Pular para o conteúdo principal

SÉRGIO MENDES ENGRANDECEU O BRASIL E, EM PARTICULAR, NITERÓI


Morto por problemas respiratórios a cinco dias de completar 83 anos, o músico Sérgio Mendes faz a MPB se tornar cada vez mais vazia de grandes mestres. O músico era um símbolo da jovialidade da Bossa Nova e, curiosamente, apesar de ser de uma geração tardia de bossanovistas, foi um dos maiores e melhores divulgadores do gênero assim que foi viver nos EUA.

A perda de Sérgio choca um pouco pelo fato dele ter mantido um semblante jovial, mesmo quando ele estava bem idoso. E sua música tinha um vigor e uma fluência de poucos, tendo sido ele um dos mais significativos instrumentistas, compositores e arranjadores brasileiros do século XX.

Musicalmente, Sérgio Mendes era muito versátil, como ele mesmo havia dito em uma entrevista de 2015 ao portal espanhol ABC Cultural, em abril de 2015:

"Não gosto dos rótulos. Sou pianista, compositor, produtor... Gosto de trabalhar com outras pessoas e fazer arranjos. Eu canto um pouco também, mas gosto de todo tipo de música: gosto de jazz, flamenco, música internacional. E tudo isso está misturado no meu estilo".

Seu estilo bossanovista reflete isso, com elementos de soul, jazz, easy listening e até mesmo interações com o pop contemporâneo, através de John Legend e Black Eyed Peas. Sérgio também favoreceu o crescimento da carreira de Jorge Ben (hoje Jorge Ben Jor) quando gravou em 1966 a versão da composição de 1962 do músico carioca, "Mas Que Nada".

Mendes reforçou a afirmação do seu estilo ao falar sobre seu encontro com will.i.am, rapper do Black Eyed Peas, que gravou uma versão de "Mas Que Nada":

"Minha vida é muito feita por esses encontros, seja com Frank Sinatra, com Will.I.Am. Eu sou anti fórmula. Eu sigo muito a minha intuição e sou muito curioso. E essa curiosidade que me leva a isso, a encontrar essas pessoas e ter essa troca musical".

Sérgio foi conhecido por liderar a banda Sérgio Mendes & Brasil '66, que popularizou a música brasileira no exterior, mostrando uma profunda riqueza melódica das canções e os arranjos modernos do pianista. Até mesmo a canção "Day Tripper", dos Beatles, contou com uma versão bastante peculiar da banda.

Sérgio Mendes até passou por uma fase comercial, nos anos 1980, quando teve que fazer um som americanizado convencional, nos padrões das canções românticas de David Foster. Mas essa fase, apesar do grande sucesso, puxado pela música "Never Gonna Let You Go", nem de longe mostra o estilo e o brilho próprios do artista brasileiro.

Com sua música, Sérgio Mendes engrandeceu o Brasil, e ele, assim como outros como Tom Jobim, Marcos Valle (também da geração bossanovista "tardia" de Mendes), João Gilberto e Astrud Gilberto, mantiveram a Bossa Nova "respirando" como expressão musical nos EUA depois que o movimento, com todas suas caraterísticas comportamentais, sociais e sociológicas, acabou em 1964.

E isso acabou influenciando, em parte, o revigoramento da música brasileira, que, imitando a sigla MDB da antiga oposição moderada à ditadura militar, fez projetar a sigla MPB de Música Popular Brasileira, acabou sendo favorecida pela projeção bossanovista nos EUA, com boa parte da responsabilidade de Sérgio Mendes em mandar seus ventos sonoros para o cenário emepebista de 1966-1968.

Mas Sérgio Mendes também engrandeceu a sua terra natal, Niterói, então capital do Estado do Rio de Janeiro e que mantivera sua imponência até cerca de uma década após a arbitrária fusão dos Estados do Rio de Janeiro e da Guanabara, medida que apenas favoreceu políticos fisiológicos da cidade do Rio de Janeiro, que nunca se recuperou do ressentimento de ter perdido o status de capital do Brasil e, hoje, já começa a perder para São Paulo o status de capital cultural brasileira.

