse pesadelo que vivemos desde 2016 está sendo tolerado por quem justamente poderia ter agido para derrubá-lo.

Temer e Bolsonaro teriam sido facilmente derrubáveis. Mas nossas esquerdas achavam que o "funk" iria reverter o golpe político de 2016! E os funqueiros lá comemorando o "fim do preconceito" abraçados a Luciano Huck.

E aí vemos o quanto as periferias não têm a ver com o "sonho dourado" do "funk" em geral e nem a narrativa "de protesto" de certas vertentes. A realidade é bem mais abaixo.

Mais uma vez rapazes simpáticos das comunidades pobres, gente trabalhadora ou estudante, foram dizimados pela polícia, por puro ódio e racismo.

Os rapazes eram o camelô Edson Arguinez Jr., de 20 anos, e seu amigo Jhordan Luiz Natividade, de 17 anos. Gente boa, simpática e honesta, mas que esteve no alvo do rancor sanguinário e necropolítico de policiais numa abordagem na madrugada do último sábado, em Belford Roxo.

São jovens inocentes cujas mortes deixam lacunas irreparáveis e dores insuperáveis dos familiares e amigos, um drama terrível que assombra a vida da gente pobre no nosso Brasil.

A Baixada Fluminense sempre foi marcada pela violência. Mas agora, com a decadência do Rio de Janeiro, esta região oficialmente virou um cenário de faroeste.

E o Rio de Janeiro que foi o mentor do golpe de 2016 - apesar do "laboratório" da Operação Lava Jato ter sido em Curitiba - , perdido no pragmatismo reacionário e arrogante (se achando donos da verdade, muitos cariocas fizeram linchamento digital contra discordantes), está pagando a conta.

E o Brasil que deu crédito a tudo isso, também paga por esse pragmatismo canhestro.

E agora temos a pandemia, a volta do crescimento das mortes por Covid-19, justamente quando muitos pensavam que essa catástrofe estava no fim.

E temos a briguinha entre João Dória Jr. e Jair Bolsonaro, por causa da tal vacina.

E o desprezo do ministro e militar Eduardo Pazuello com a pandemia, indo a uma festa, também no último sábado, após anunciar um tímido plano de vacinação contra a Covid-19.

A festa foi concedida pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, parecido com o ministro. Por ironia, Pazuello chegou a contrair Covid-19, mas se curou.

Na festa, também estava presente Zezé di Camargo, que havia sido ídolo das esquerdas médias, naquela fase de "combate ao preconceito" que Esses Intelectuais Pertinentes..., meu instigante livro, narra.

E havia aglomeração no local da festa.

E aí centro-direita, centro-esquerda e extrema-direita estão brincando com fogo.

Vacina, que é bom, não vem. E tem gente ainda acreditando no pretenso milagre da cloroquina.

Sinceramente, o Brasil está frágil, mesmo.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

PESQUISISMO E RELATORISMO

As mais recentes queixas a respeito do governo Lula ficam por conta do “pesquisismo”, a mania de fazer avaliações precipitadas do atual mandato do presidente brasileiro, toda quinzena, por vários institutos amigos do petista. O pesquisismo são avaliações constantes, frequentes e que servem mais de propaganda do governo do que de diagnóstico. Pesquisas de avaliação a todo momento, em muitos casos antecipando prematuramente a reeleição de Lula, com projeções de concorrentes aqui e ali, indo de Michelle Bolsonaro a Ciro Gomes. Somente de um mês para cá, as supostas pesquisas de opinião apontavam queda de popularidade de Lula, e isso se deu porque os próprios institutos foram criticados por serem “chapa branca” e deles se foi cobrada alguma objetividade na abordagem, mesmo diante de métodos e processos de pesquisa bastante duvidosos. Mas temos também outro vício do governo Lula, que ninguém fala: o “relatorismo”. Chama-se de relatorismo essa mania de divulgar relatórios fantásticos sobre s...

SIMBOLOGIA IRÔNICA

  ACIMA, A REVOLTA DE OITO DE JANEIRO EM 2023, E, ABAIXO, O MOVIMENTO DIRETAS JÁ EM 1984. Nos últimos tempos, o Brasil vive um período surreal. Uma democracia nas mãos de um único homem, o futuro de nosso país nas mãos de um idoso de 80 anos. Uma reconstrução em que se festeja antes de trabalhar. Muita gente dormindo tranquila com isso tudo e os negacionistas factuais pedindo boicote ao pensamento crítico. Duas simbologias irônicas vêm à tona para ilustraresse país surrealista onde a pobreza deixou de ser vista como um problema para ser vista como identidade sociocultural. Uma dessas simbologias está no governo Lula, que representa o ideal do “milagre brasileiro” de 1969-1974, mas em um contexto formalmente democrático, no sentido de ninguém ser punido por discordar do governo, em que pese a pressão dos negacionistas factuais nas redes sociais. Outra é a simbologia do vandalismo do Oito de Janeiro, em 2023, em que a presença de uma multidão nos edifícios da Praça dos Três Poderes, ...

