Circula na Internet um vídeo de um desenho de animação, bem no estilo do anime japonês, cujos personagens são o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, o presidente Lula, sua esposa Janja, e os antagonistas Donald Trump, presidente dos EUA, mais o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro e seu filho e militante de extrema-direita Eduardo Bolsonaro.
No vídeo, Lula aparece como herói a combater a ameaça dos tarifaços de Trump, bem no estilo dos enredos dramáticos japoneses, mas evocando o patriotismo brasileiro. Numa cena, pessoas do povo - bem dentro da idealização woke - se unem, de maneira piegas, para apoiar Lula no combate ao extremo-direitista estadunidense.
O enredo se soma a tantos outros enredos e mensagens de propaganda lulista nas redes sociais, na esperança de reconquistar o público juvenil, hoje base eleitoral prioritária para a reeleição de Lula e voltada às causas identitárias que são a causa maior do petista atualmente.
É muito fácil apelar para a emoção e usar o entretenimento para atrair apoio. Como foi no caso do vídeo “As Panteras do Lula”, quando três moças de beleza mediana mas muito de acordo com a estética woke são chamadas por Lula para combater o ataque de “robôs” de Jair Bolsonaro. Um vídeo que lembra muito o “cinema de pobre” das produções da Globo Filmes.
Argumentos objetivos não servem. Realidade, consciência crítica, ativismo de verdade, nada disso tem valor. O que vale é a narrativa que mais agrada, daí que o Lulismo 3.0 tornou-se o reduto da fantasia e do sonho. Negocia-se com a realidade para permitir o espaço da fantasia nas narrativas do cotidiano.
Lula está repetindo os mesmos apelos publicitários. Chorou num discurso falando que, se “outro voltar ao governo, a fome volta”. A política externa também tornou-se seu marketing, com a sua ideia de Sul Global. O relatorismo mostra dados fantásticos que a realidade dos fatos “desconhece”. As supostas pesquisas de opinião mostram Lula “imbatível” em todos os cenários de disputas eleitorais.
Se Lula é uma "ideia", essa ideia é de um mito, um personagem. Nosso país ainda infantilizado precisa de um presidente popstar, mais do que um gestor, e os lulistas preferem flutuar nas nuvens do que ficar com os pés no chão. Preferem a fantasia agradável do que encarar verdades desagradáveis e dolorosas.
E aí Lula, que passa pano nos preços caros dos alimentos e na precarização do trabalho na política interna, quer ser o super-herói mundial às custas de uma pauta que tem até a sua relevância, o ameaçador tarifaço de Trump, mas é um assunto superestimado e, em contrapartida, o próprio presidente brasileiro defende outro tarifaço, o IOF, Imposto sobre Operações Financeiras, que pode causar um colapso econômico.
A polarização anda causando estragos no nosso Brasil, e somente a bolha lulista está empolgada, dentro de suas cavernas digitais das redes sociais.
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