Mas Niterói, hoje, infelizmente, se depreciou e hoje parece gostar de bancar o capacho do Rio de Janeiro, com seus políticos fisiológicos agindo igualzinho aos da famosa cidade vizinha, enquanto as elites niteroienses mais parecem uma mistura local entre os farialimers e os peões de Barretos. Niteroienses acomodados que não ligam sequer para a falta de avenida própria de ligação entre Várzea das Moças e Rio do Ouro, cujo deslocamento é pior do que atravessar a fronteira entre Brasil e Paraguai.

Hoje os niteroienses aceitam qualquer coisa, com comodidade de gado bovino, com a exceção de problemas solipsistas como engarrafamentos no trajeto para a ponte e tiroteios nos morros, únicos temas da atrofiada agenda contestatória local. O viralatismo niteroiense é tal que, mesmo com dois times de futebol locais, o Canto do Rio e o Tio Sam, os moradores da cidade preferem torcer pelos times da cidade vizinha, como o Flamengo. Nem troianos se encorajariam a torcer por gladiadores espartanos.

E se Niterói já foi cosmopolita e encantava o pessoal do interior fluminense - nos tempos em que o Rio de Janeiro ainda era o Distrito Federal e, depois, a Guanabara - e, nos anos 1980, ainda gerou a Rádio Fluminense FM, rádio de rock hoje nunca superada em sua genial programação e seu repertório abrangente, pois o fôlego da famosa emissora hoje só é comparável ao dos áudios de rock disponíveis no YouTube, hoje, infelizmente, a coisa descarrilou.

A Niterói que gerou Sérgio Mendes e, no cenário roqueiro, nos deu o Second Come - banda de shoegaze elogiada pelo Everett True, jornalista britânico de grande prestígio - , nos últimos anos só nos deu o breganejo João Gabriel, que musicalmente soa mais como um artista perdido em algum canto da fronteira do Triângulo Mineiro com Goiás.

E a submissão dos niteroienses reflete a submissão do público brasileiro à mesmice, às obviedades, ao previsível. E isso é muito triste, sobretudo em se tratando da geração milenial que não viveu momentos importantes da vida cultural do Brasil e do mundo. Vide, por exemplo, o hit-parade atual, que o próprio Sérgio Mendes viveu para dar sua crítica, na mesma entrevista de 2015:

"O que lamento é que falta uma melodia. Mas em todo o mundo, não só no Brasil, mas também nos Estados Unidos, na Europa... Eu não ouço tantas composições bonitas quanto eu ouvi nas décadas de 1960 e 1970. Os jovens gostam de dançar uma música discoteca quase sintética... É uma música muito fria. Não há melodia. Não sei onde estão as melodias. É um ciclo, um período. Não é música orgânica, não vejo nenhuma emoção. É a única coisa que eu sinto falta (...)".

Para piorar, horas depois do falecimento de Sérgio Mendes, as páginas de notícias deram o assunto como "esquecido", e olha que se trata de um compositor que sempre se comprometeu com a modernidade criativa. A exemplo de outro bossanovista, João Donato, este cronologicamente "inverso" - foi um bossanovista "antes da hora" - , Sérgio, no fim da vida, esteve aberto a novas gerações.

Para ambos, Mendes e Donato, se suas energias físicas tivessem permitido, eles estariam tocando com um entusiasmo muito grande ao lado de músicos jovens, interagindo e dialogando com eles como se ainda estivessem no vigor juvenil. Seriam mestres "tirando onda" de aprendizes, no sentido positivo do termo.

E aí, sem esses mestres, num país em que a cultura brasileira chega a ser marcada por muitos mestres precocemente falecidos, Sérgio Mendes é mais uma perda que faz com que parássemos para pensar a respeito dos rumos da música brasileira, maltratada e avacalhada quando se produzem falso saudosismo em prol da mediocridade musical reinante, que, só por ser, em parte, relativamente antiga, como os sucessos popularescos dos anos 1980 e 1990, não deveriam ter o tratamento gourmetizado que recebem.