A PRISÃO DE MC POZE E O VELHO VITIMISMO DO “FUNK”

A prisão do funqueiro e um dos precursores do trap brasileiro, o carioca MC Poze do Rodo, na madrugada de ontem no Rio de Janeiro, reativou mais uma vez o discurso vitimista que o “funk” utiliza para se promover. O funqueiro, cujo nome de batismo é Marlon Brandon Coelho Couto Silva, e que já deixou a Delegacia de Repressão a Entorpecentes para ir a um presídio no bairro carioca de Benfica, tem entre o público da Geração Z e das esquerdas identitárias a reputação que Renato Russo teve entre o público de rock dos anos 1980, embora o MC não tenha 0,000001% do talento, pois se envolve em um ritmo marcado pela mais profunda precarização artístico-cultural. No entanto, MC Poze do Rodo foi detido por acusações de apologia ao crime organizado, ao porte ilegal de armas e à violência. Em várias vezes, Poze aparecia com armas nas fotos das redes sociais, o que poderia sugerir um funqueiro bolsonarista em potencial. A polícia do Rio de Janeiro enviou o seguinte comunicado:: “De acordo com as inves...

O ATRASO CULTURAL OCULTO DA GERAÇÃO Z

Fico pasmo quando leio pessoas passando pano no culturalismo pós-1989, em maioria confuso e extremamente pragmático, como se alguém pudesse ver uma espessa cabeleira em uma casca de um ovo. Não me considero careta e, apesar dos meus 54 anos de idade, prefiro ir a um Lollapalooza do que a um baile de gala. Tenho uma bagagem cultural maior do que mimha idade sugere, pelas visões de mundo que tenho, até parece que sou um cidadão mediano de 66 anos. Mas minha jovialidade, por incrível que pareça, está mais para um rapazinho de 26 anos. Dito isso, me preocupa a existência de ídolos musicais confusos, que atiram para todos os lados, entre um roquinho mais pop e um som dançante mais eroticamente provocativo, e no meio do caminho entre guitarras elétricas e sintetizadores, há momentos pretensamente acústicos. Nem preciso dizer nomes, mas a atual cena pop é confusa, pois é feita por uma geração que ouviu ao mesmo tempo Madonna e AC/DC, Britney Spears e Nirvana, Backstreet Boys e Soundgarden. Da...

LÉO LINS E A DECADÊNCIA DE HUMORISTAS E INFLUENCIADORES

LÉO LINS, CONDENADO A OITO ANOS DE PRISÃO E MULTA DE MAIS DE R$ 300 MIL POR CONTA DE PIADAS OFENSIVAS. Na semana passada, a Justiça Federal, através da 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo, condenou o humorista Léo Lins a oito anos de prisão, três deles em regime inicialmente fechado, e multa no valor de R$ 306 mil por fazer piadas ofensivas contra grupos minoritários.  Só para sentir a gravidade do caso, uma das piadas sugere uma sutil apologia ao feminicídio: "Feminista boa é feminista calada. Ou morta". Em outra piada machista, Léo disse: "Às vezes, a mulher só entende no tapa. E se não entender, é porque apanhou pouco". Léo também fez piadas agredindo negros, a comunidade LGBTQIA+, pessoas com HIV, indígenas, evangélicos, pessoas com deficiência, obesos e nordestinos, entre outros. O vídeo que inspirou a elaboração da sentença foi o espetáculo Perturbador, um vídeo gravado em 2022 no qual Léo faz uma série de comentários ofensivos. Os defensores de Léo dizem qu...

ELITE DO BOM ATRASO PIROU NAS REDES SOCIAIS

A BURGUESIA DE CHINELOS NÃO QUER OUTRO CANDIDATO EM 2026. SÓ QUER LULA. A elite do bom atraso, a “frente ampla” social que vai do “pobre de novela” - tipo que explicaremos em outra postagem - ao famoso muito rico, mas que inclui também a pequena burguesia e a parcela “legal” da alta burguesia, enlouqueceu nas redes sociais, exaltando o medíocre governo Lula e somente desejando ele para a Presidência da República na próxima eleição. Preso a estereótipos que deixaram de fazer sentido na realidade, como governar para os pobres e deixar a classe média abastada em segundo plano, Lula na prática expressa um peleguismo que é facilmente reconhecido por proletários, camponeses, sem-teto e servidores públicos, que veem o quanto o presidente “quer, mas não quer muito” trabalhar para o bem-estar dos brasileiros. Lula tem como o maior de seus inúmeros erros o de tratar a reconstrução do Brasil como se fosse uma festa. Esse problema, é claro, não é percebido pela delirante elite do bom atraso que, h...

