O ministro da Secretaria de Comunicação do governo Lula, Sidônio Palmeira, decidiu que a campanha pela reeleição do presidente, que na prática já está ocorrendo, irá absorver frases de um antigo documento de Getúlio Vargas de 1950, yentando dar um aspecto queremista para o petista.
A ideia é dar um complemento para a mudança do lema do Governo Federal, que havia sido “União e Reconstrução” e passou a ser “No Lado do Povo Brasileiro”. Essa mudança ocorreu sob o pretexto de que a “reconstrução” do governo Lula, confusa e em clima de festa, teria sido “concluída”.
O novo lema teria como pretexto a “soberania”, a nova palavra favorita de Lula, utilizada para se contrapor à guerra fiscal feita pelo tarifaço de Donald Trump. E Lula tenta agora moldar o seu “esquerdismo de resultados” após se esbaldar na festa da bugur”democrática”.
Só que o tiro vai sair pela culatra, pois os atuais apoiadores de Lula, entre uma esquerda média ou mainstream - ou “esquerda esquemão”, falando em português claro - e os “alienígenas”, são contra Vargas, acusado de “ditador” por causa do Estado Novo.
As esquerdas médias ainda têm algum apreço por João Goulart, mas os “alienígenas”, gente tradicionalmente da direita moderada mas eventualmente golpista que passou a apoiar Lula de forma “incondicional”, ainda despreza o trabalhismo clássico. Os “alienígenas” odeiam o varguismo, o janguismo e o campesinato (Ligas Camponesas e MST), embora se autoproclamem “de esquerda”.
O grande problema está nesses apoiadores circunstanciais, a direita moderada que virou "amiga de Lula" e, nos últimos 23 anos, posa de "esquerdista desde o berço". Eles até aceitam um paradigma "mais moderno" do esquerdismo, como a manutenção das instituições públicas e o Estado de Bem-Estar Social, que é o projeto político que prioriza os benefícios para as classes populares, mesmo dentro dos limites de um capitalismo menos injusto, mas ainda assim capitalista.
Daí que a comparação de Lula com Getúlio Vargas pode afastar boa parte da base de apoio, mas também não irá recuperar as bases populares. O povo pobre está desconfiado com Lula e a burguesia se revolta com qualquer tentativa de "radicalização" do discurso.
Com o método "GetuLula", a campanha de reeleição do presidente praticamente se isolará na bolha de apoiadores daquilo que chamo de Clube de Assinantes VIP do Lulismo. Apenas os fanáticos incondicionais continuarão dando votos ao presidente que, pelo jeito, terá que se preparar para aceitar vencer num placar bem apertado, o que será provável, e, ainda assim, no segundo turno da corrida eleitoral.
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