Fica então nosso pesar pelo falecimento do grande Sérgio Mendes e sua música que transmitia muita vida, vigor e criatividade. Resta as futuras gerações, a separar o rico trigo da MPB do joio da bregalização, assimilar as lições trazidas pelos antigos mestres que partiram.


 


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

PESQUISISMO E RELATORISMO

As mais recentes queixas a respeito do governo Lula ficam por conta do “pesquisismo”, a mania de fazer avaliações precipitadas do atual mandato do presidente brasileiro, toda quinzena, por vários institutos amigos do petista. O pesquisismo são avaliações constantes, frequentes e que servem mais de propaganda do governo do que de diagnóstico. Pesquisas de avaliação a todo momento, em muitos casos antecipando prematuramente a reeleição de Lula, com projeções de concorrentes aqui e ali, indo de Michelle Bolsonaro a Ciro Gomes. Somente de um mês para cá, as supostas pesquisas de opinião apontavam queda de popularidade de Lula, e isso se deu porque os próprios institutos foram criticados por serem “chapa branca” e deles se foi cobrada alguma objetividade na abordagem, mesmo diante de métodos e processos de pesquisa bastante duvidosos. Mas temos também outro vício do governo Lula, que ninguém fala: o “relatorismo”. Chama-se de relatorismo essa mania de divulgar relatórios fantásticos sobre s...

BRASIL PASSOU POR SEIS DÉCADAS DE RETROCESSOS SOCIOCULTURAIS

ANTES RECONHECIDA COMO SÉRIO PROBLEMA HABITACIONAL, A FAVELA (NA FOTO, A ROCINHA NO RIO DE JANEIRO) TORNOU-SE OBJETO DA GLAMOURIZAÇÃO DA POBREZA FEITA PELAS ELITES INTELECTUAIS BRASILEIRAS. A ideia, desagradável para muitos, de que o Brasil não tem condições para se tornar um país desenvolvido está na deterioração sociocultural que atingiu o Brasil a partir de 1964. O próprio fato de muitos brasileiros se sentirem mal acostumados com essa deterioração de valores não significa que possamos entrar no clube de países prósperos diante dessa resignação compartilhada por milhares de pessoas. Não existe essa tese de o Brasil primeiro chegar ao Primeiro Mundo e depois “arrumar a casa”, como também se tornou inútil gourmetizar a decadência cultural sob a desculpa de “combater o preconceito”. Botar a sujeira debaixo do tapete não limpa o ambiente. Nosso país discrimina o senso crítico, abrindo caminho para os “novos normais” que acumulamos, precarizando nosso cotidiano na medida em que nos resig...

“ROCK PADRÃO 89 FM” PERMITE CULTUAR BANDAS FICTÍCIAS COMO O VELVET SUNDOWN

Antes de irmos a este texto, um aviso. Esqueçamos os Archies e os Monkees, bandas de proveta que, no fundo, eram muito boas. Principalmente os Monkees, dos quais resta vivo o baterista e cantor Micky Dolenz, também dublador de desenhos animados da Hanna-Barbera (também função original de Mark Hamill, antes da saga Guerra nas Estrelas).  Essa parcela do suposto “rock de mentira” até que é admirável, despretensiosa e suas músicas são muito legais e bem feitas. E esqueçamos também o eclético grupo Gorillaz, influenciado por hip hop, dub e funk autêntico, porque na prática é um projeto solo de Damon Albarn, do Blur, com vários convidados. Aqui falaremos de bandas farsantes mesmo, sejam bandas de empresários da Faria Lima, como havíamos descrito antes, seja o recente fenômeno do Velvet Sundown, grupo de hard rock gerado totalmente pela Inteligência Artificial.  O Velvet Sundown é um quarteto imaginário que foi gerado pela combinação de algoritmos que produziram todos os elementos d...