GOVERNO LULA AGRAVA SUA CRISE

INDICADO POR LULA PARA O BANCO CENTRAL, GABRIEL GALÍPOLO PREFERIU MANTER OS JUROS ALTOS "POR MUITO TEMPO". Enquanto o governo Lula limita gastos mensais com universidades federais, a farra das ONGs nas ditas “emendas parlamentares” é de R$ 274 milhões. Na viagem para a China, Lula é acusado de gastar café com valor equivalente a R$ 56 e de conprar um terno no valor equivalente a R$ 850. Quanto às universidades públicas, a renomada Academia Brasileira de Ciências acusa o governo Lula de desmontar as instituições de ensino superior público através desses cortes financeiros. Lulistas blindam Janja quando ela quebrou o protocolo da conversa entre o marido e o presidente chinês Xi Jinping, para falar de sua preocupação com o Tik Tok. Em compensação, Lula não cumpriu a promessa de implantar o Plano Nacional de Transição Energética, que iria tirar o Brasil da dependência de combustível fóssil. Mas o presidente ainda quer devastar a Amazônia Equatorial para extrair mais petróleo. Lul...

QUANDO A CAPRICHO QUER PARECER A ROCK BRIGADE

Até se admite que o departamento de Jornalismo das rádios comerciais ditas “de rock” é esforçado e tenta mostrar serviço. Mas nem de longe isso pode representar um diferencial para as tais “rádios rock”, por mais que haja alguma competência no trabalho de seus repórteres. A gente vê o contraste que existe nessas rádios. Na programação diária, que ocupa a manhã, a tarde e o começo da noite, elas operam como rádios pop convencionais, por mais que a vinheta estilo “voz de sapo” tente coaxar a palavra “rock”. O repertório é hit-parade, com medalhões ou nomes comerciais, e nem de longe oferecem o básico para o público iniciante de rock. Para piorar, tem aquele papo furado de que as “rádios rock” não tocam só os “clássicos”, mas também as “novidades”. Papo puramente imbecil. É aquela coisa da padaria dizer que não vende somente salgados, mas também os doces. Que diferença isso faz? O endeusamento, ou mesmo as passagens de pano, da imprensa especializada às rádios comerciais “de rock” se deve...

A ILUSÃO DE QUERER PARECER O “MAIS LEGAL DO PLANETA”

Um dos legados do Brasil de Lula 3.0 está na felicidade tóxica de uma parcela de privilegiados. A obsessão de uns poucos bem-nascidos em parecer “gente legal”, em atrair apoio social, os faz até manipular a carteirada para cima e para baixo, entre um sentimento de orgulho aqui e uma falsa modéstia ali, sempre procurando mascarar a hipocrisia que não consegue se ocultar nas mentes dessas pessoas. Com a patrulha dos negacionistas factuais, “isentões” designados para promover o boicote ao pensamento crítico nas redes sociais, a “boa” sociedade que é a elite do bom atraso precisa parecer, aos olhos dos outros, as mais positivas possíveis, daí o esforço desesperado para criar um ambiente de conformidade e até de conformismo, sobretudo pela perigosa ilusão de acreditar que o futuro do Brasil será conduzido por um idoso de 80 anos. Quando ouvimos falar de períodos de supostas regeneração e glorificação do “povo brasileiro”, nos animamos no primeiro momento, achando que agora o Brasil será a n...

APOIO DAS ESQUERDAS AO "FUNK" ABRIU CAMINHO PARA O GOLPE DE 2016

MC POZE DO RODO, COM SEU CARRO LAMBORGHINI AVALIADO EM TRÊS MILHÕES DE REAIS. A choradeira das esquerdas médias diante da prisão de MC Poze do Rodo tenta reviver um hábito contraído há 20 anos, quando o esquerdismo passou a endossar o discurso fabricado pela Rede Globo e pela Folha de São Paulo para "socializar" o "funk", um dos ritmos do comercialismo brega-popularesco que passou a blindar por uma elite de intelectuais sob inspiração do antigo IPES-IBAD, só que sob uma retórica "pós-tropicalista". A revolta contra a prisão do funqueiro e alegações clichês como "criminalização da cultura" e "realidade da favela" feita por parlamentares e jornalistas da mídia esquerdista se tornam bastante vergonhosas e, em muitos casos, descontextualizada com a real preocupação com as classes pobres da vida real, que em nenhum momento são representadas ou se identificam com o "funk" ou o trap. O "funk" e o trap apenas falam sobre o ...