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FAVORITISMO DE LULA NAS PESQUISAS RECOMENDA CAUTELA


O favoritismo do ex-presidente Lula na volta à disputa pela Presidência da República é uma esperança de ver as forças progressistas voltarem a governar o país.

Se eleito, Lula afirma que irá revogar as "reformas" do governo Michel Temer e retomar os projetos populares cancelados ou sabotados pelo temeroso governante.

Lula, mesmo depois de condenado por Sérgio Moro e denunciado pelo ex-aliado Antônio Palocci, tem uma média de 35% nas pesquisas de intenções de voto.

Em simulações com Jair Bolsonaro e Marina Silva, eles ficam em cerca da metade de votos em relação ao petista.

A pesquisa foi dada no último dia 28 pelo Datafolha, o que parecia surpreender.

Mas, recentemente, o Datafolha resolveu "corrigir" e despejar uma pergunta indelicada, num levantamento divulgado ontem.

A questão era essa: "Considerando o que foi revelado pela Operação Lava Jato, Lula deverá ser preso?".

54% dos entrevistados disseram que sim.

Esse "novo critério" do Datafolha, que já começa a ser conhecido como "estatística Chacrinha" (com base na ideia simploria do bordão "vai para o trono ou não vai?"), indica que se deve ter cautela com as esperanças de ver Lula novamente presidente da República.

Lembremos do caso de Getúlio Vargas.

Seu opositor, o jornalista Carlos Lacerda, havia dito, na época da campanha de 1950, fruto do movimento que queria Vargas de novo na presidência, o "queremismo".

Lacerda havia dito, com sua furiosa oposição ao trabalhista: "(Vargas) não pode ser candidato. Se for,não pode ser eleito.Se eleito, não pode tomar posse. Se tomar posse, não pode governar".

Para Lula completar todo o mandato de 2019 a 2022, o povo precisa estar vigilante, porque as pressões contra Lula serão muito mais violentas.

Com a acomodação com que está o povo brasileiro, as chances de fracasso podem aparecer no começo, no meio ou no fim do caminho.

Infelizmente, temos a pressão acirrada da direita e o Datafolha não poderia ser generoso. Ao ver que o resultado de sua pesquisa deu em preferência a Lula, resolveu fazer uma malandragem.

Foi fazer uma pergunta do tipo "E aí, você quer ver Lula na cadeia ou não?", mas dentro daquela linguagem de questão estatística.

O problema é que, apesar de muita gente querer Lula de volta à Presidência da República, os que não querem ver o ex-presidente no cargo novamente são mais agressivos.

Os opositores de Lula são pessoas muito ricas e seus seguidores, e em torno da pressão contra Lula rola uma quantidade imensurável de dinheiro.

As pessoas deveriam ficar alertas e ver que não se pode acomodar, seja à direita ou à esquerda.

Os desmontes de conquistas sociais históricas estão em andamento, sob o silêncio da grande mídia.

E não é hora de ir à praia sorrir e caçar borboletas e ficar gritando, histéricamente, quando reencontra um conhecido: "Amiiiigoooooo (aaaaaa)!! Que sau-da-deeeeees!!!!".

Não é hora para sair por aí feliz da vida. A situação no Brasil está delicada.

Bancar o felizardo nas ruas, hoje em dia, soa como se contasse piadas num velório. Uma grande falta de respeito aos momentos difíceis de muitos brasileiros.

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