“GALERA”: OUTRA GÍRIA BEM AO GOSTO DA FARIA LIMA

Além da gíria “balada” - uma gíria que é uma droga, tanto no sentido literal como no sentido figurado - , outra gíria estúpida com pretensões de ser “acima dos tempos e das tribos” é “galera”, uma expressão que chega a complicar até a nossa língua coloquial. A origem da palavra “galera” está no pavimento principal de um navio. Em seguida, tornou-se um termo ligado à tripulação de um navio, geralmente gente que, entre outras atividades, faz a faxina no convés. Em seguida, o termo passou a ser adotado pelo jornalismo esportivo porque o formato dos estádios se assemelhava ao de navios. A expressão passou a ser usada, também no jornalismo esportivo, para definir o conjunto de torcedores de futebol, sendo praticamente sinônimo de “torcida”. Depois o termo passou a ser usado pelo vocabulário bicho-grilo brasileiro, numa época em que havia, também, as sessões de cinema mostrando notícias do futebol pelo Canal 100 e também a espetacularização dos campeonatos regionais de futebol que preparavam...

LULA DEVERIA SE APOSENTAR E DESISTIR DA REELEIÇÃO

Com o anúncio recente do ator estadunidense Michael Douglas de que iria se aposentar, com quase 81 anos de idade, eu fico imaginando se não seria a hora do presidente Lula também parar. O marido de Catherine Zeta-Jones ainda está na sua boa saúde física e mental, melhor do que Lula, mas o astro do filme Dia de Fúria (Falling Down) , de 1993, decidiu que só vai voltar a atuar se o roteiro do filme valer realmente a pena  Lula, que apresenta sérios problemas de saúde, com suspeitas de estar enfrentando um câncer, enlouqueceu de vez. Sério. Persegue a consagração pessoal e pensa que o mundo é uma pequena esfera a seus pés. Seu governo parece brincadeira de criança e Lula dá sinais de senilidade quando, ao opinar, comete gafes grotescas. No fim da vida, o empresário e animador Sílvio Santos também cometeu gafes similares. Lula ao menos deveria saber a hora de parar. O atual mandato de Lula foi uma decepção sem fim. Lula apenas vive à sombra dos mandatos anteriores e transforma o seu at...

ATÉ PARECE BRIGUINHA DE ESCOLA

A guerra do tarifaço, o conflito fiscal movido pelo presidente dos EUA, Donald Trump, leva ao paroxismo a polarização política que aflige principalmente o Brasil e que acaba envolvendo algumas autoridades estrangeiras, diante desse cenário marcado por profundo sensacionalismo ideológico. Com o "ativismo de resultados" pop das esquerdas woke  sequestrando a agenda esquerdista, refém do vício procrastinador das esquerdas médias, que deixam as verdadeiras rupturas para depois - vide a má vontade em protestar contra Michel Temer e Jair Bolsonaro, acreditando que as instituições, em si, iriam tirá-los de cena - , e agora esperam a escala 6x1 desgastar as mentes e os corpos das classes trabalhadoras para depois encerrar com essa triste rotina de trabalho. A procrastinação atinge tanto as esquerdas médias que contagiaram o Lula, ele mesmo pouco agindo no terceiro mandato, a não ser na produção de meros fatos políticos, tão tendenciosos que parecem mais factoides. Lula transforma seu...

NEM SEMPRE OS BACANINHAS TÊM RAZÃO

Nesta suposta recuperação da popularidade de Lula, alimentada pelo pesquisismo e sustentada pelos “pobres de novela” - a parcela “limpinha” de pessoas oriundas de subúrbios, roças e sertões - , o faz-de-conta é o que impera, com o lulismo se demonstrando um absolutismo marcado pela “democracia de um homem só”. Se impondo como candidato único, Lula quer exercer monopólio no jogo político, se recusando a aceitar que a democracia não está dentro dele, mas acima dele. Em um discurso recente, Lula demoniza os concorrentes, dizendo para a população “se preparar” porque “tem um monte de candidato na praça”. Tão “democrático”, o presidente Lula demoniza a concorrência, humilhando e depreciando os rivais. Os lulistas fazem o jogo sujo do valentonismo ( bullying ), agredindo e esnobando os outros, sem respeitar a diversidade democrática. Lula e seus seguidores deixam bem claro que o petista se acha dono da democracia. Não podemos ser reféns do lulismo. Lula decepcionou muito, mas não podemos ape...

