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A ARROGÂNCIA DA ELITE "FELIZ" NUM BRASIL DISTÓPICO

A INFLUENCIADORA DIGITAL DEOLANE BEZERRA É ACUSADA DE ENVOLVIMENTO COM LAVAGEM DE DINHEIRO E JOGOS ILEGAIS.

A profunda e persistente arrogância de uma elite "feliz da vida" que, no Brasil, sente fobia do pensamento crítico - uns até fingiram apoiar, mas não conseguiram enganar por muito tempo - não percebe a complexidade do Brasil que, de tão grande, faz especialistas da Nasa, pasmem, decretar sentença de morte para o Brasil, que pode deixar de ser um país habitável daqui a 50 anos.

O alerta inclui risco de desaparecimento de cidades litorâneas do nível de Rio de Janeiro, Santos, Salvador e Fortaleza, além da decadência também de um "cinturão" que vai do Oeste do Rio Grande do Sul ao Centro-Oeste - áreas que envolvem Passo Fundo, São José do Rio Preto, Triângulo Mineiro e até Brasília - , a ser também inabitável por conta dos desequilíbrios climáticos dos incêndios na Amazônia e no Pantanal.

Se a situação chega a um presságio catastrófico para o Brasil, é coisa de fazer mudo tetraplégico querer correr pelas ruas gritando de pânico o desprezo à realidade dos "intelectuais de Instagram" que juram que, sem saírem de casa, se acham capazes de julgar o mundo em sua volta. Qualquer semelhança com o mito da caverna de Platão não é mera coincidência.

Afinal, vivemos a supremacia de uma ordem social que está no seu apogeu. Uma ordem que se ascendeu em 1964, com as caraterísticas que conhecemos, e se consolidou em 1974, em pleno "milagre brasileiro". Herdeira das antigas elites de bandeirantes, senhores de engenho, cafeicultores e aristocratas em geral, essa ordem social, agora repaginada na elite do bom atraso, tenta sobreviver e até se sobrepor ao mundo fantasiada de "gente simples" e, agora, como apoiadora maior do governo Lula.

Essa elite que não consegue disfarçar seu golpismo, mesmo adotando fala mansa, sorrisos e argumentos supostamente lógicos, tenta impor seu culturalismo que envolve desde aberrações "paisagísticas" como os parquiletes (parklets), falsas "praças públicas" que escondem interesses particulares do comércio, até canções piegas e comerciais vendidas como "falso vintage" como "Evidências", na versão de Chitãozinho & Xororó, e "Um Dia de Domingo", de Michael Sullivan e Paulo Massadas.

Submissas a instituições e logomarcas, à fama e ao prestígio, ao lucro e à popularidade, aceita de olhos vendados que relatórios falem de "recordes históricos do Efeito Lula", com o presidente agora mostrando seu peleguismo na sua mais alta manifestação. Não aceitam questionamentos, o que mostra que o DNA das famílias que gritavam pelo golpe de 1964 e pelo AI-5 ainda mostra um sangue quente correndo pelas veias, sob as batidas fortes dos corações conservadores da patota "democrática" de hoje.

Vendo isso, vemos o que existe da falta de humanismo desse pessoal cuja maior novidade musical que curtem é o tal do trap, franquia que o "funk ostentação" comprou do gangsta rap dos EUA e que, no Brasil, é marcado por vozes robóticas e pela batida "local" que lembra o som de uma lata de ervilha.

Esse pessoal cultua subcelebridades, sua língua tem "dialetos" como a horrenda gíria "balada", patenteada pelo consórcio Faria Lima-Jovem Pan-Rede Globo, e barbarismos como body e bike, e se acha no direito de consumir supérfluos, enquanto pede "gentilmente" para os oprimidos "rezarem para Deus" para obter aquilo que necessitam na vida.

Dito isso, vemos que, ontem, a advogada, empresária e infuenciadora digital Deolane Bezerra, também viúva de MC Kevin - ícone do "funk ostentação" - , foi presa sob acusação de envolvimento com jogos ilegais e com lavagem de dinheiro. O caso está sob investigação, mas mostra o quanto é mais comum ver influenciadores envolvidos em alguma encrenca.

E isso mostra o quanto o nosso Brasil anda muito, muito tóxico. Se temos gente fugindo de textos questionadores, se aqueles que tanto criticavam Lula há 20 anos não suportam, hoje, ler uma vírgula que se escreva contra o presidente, então vemos o quanto a toxicidade emocional está destruindo o país, quando a realidade precisa zelar apenas para proteger a felicidade de uns poucos, pouco importando os dramas e tragédias de muitos.

Se tudo o que os "famosos" de hoje oferecem é mediocridade cultural, encrencas e frivolidades, como é que o nosso Brasil vai se tornar um país desenvolvido? Com o balé de números, palavrinhas e gráficos sobre supostas façanhas de um governo burguês? A arrogância dos que não suportam questionamentos mostra que, para muita gente, a Era Geisel ainda não acabou, e talvez nem acabe tão cedo.

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