A FALSA RECUPERAÇÃO DA POPULARIDADE DE LULA

LULA EMPOLGA A BURGUESIA FANTASIADA DE POVO QUE DITA AS NARRATIVAS NAS REDES SOCIAIS. O título faz ficar revoltado o negacionista factual, voando em nuvens de sonhos do lulismo nas redes sociais. Mas a verdade é que a aparente recuperação da popularidade de Lula foi somente uma jogada de marketing , sem reflexão na realidade concreta do povo brasileiro. A suposta pesquisa Atlas-Bloomberg apontou um crescimento para 49,7%, considerado a "melhor" aprovação do presidente desde outubro de 2024. Vamos questionar as coisas, saindo da euforia do pesquisismo. Em primeiro lugar, devemos pensar nas supostas pesquisas de opinião, levantamentos que parecem objetivos e técnicos e que juram trazer um recorte preciso da sociedade, com pequenas margens de erros. Alguém de fato foi entrevistado por alguma dessas pesquisas? Em segundo lugar, a motivação soa superficial, mais voltada ao espetáculo do que ao realismo. A recuperação da popularidade soa uma farsa por apenas envolver a bolha lulist...

RADIALISMO ROCK: FOMOS ENGANADOS DURANTE 35 ANOS!!

LOCUTORES MAURICINHOS, SEM VIVÊNCIA COM ROCK, DOMINAVAM A PROGRAMAÇÃO DAS DITAS "RÁDIOS ROCK" A PARTIR DOS ANOS 1990. Como o público jovem foi enganado durante três décadas e meia. A onda das “rádios rock” lançada no fim dos anos 1980 e fortalecida nos anos 1990 e 2000, não passou de um grande blefe, de uma grande conversa para búfalos e cavalos doidos dormirem. O que se vendeu durante muito tempo como “rádios rock” não passavam de rádios pop comuns e convencionais, que apenas selecionavam o que havia de rock nas paradas de sucesso e jogavam na programação diária. O estilo de locução, a linguagem e a mentalidade eram iguaizinhos a qualquer rádio que tocasse o mais tolo pop adolescente e o mais gosmento pop dançante. Só mudava o som que era tocado. Não adiantava boa parte dos locutores pop que atuavam nas “rádios rock” ficarem presos aos textos, como era inútil eles terem uma boa pronúncia de inglês. O ranço pop era notório e eles continuavam anunciando bandas como Pearl Jam e...

A CORTINA DE FUMAÇA DA "SOBERANIA" DO GOVERNO LULA

LULISTAS ALEGAM QUE O PRESIDENTE LULA "RECUPEROU" A POPULARIDADE, MAS OS FATOS DIZEM QUE NÃO. O triunfalismo cego dos lulistas teve mais um impulso diante dos tarifaços do presidente dos EUA, Donald Trump, que pelo jeito transferiu a sua esfera de reality show  para a polarização política. Lula, supostamente vitorioso no episódio, havia se reunido ontem com o empresariado para responder à medida lançada pelo empresário-presidente na pátria de Titio Samuca. Essa suposta vitória se deu pela campanha que os lulistas - que, na prática, são a maior e principal corrente dos movimentos identitários brasileiros - estão lançando, a partir do próprio Governo Federal, defendendo a "soberania" brasileira, em tese insubmissa aos EUA. Lula também anunciou a criação de dois comitês para reagir ao tarifaço do presidente estadunidense. Dizemos em tese, porque nosso culturalismo brasileiro - que vai além das pautas politicistas do "jornalismo da OTAN" - se vale por uma músi...